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KENNETH MAXWELL
Aniversários
DOIS MARCOS importantes
foram atingidos nesta semana, sem atrair grande
atenção: os cinco anos da guerra de
Bush no Iraque e o fato de que o
número de baixas fatais dos EUA
ultrapassou 4.000. No entanto, de
acordo com o "Pew Research Center for the People and the Press", a
conscientização do público quanto
ao número de baixas militares fatais dos EUA no Iraque recuou
consideravelmente desde agosto.
Hoje, apenas 28% dos adultos são
capazes de dizer quantos soldados
norte-americanos morreram no
Iraque. Em agosto de 2007, 54%
deles conseguiam identificar corretamente o número de mortos.
Por que tão pouca atenção? Em
parte isso resulta de fadiga de guerra. O público simplesmente deixou
a guerra de lado. Também resulta
de uma redução na cobertura noticiosa. Em julho de 2007, as reportagens sobre o Iraque respondiam
por 15% da cobertura jornalística.
Em fevereiro deste ano, o indicador havia caído a 3%. Trata-se de
um resultado da percepção de que
as Forças Armadas norte-americanas conseguiram mais sucesso na
contenção da insurgência. A queda
na cobertura de imprensa refletiu
o aparente sucesso do reforço do
contingente de ocupação norte-americano no Iraque desde janeiro
de 2007, quando o envio de novos
soldados e a adoção de uma política
de impor e manter uma presença
militar dos EUA nas ruas de fato
reduziram substancialmente o número de baixas norte-americanas.
Mas a realidade é mais complicada. Os EUA fizeram acordos com
milícias sunitas e xiitas -em especial a longa trégua com a milícia do
líder religioso xiita Moqtada al
Sadr, que pode estar a ponto de terminar. Mark Danner, o brilhante
jornalista que vem há muito revelando verdades inconvenientes para os poderosos, escreve: "Observe
um mapa de Bagdá à véspera da invasão norte-americana. Os bairros
das diferentes seitas eram coloridos em azul, vermelho ou amarelo,
e o amarelo, que indicava bairros
"mistos", predominava". Hoje, ele
afirma, "o mapa é uma confusão de
cores brilhantes". E por toda a cidade o amarelo pálido dos bairros
mistos se foi, obliterado por estes
cinco anos de conflitos sectários.
Danner tem "a mais sombria das
visões sombrias" quanto ao futuro.
A retirada das forças norte-americanas deve causar a retomada de
uma guerra civil mais brutal que
nunca, com sunitas armados pelos
norte-americanos em combate
contra xiitas armados pelos norte-americanos, o que resultaria em
um selvagem conflito regional pelos espólios do Iraque.
A verdade é que, quem quer que
seja eleito presidente em novembro, terá de enfrentar os assuntos
inacabados do Iraque, que voltarão
com toda força à posição central no
panorama norte-americano.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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