São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Bienal
"Excelente trabalho o de Fabio Cypriano, verdadeiro jornalismo independente ("Bienal do bolso vazio", Ilustrada de ontem). Infelizmente, a reportagem ilustra práticas que são corriqueiras na gestão da cultura no Brasil. É lamentável a situação à qual chegou a Bienal de São Paulo. A instituição merece um conselho atuante e uma administração integrada, que esteja à altura de sua grandeza. Não pode ser refém de interesses de minorias e de inépcia. É muito corajosa a atitude do curador Ivo Mesquita. Primeiro, por liderar um evento ligado a uma instituição cuja falácia é conhecida. Depois, por se posicionar de modo contrário à situação patética a que assistimos estarrecidos. Está na hora de a sociedade de São Paulo ser novamente visionária, mas com os pés no chão, sabendo o que é joio e o que é trigo, como foram os pioneiros Ciccillo Matarazzo, fundador da Bienal, e Assis Chateaubriand, mentor do Masp. Não é possível deixar um patrimônio tão valioso, de todos os brasileiros, em mãos de visões personalistas e sazonais que apenas subtraem e nada adicionam à cultura do país."
MARIA BONOMI , artista plástica (São Paulo, SP)

Fumo
"Relatou Rogério Pagnan, em 24/9, os acontecimentos da sessão da Comissão de Saúde da Assembléia paulista ("Assembléia adia discussão de veto a cigarro'). Mostrou-nos que a ação dos sindicatos ligados a bares, restaurantes e hotéis provocou o adiamento da votação do projeto de lei antifumo, projeto que o governo pretendia em regime de urgência, sem outras discussões e sem emendas. Vitória desses manifestantes, que bem souberam defender os seus interesses, agredidos pelas restrições ao fumo preconizadas no projeto. Cabem a nós, fumantes, as seguintes perguntas: onde estávamos nós, o objeto real da pauta, que não nos manifestamos? O que fazíamos enquanto outros lutavam a luta que é nossa? Acovardamo-nos esmagados pela onda antifumo? Abdicamos da luta em defesa dos nossos direitos?"
HERMÍNIO LEITE CIDADE (São Paulo, SP)

Furacões
"Furacão em Nova Orleans, região de negros empobrecidos dos Estados Unidos: ajuda escassa e demorada, abandono da gente pobre à própria sorte. Furacão na economia de bancos de gente endinheirada em Nova York: urgência em destinar-lhes US$ 700 bilhões para salvá-los da própria ganância por lucros. Mais alguma coisa precisaria ser dita sobre o caráter de um governo? Que aprendizados podemos tirar, aqui no Brasil, desses acontecimentos? Renda social mínima, aposta na economia solidária, regulamentação criteriosa do mercado financeiro... Haverá alguma chance para idéias como essas vingarem antes de furacões ainda mais potentes?"
TARCÍSIO MAURO VAGO , professor da UFMG (Belo Horizonte, MG)

Cesp
"O pleito do governo paulista sobre o alargamento do prazo de concessão das principais hidrelétricas da Cesp será encaminhado ao Conselho Nacional de Política Energética, que se pronunciará sobre a questão. Segundo o governo estadual, esta seria condição sine qua non para a privatização da empresa. Diante disso, experientes engenheiros do setor elétrico e catedráticos de direito da USP e da PUC enviaram aos membros daquele conselho um documento ponderando que a privatização da Cesp abriria caminho para a formação de cartéis que dominariam o sistema elétrico, da geração à distribuição, expondo os consumidores a aumentos tarifários e a cortes de eletricidade. O documento, assinado por Fábio Konder Comparato e Celso Antônio Bandeira de Melo e pelos engenheiros Joaquim Francisco de Carvalho, Adriano Murgel Branco e José Gelásio da Rocha, também deixa claro que a privatização da Cesp oneraria desnecessariamente o já deficitário balanço de pagamentos do país, pois, ao que tudo indica, o comprador seria estrangeiro."
PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO (São Paulo, SP)

 
Álcool, direção e cadeia "No dia 20 de maio do ano passado, Mylena brincava no pátio de sua casa, em Chapecó (SC), quando um carro desgovernado bateu no meio-fio, capotou e atingiu-a. O motorista, embriagado, evadiu-se do local. Foi depois localizado pelos policiais, escondido em um telhado de uma casa vizinha. Deixou uma família desesperada com a perda de Mylena. Anteontem, 25/9, o motorista foi a júri popular e foi condenado a 16 anos de cadeia, sem poder recorrer em liberdade. Não comemoramos, pois essa condenação não trará Mylena de volta, mas acredito que servirá de lição para muitos que dirigem embriagados. Gostaria que este fato fosse divulgado para conscientizar as pessoas de que justiça existe e que dirigir embriagado dá cadeia."
LORENDANE SALETE CONCATTO (Chapecó, SC)

Fundo da infância
"Falar em "coronelismo" na gestão do dinheiro público, em favorecimentos e até em corrupção na gestão dos recursos dos fundos das crianças e adolescentes, como sugere Fernando Henrique de Moraes Araújo ("Fundos da infância e a moralidade pública", "Tendências/Debates", 25/ 9), é desconhecer o processo em toda a sua extensão e um fragrante desrespeito ao Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente e às organizações sociais. Não cabe aos conselheiros, eleitos pela sociedade civil, a execução direta de ações em prol de crianças e adolescentes, como sugere o articulista, mas é deles a tarefa de intermediar a aplicação dos recursos arrecadados pelos fundos. E só depois da aprovação colegiada a organização social pode receber a doação, seja ela direcionada ou não. Os que defendem o não-direcionamento certamente não conhecem a grandeza do trabalho que as entidades do terceiro setor realizam com os recursos que recebem."
RICARDO MONTORO , secretário municipal de Participação e Parceria, órgão que gerencia as doações ao Fumcad -Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (São Paulo, SP)

Planos de saúde
"Concordo com a leitora Priscila Scatena ("Painel do Leitor", 25/9), pois também recebi uma carta do plano de saúde. Recebi uma carta da Unimed propondo reajuste dos atuais R$ 220,24 para R$ 427. O reajuste se refere ao plano de saúde de minha mãe, que completou 72 anos neste mês e contribui com este plano há mais de 15 anos. Mas o que me "conforta" é que, entre as novas coberturas, estão incluídos procedimentos para anticoncepção, laqueadura, inserção de DIU... entre outros. Se eles, os planos de saúde, estão corretos ou não, não sou eu quem vai dizer, mas, como bem disse a leitora Scatena, são reajustes amparados por lei, pela ANS e pelo Ministério Público de São Paulo. É, realmente esse Estatuto do Idoso é mesmo "para inglês ver"."
JOSÉ CARLOS CARVALHO (Indaiatuba, SP)

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