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INTEGRAÇÃO FINANCEIRA
Os países em desenvolvimento
ou "emergentes" devem receber um volume recorde de capitais
externos, estimado em US$ 345,2 bilhões durante o ano de 2005, de acordo com o Instituto de Finanças Internacionais. Aproveitando a queda na
aversão ao risco dos investidores internacionais, o governo brasileiro
emitiu títulos de dívida externa em
reais. Espera-se que esses títulos de
dez anos possam auxiliar na formação de uma curva de juros (de curto,
médio e longo prazo) que favoreça a
rolagem da dívida pública e o financiamento do setor privado.
Diante da elevada demanda dos investidores estrangeiros, levantou-se
a possibilidade de também atraí-los
para o mercado de dívida pública doméstica. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, e o setor privado começaram negociações para
aperfeiçoar os mecanismos de liquidação de operações com títulos públicos e com moeda estrangeira.
Em princípio, a entrada de novos
investidores no mercado de títulos
públicos pode contribuir para uma
redução da taxa de juros básica da
economia brasileira. Isso pode ser
bastante auspicioso, dadas as elevadas taxas prevalecentes no mercado
financeiro doméstico. Há, porém,
que considerar os riscos de um aprofundamento da integração do mercado de capitais interno com o internacional. Por um lado, a economia
brasileira pode ficar mais vulnerável
aos fluxos abruptos de entrada e saída de recursos externos, aumentando a instabilidade. Por outro, pode-se ampliar a saída de capitais de investidores brasileiros, buscando diversificar os riscos financeiros.
A experiência dos países asiáticos
parece sinalizar que a sustentabilidade de uma maior integração financeira requer uma estratégia de avanços no comércio exterior para manter superávits em conta corrente e
acumular reservas, o que exige taxa
de câmbio adequada e juros baixos.
A taxa de juros básica no Brasil permanece muito elevada para atingir
ambiciosas metas de inflação, o que
fomenta a excessiva valorização da
taxa de câmbio. Nesse sentido, além
de ampliar a integração do mercado
financeiro doméstico com o externo,
também é preciso que o Brasil corrija
essas distorções macroeconômicas.
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