São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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MAIS PLANEJAMENTO

Não é preciso ser um estudioso de urbanismo para prever que os três arranha-céus exclusivamente residenciais que estão sendo construídos em áreas da zonas oeste e sul da cidade de São Paulo poderão causar transtornos consideráveis a essas regiões. As torres ultrapassam 130 metros de altura e deverão aumentar expressivamente o número de veículos que trafegam por essas regiões, atraindo também mais prestadores de serviço para o entorno.
Somente dois desses prédios juntos totalizarão mais de 700 vagas de garagem -o que dá uma idéia do impacto das construções no trânsito.
Os empreendimentos são legais -foram aprovados antes de a atual Lei de Zoneamento entrar em vigor-, mas são emblemáticos do modo desordenado que caracteriza a expansão urbana na capital.
Casos como esses são exemplares da carência de planejamento no setor, responsabilidade do poder público. A região da av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini (zona sul), por exemplo, hoje é gargalo de tráfego na capital devido a um rápido e forte movimento de adensamento com verticalização. O aumento da ocupação do local só fará piorar o problema, demandando novos e caros investimentos em infra-estrutura.
A atual Lei de Zoneamento e o Plano Diretor, aprovados em 2002, trouxeram avanços ao limitar o tamanho das construções na capital e impor regras de compensação para aqueles que ultrapassem esses limites.
Mas é evidente que boas leis não bastam. É preciso aplicá-las com rigor e inteligência. É indispensável que a prefeitura mantenha-se vigilante e cobre planos detalhados para evitar que áreas densamente ocupadas cresçam de maneira desordenada. Talvez assim fosse possível ao poder público evitar a criação desnecessária de problemas nesses bairros e destinar mais recursos às regiões onde as condições de infra-estrutura são altamente precárias.


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