São Paulo, segunda-feira, 27 de março de 2006

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PLÍNIO FRAGA

O que quer a esquerda

RIO DE JANEIRO - Os seguidores da candidatura mais à esquerda da próxima eleição presidencial começaram a debater que propostas levar para a campanha. Apesar de atingir quase 10% das intenções de voto, a senadora Heloisa Helena (PSOL) ainda tem dúvidas se disputa a Presidência ou se prefere tentar o governo de Alagoas.
Durante seminário que reuniu membros do PSOL, do PSTU e intelectuais que antes se abrigavam no PT, a esquerda discutiu o que pretende levar para o poder.
"Qualificar como crime hediondo os assassinatos de pais e mães de santo que vêm ocorrendo pelo país" é um dos itens que a esquerda defende, segundo texto que resume os debates.
Outro trecho do documento propõe o estudo obrigatório da história da África e da cultura do "povo afro-descendente" no ensino fundamental e a "introdução nas creches de figuras negras, brincadeiras de roda e atividades que contemplem a diversidade racial e cultural do país, visando quebrar o racismo no início da formação dos indivíduos".
Isso num contexto educacional sem escolas privadas. "Fim do ensino pago, educação não é mercadoria", esclarece o pré-programa.
Nos temas econômicos, o texto defende a suspensão do pagamento da dívida externa enquanto submetida a uma auditoria, redução drástica da taxas de juros, salário mínimo de R$ 1.600, desoneração tributária do consumo e tributação progressiva do patrimônio e renda.
Há ainda a defesa da "revogabilidade dos mandatos executivos e legislativos", da realização de mais plebiscitos e referendos, da colocação da Venezuela como um exemplo político e do fim do "subimperialismo" do Brasil na América Latina.
"O programa deverá apontar para o novo, um programa de ruptura radical com o velho e que seja capaz de encantar novamente as pessoas", afirma o texto dos apoiadores de Heloísa Helena.
Ou seja, lá vem o velho travestido de novo, de novo.


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