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MAIS PLANEJAMENTO
Não é preciso ser um estudioso
de urbanismo para prever que
os três arranha-céus exclusivamente
residenciais que estão sendo construídos em áreas da zonas oeste e sul
da cidade de São Paulo poderão causar transtornos consideráveis a essas
regiões. As torres ultrapassam 130
metros de altura e deverão aumentar
expressivamente o número de veículos que trafegam por essas regiões,
atraindo também mais prestadores
de serviço para o entorno.
Somente dois desses prédios juntos totalizarão mais de 700 vagas de
garagem -o que dá uma idéia do
impacto das construções no trânsito.
Os empreendimentos são legais
-foram aprovados antes de a atual
Lei de Zoneamento entrar em vigor-, mas são emblemáticos do
modo desordenado que caracteriza a
expansão urbana na capital.
Casos como esses são exemplares
da carência de planejamento no setor, responsabilidade do poder público. A região da av. Engenheiro
Luiz Carlos Berrini (zona sul), por
exemplo, hoje é gargalo de tráfego
na capital devido a um rápido e forte
movimento de adensamento com
verticalização. O aumento da ocupação do local só fará piorar o problema, demandando novos e caros investimentos em infra-estrutura.
A atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor, aprovados em 2002, trouxeram avanços ao limitar o tamanho
das construções na capital e impor
regras de compensação para aqueles
que ultrapassem esses limites.
Mas é evidente que boas leis não
bastam. É preciso aplicá-las com rigor e inteligência. É indispensável
que a prefeitura mantenha-se vigilante e cobre planos detalhados para
evitar que áreas densamente ocupadas cresçam de maneira desordenada. Talvez assim fosse possível ao
poder público evitar a criação desnecessária de problemas nesses bairros
e destinar mais recursos às regiões
onde as condições de infra-estrutura
são altamente precárias.
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