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PAINEL DO LEITOR
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Alimentos
"Mato Grosso é um Estado que
produz soja para bois e porcos da
China, da Europa e dos EUA, entre
outros países para os quais ela é exportada. E algodão não é alimento.
Restam, em Mato Grosso, a pecuária -a maior parte para exportação- e o arroz. O agronegócio está
voltado para o enriquecimento dos
latifundiários, e não para alimentar
o povo. No "Desmatamento Grosso",
não há incentivo para a agricultura
familiar, por isso frutas, verduras,
legumes e outros grãos são levados
de Goiás e de São Paulo para lá e
vendidos a um preço alto.
Portanto, que know-how tem o
governador Blairo Maggi para falar
da produção de alimentos para a
população brasileira ("Desmatar é
remédio para crise da comida, diz
Maggi" (Ciência, 25/4)?"
MARIA CRISTINA TRONCARELLI (São Paulo, SP)
Pesquisa
"Por alguns meses, nós, pós-graduandos, acreditamos na mentira
de que as bolsas de pesquisa seriam
reajustadas em abril. Mas abril já se
finda, e a desculpa mais que esfarrapada para o não-aumento foi o corte no Orçamento da União.
Mas, conforme a Folha de ontem
("Receita tributária bate recorde e
soma R$ 162,5 bi no ano'), a arrecadação foi recorde.
É vergonhoso estudar em um
país em que o próprio presidente
trata a comunidade científica com
total desprezo. Será porque o retorno em votos é pequeno?"
ANDRIGO MONROE PEREIRA (Rio Claro, SP)
Cortesia
"Muito interessantes as observações críticas do presidente da OAB-SP sobre o tratamento dado a advogados pela Polícia Federal ("OAB
condena uso de algemas em prisão
de advogado pela PF", Brasil, 26/4).
Sabe muito bem o senhor Luiz
Flávio d'Urso, por força de ofício,
que rege a Constituição que todos
são iguais perante a lei, inclusive os
advogados.
Portanto, se traficantes, ladrões,
assassinos, pedófilos, estelionatários e outros meliantes são algemados, os advogados também merecem essa cortesia do Estado.
Na verdade, advogados bandidos
deveriam ser tratados de maneira
especial pela lei, com penas maiores e muito mais rigidez, já que, teoricamente, conhecem muito bem a
mesma lei que burlam.
Chega de corporativismo cínico."
PAULO BALDUINO (Brasília, DF)
Araguaia
"O que aconteceu em São Domingos do Araguaia no último dia 25 é
um alerta para aqueles que sentem
saudades da ditadura militar ("Aliado de militar vai a audiência no Araguaia", Brasil, 26/4). Lá estavam os mesmos homens que aterrorizaram a região naquela época, provocando o mesmo terror para garantir que seus crimes continuassem
debaixo do tapete.
Meu pai, um policial militar, foi
preso e torturado durante um mês
nas dependências do DOI-Codi, em
São Paulo. Foi proibido de trabalhar e, em qualquer tentativa de arrumar um emprego, os secretas da
PM iam ao local de trabalho avisar
que se tratava de um "subversivo".
Nossa família foi vigiada durante
anos. Não pudemos acompanhar
nem o enterro de um amigo que foi
morto na tortura, pois a PM só permitiu que a família estivesse presente. O restante eram agentes da
repressão.
Fico indignado quando pessoas
levianas e sem nenhum conhecimento histórico dos fatos escrevem
absurdos como os que tenho lido
nos últimos dias.
Não existe dinheiro que pague o
trauma sofrido pela família. O governo brasileiro tem a obrigação de
abrir os arquivos da ditadura para
que, definitivamente, caia a máscara dos "defensores da democracia"."
ORLANDO F. FILHO (São Paulo, SP)
A cor da pele
"É raro hoje em dia encontrar alguém tão informado e sábio como
Drauzio Varella ("Éramos todos negros", Ilustrada de ontem).
Com 19 parágrafos e meio de informações científicas, bastaram
mais três linhas para expressar de
modo direto e contundente a sua
tão acertada e íntegra opinião."
TANI BRZOSTEK MULLER (São Paulo, SP)
Impostos
"É uma afronta aos contribuintes
o presidente ter condicionado o aumento de recursos destinados à
saúde ao aumento da carga tributária. Minha sugestão óbvia: acabar
com a roubalheira generalizada,
com a malversação de verbas públicas, com os repasses para ONGs de
fachada dos apaniguados e com a
publicidade das administrações públicas em todos os níveis. Publicidade, só de interesse estritamente público, dos cidadãos.
A verdadeira propaganda é a aplicação correta dos impostos."
CARLOS DIAS (São Paulo, SP)
Isabella
"Alguém reclamou, no "Painel do
Leitor" de sexta-feira, que a mídia
dá mais importância ao caso Isabella do que a informações de utilidade pública, como o tremor de terra.
Mas, daqui para a frente, mesmo
um insano mental, se pretender fazer mal para qualquer de nossas
crianças, pensará duas, três, "n" vezes antes de fazê-lo, tendo em vista
tamanha repercussão obtida na mídia e no consciente das pessoas sobre esse crime horrendo -repercussão essa alimentada pela imprensa, que fez o seu papel."
LUIZ ANTONIO BERNARDES DA SILVA
(São Carlos, SP)
"A espetacularização do assassinato de Isabella se deve mais à forma como ela foi morta do que ao
comportamento mórbido do povo
ou à ganância da imprensa. E a
agressão pode ter partido de dois
adultos em que ela confiava. Isso
nos sensibiliza.
Alguns intelectuais, porém, preferem duvidar de evidências e criticar a indignação popular. É justo?
Conter os ânimos, sim, mas, em
assuntos como este, não se pode
tergiversar."
IDALINA REIS E SILVA (Salvador, BA)
"Peço que o artigo "Vox populi,
vox Dei?" (25/4) seja reproduzido
na Primeira Página. Preciso justificar?"
WALDEMAR F. PINTO (São Paulo, SP)
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