São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2008

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Mais Metrô: plano de expansão

JOSÉ LUIZ PORTELLA


Dos benefícios que o plano de expansão proporcionará, talvez o mais significativo seja a diminuição do tempo de viagem


ATUALMENTE , 60% dos passageiros transportados pelo sistema Metrô-CPTM ganham até quatro salários mínimos. Muitos saem de madrugada para o trabalho e só retornam tarde da noite, privando-se da convivência com a família e do direito ao lazer. Para mudar a vida desses milhões de pessoas, gerando aumento da renda familiar e melhoria da qualidade de vida, a maneira mais rápida e eficaz é o investimento em transporte metropolitano.
Em 2007, o governador José Serra aprovou o Plano de Expansão do Transporte Metropolitano 2007-2010, no valor de R$ 17 bilhões, o maior investimento já feito no setor, que contará ainda com recursos da prefeitura e que irá aumentar em 55% a quantidade de passageiros transportados e diminuir em 25% o tempo médio de viagem no sistema.
Nesse mesmo ano, foram adquiridos, por meio de licitação internacional, 99 trens -a maior compra do tipo já feita até o presente. Em 2008, no dia 3 de março, o primeiro deles começou a rodar na linha 9-esmeralda, da CPTM. Ainda neste semestre, cerca de 12 trens novos estarão em operação. Até 2010, todos já terão sido entregues.
No começo do ano, foi concluída a substituição, por trens reformados, de 100% da frota da linha 12-safira, da CPTM (antiga linha F). Até 2010, esses trens serão, por sua vez, substituídos por trens novos e a linha passará a operar com qualidade de metrô.
Nesses dois anos, já foram entregues as estações Ipiranga, do Metrô, e Autódromo, USP Leste, Grajaú e Primavera-Interlagos, da linha 9-esmeralda, da CPTM. Em 2009, entrarão em operação os primeiros trens novos da linha 2-verde, do Metrô, e das linhas 12-safira e 7-rubi, da CPTM, e será entregue à população a primeira fase da linha 4-amarela, do Metrô, com as estações Butantã, Faria Lima e Paulista.
Em 2010, o sistema metropolitano, incluindo a EMTU, cobrirá mais de 450 km da Grande São Paulo, dos quais 388 km sobre trilhos -240 km com qualidade de metrô. A CPTM passará dos atuais 261 km para 304 km, e o Metrô, do total de 61 km para 84 km. A EMTU terá 65 km de corredores de ônibus, contra os 33 km existentes hoje.
Outro item importante é a mudança na sinalização, já licitada. A sinalização controla o deslocamento do trem de forma segura, utilizando tecnologia de ponta. Além disso, será construída a linha 14-ônix (Expresso Aeroporto), que ligará em 22 minutos, sem paradas intermediárias, a estação da Luz ao Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos - Governador André Franco Montoro, com intervalo entre trens de 15 minutos e check-in feito na Luz.
Na Baixada Santista, começará a funcionar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), uma solução moderna esperada pela região há anos. Ao todo, 235 mil toneladas de poluentes serão retiradas da atmosfera.
Os benefícios à qualidade do ar serão ampliados com o ônibus movido a etanol, que está sendo testado no corredor metropolitano São Mateus-Jabaquara, e com o ônibus a hidrogênio, cujo protótipo começa a ser testado ainda neste ano, no mesmo corredor.
Com um total de recursos mais de quatro vezes superior ao investido na última década, o plano de expansão permitirá a requalificação urbanística e o crescimento econômico das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e da Baixada Santista, o núcleo mais dinâmico da economia nacional, com 67 municípios e 24 milhões de habitantes, constituindo-se em fator decisivo para o desenvolvimento econômico da região, do Estado e do país.
No entanto, de todos os benefícios que irá proporcionar, talvez o mais significativo seja a diminuição do tempo de viagem, melhorando de maneira objetiva o deslocamento e, conseqüentemente, a vida das pessoas.
Para ter uma idéia, o passageiro de ida e volta do trecho Largo Treze à Sé ganhará diariamente quase duas horas. Entre Vila Prudente e Santo Amaro, serão mais de três horas. Da USP Leste a Pinheiros, mais de uma hora e meia.
O plano de expansão é um programa de investimentos. Estamos realizando-o de forma obsessiva, certos de que se trata de mais desenvolvimento e qualidade de vida para São Paulo.


JOSÉ LUIZ PORTELLA , 55, engenheiro civil, é secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo.

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