|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Bienal
"Excelente trabalho o de Fabio
Cypriano, verdadeiro jornalismo
independente ("Bienal do bolso vazio", Ilustrada de ontem).
Infelizmente, a reportagem ilustra práticas que são corriqueiras na
gestão da cultura no Brasil. É lamentável a situação à qual chegou a
Bienal de São Paulo.
A instituição merece um conselho atuante e uma administração
integrada, que esteja à altura de sua
grandeza. Não pode ser refém de
interesses de minorias e de inépcia.
É muito corajosa a atitude do curador Ivo Mesquita. Primeiro, por
liderar um evento ligado a uma instituição cuja falácia é conhecida.
Depois, por se posicionar de modo
contrário à situação patética a que
assistimos estarrecidos.
Está na hora de a sociedade de
São Paulo ser novamente visionária, mas com os pés no chão, sabendo o que é joio e o que é trigo, como
foram os pioneiros Ciccillo Matarazzo, fundador da Bienal, e Assis
Chateaubriand, mentor do Masp.
Não é possível deixar um patrimônio tão valioso, de todos os brasileiros, em mãos de visões personalistas e sazonais que apenas subtraem e nada adicionam à cultura
do país."
MARIA BONOMI , artista plástica (São Paulo, SP)
Fumo
"Relatou Rogério Pagnan, em
24/9, os acontecimentos da sessão
da Comissão de Saúde da Assembléia paulista ("Assembléia adia discussão de veto a cigarro').
Mostrou-nos que a ação dos sindicatos ligados a bares, restaurantes e hotéis provocou o adiamento
da votação do projeto de lei antifumo, projeto que o governo pretendia em regime de urgência, sem outras discussões e sem emendas.
Vitória desses manifestantes, que
bem souberam defender os seus interesses, agredidos pelas restrições
ao fumo preconizadas no projeto.
Cabem a nós, fumantes, as seguintes perguntas: onde estávamos
nós, o objeto real da pauta, que não
nos manifestamos? O que fazíamos
enquanto outros lutavam a luta que
é nossa? Acovardamo-nos esmagados pela onda antifumo? Abdicamos da luta em defesa dos nossos
direitos?"
HERMÍNIO LEITE CIDADE (São Paulo, SP)
Furacões
"Furacão em Nova Orleans, região de negros empobrecidos dos
Estados Unidos: ajuda escassa e demorada, abandono da gente pobre à
própria sorte.
Furacão na economia de bancos
de gente endinheirada em Nova
York: urgência em destinar-lhes
US$ 700 bilhões para salvá-los da
própria ganância por lucros.
Mais alguma coisa precisaria ser
dita sobre o caráter de um governo?
Que aprendizados podemos tirar,
aqui no Brasil, desses acontecimentos? Renda social mínima, aposta
na economia solidária, regulamentação criteriosa do mercado financeiro...
Haverá alguma chance para
idéias como essas vingarem antes
de furacões ainda mais potentes?"
TARCÍSIO MAURO VAGO , professor da UFMG
(Belo Horizonte, MG)
Cesp
"O pleito do governo paulista sobre o alargamento do prazo de concessão das principais hidrelétricas
da Cesp será encaminhado ao Conselho Nacional de Política Energética, que se pronunciará sobre a
questão.
Segundo o governo estadual, esta
seria condição sine qua non para a
privatização da empresa.
Diante disso, experientes engenheiros do setor elétrico e catedráticos de direito da USP e da PUC enviaram aos membros daquele conselho um documento ponderando
que a privatização da Cesp abriria
caminho para a formação de cartéis
que dominariam o sistema elétrico,
da geração à distribuição, expondo
os consumidores a aumentos tarifários e a cortes de eletricidade.
O documento, assinado por Fábio
Konder Comparato e Celso Antônio Bandeira de Melo e pelos engenheiros Joaquim Francisco de Carvalho, Adriano Murgel Branco e José Gelásio da Rocha, também deixa
claro que a privatização da Cesp
oneraria desnecessariamente o já
deficitário balanço de pagamentos
do país, pois, ao que tudo indica, o
comprador seria estrangeiro."
PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO (São Paulo, SP)
Álcool, direção e cadeia
"No dia 20 de maio do ano passado, Mylena brincava no pátio de sua
casa, em Chapecó (SC), quando um
carro desgovernado bateu no meio-fio, capotou e atingiu-a.
O motorista, embriagado, evadiu-se do local. Foi depois localizado
pelos policiais, escondido em um
telhado de uma casa vizinha. Deixou uma família desesperada com a
perda de Mylena.
Anteontem, 25/9, o motorista foi
a júri popular e foi condenado a 16
anos de cadeia, sem poder recorrer
em liberdade.
Não comemoramos, pois essa
condenação não trará Mylena de
volta, mas acredito que servirá de lição para muitos que dirigem embriagados.
Gostaria que este fato fosse divulgado para conscientizar as pessoas
de que justiça existe e que dirigir
embriagado dá cadeia."
LORENDANE SALETE CONCATTO (Chapecó, SC)
Fundo da infância
"Falar em "coronelismo" na gestão do dinheiro público, em favorecimentos e até em corrupção na
gestão dos recursos dos fundos das
crianças e adolescentes, como sugere Fernando Henrique de Moraes
Araújo ("Fundos da infância e a moralidade pública", "Tendências/Debates", 25/ 9), é desconhecer o processo em toda a sua extensão e um
fragrante desrespeito ao Conselho
dos Direitos da Criança e Adolescente e às organizações sociais.
Não cabe aos conselheiros, eleitos pela sociedade civil, a execução
direta de ações em prol de crianças
e adolescentes, como sugere o articulista, mas é deles a tarefa de intermediar a aplicação dos recursos arrecadados pelos fundos. E só depois
da aprovação colegiada a organização social pode receber a doação,
seja ela direcionada ou não.
Os que defendem o não-direcionamento certamente não conhecem a grandeza do trabalho que as
entidades do terceiro setor realizam com os recursos que recebem."
RICARDO MONTORO , secretário municipal de Participação e Parceria, órgão que gerencia as doações
ao Fumcad -Fundo Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente (São Paulo, SP)
Planos de saúde
"Concordo com a leitora Priscila
Scatena ("Painel do Leitor", 25/9),
pois também recebi uma carta do
plano de saúde.
Recebi uma carta da Unimed propondo reajuste dos atuais R$
220,24 para R$ 427. O reajuste se
refere ao plano de saúde de minha
mãe, que completou 72 anos neste
mês e contribui com este plano há
mais de 15 anos.
Mas o que me "conforta" é que, entre as novas coberturas, estão incluídos procedimentos para anticoncepção, laqueadura, inserção de
DIU... entre outros.
Se eles, os planos de saúde, estão
corretos ou não, não sou eu quem
vai dizer, mas, como bem disse a leitora Scatena, são reajustes amparados por lei, pela ANS e pelo Ministério Público de São Paulo.
É, realmente esse Estatuto do
Idoso é mesmo "para inglês ver"."
JOSÉ CARLOS CARVALHO (Indaiatuba, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Jairo Nicolau: O efeito decisivo e o efeito marginal Próximo Texto: Erramos Índice
|