São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Feitiço e feiticeiro
"A censura prévia que o governador Joaquim Roriz, candidato à reeleição ao governo do Distrito Federal, impôs ao jornal "Correio Braziliense", longe de ter promovido o alcance que pretendia, apenas extrapolou o efeito que tentara evitar.
No país dos desmentidos, onde os poderes constituídos e as oligarquias procuram sempre criar obstáculos para impedir que a verdade sobrevenha, não é estranho que as suas poderosas investidas contra a sociedade possuam sempre o condão de proporcionar veracidade ao que se pretendia negar?"
Alonso de Oliveira (Santa Bárbara d'Oeste, SP)


Dialética
"A dialética sindical ou gerencial é estéril. Uma figura mística ou um gerente competente é apenas ilusório ou burocrático. No Brasil, não há estadistas, pois não há Política (com "p" maiúsculo). O que há são eleições. Muitas eleições. Manipuladas por "marketingueiros".
Dessas eleições nada resulta, a não ser novas eleições. Essa é a esterilidade: eleições que nada produzem. Nem mesmo uma democraciazinha. Se não econômica, ao menos social."
Ney José Pereira (São Paulo, SP)


Homens de visão
"Meus cumprimentos ao sr. Janio de Freitas por seu artigo de domingo passado ("Os efeitos do sucesso", Brasil, 20/ 10). É reconfortante saber que ainda contamos com consciências de tal lucidez e estofo atuando em nossa imprensa.
Aproveito o espaço privilegiado para mandar um recado aos nossos candidatos e futuros governantes: mais do que de (mera) competência administrativa, o país precisa de homens que, providos de coração, alma e entusiasmo, tenham visão e saibam inspirar e mobilizar a nação adolescente que somos para buscar a sua verdadeira identidade e o seu verdadeiro destino.
Quanto à experiência e à competência administrativas, bem, a meu ver elas são absolutamente imprescindíveis... aos ministros."
José Ricardo de Oliveira Bernardo (Belo Horizonte, MG)

 

"A alusão à crise argentina difundida na propaganda de José Serra parece-me superficial, além de pouco condizente com o noticiário que acompanhamos.
É bom lembrar que, na verdade, o ex-presidente Fernando de la Rúa (suponho que seja esse o político "bom de crítica e ruim de governo') não promoveu nenhuma mudança na economia de seu país. Ao contrário. Até mesmo reconduziu ao poder Domingo Cavallo, o ex-ministro de Menem. Lembre-se ainda que De la Rúa nunca foi um baderneiro ou um demagogo barato, como esses marqueteiros querem aparentemente insinuar aos incautos, mas, sim, um membro da aristocracia portenha, que, ao que eu saiba, nunca proferiu ataques violentos a Menem, com quem sempre foi visto em termos cordiais quando foi prefeito de Buenos Aires.
Portanto, não vejo que correlação possa ser estabelecida entre o fraco governo de Fernando de la Rúa (cuja eleição se deveu mais ao repúdio popular à corrupção da era Menem do que à crítica ao modelo econômico) e um hipotético governo Lula."
Pedro de Araújo Meira (Fortaleza, CE)


Palmeiras
"O Palmeiras vinha habitualmente ocupando posição destacada e pujante no âmbito esportivo. Agora, encontra-se em situação que revela decadência e retrocesso.
Isso não diz respeito apenas ao que se passa com as atividades futebolísticas, mas acontece generalizadamente no contexto do clube. Portanto é preciso adotar urgentemente medidas capazes de modificar esse lamentável panorama, que entristece e magoa todos os que amam a agremiação.
Programação adequada, plena de espírito progressista, isenção de intuitos no sentido de aproveitamentos pessoais, dedicação altruística desvinculada de interesses materiais personalísticos e atuação de órgãos diretivos calcada firmemente nas determinações estatutárias são providências inadiáveis. Os descontentes, interpretados como oposicionistas, devem ser encarados acima de tudo como palmeirenses que, na verdade, almejam ver o grêmio que admiram reconstruído depois do desastre consumado nos últimos anos."
Vicente Amato Neto (São Paulo, SP)


Masturbação
"Em relação à carta da leitora Rita de Cássia Magalhães ("Painel do Leitor", 25/ 10), creio que ele não tenha razão para "reclamar". "Teen" quer dizer "teenager", e trata-se de crianças a partir de 13 anos.
Se seu filho gosta de ler o Folhateen, corre o risco de encontrar artigos que não irá entender e que poderão chocá-lo. Ele ainda não é "teen".
Filhos pequenos têm a Folhinha para ler."
Meta Van Hien (Santo André, SP)


Tele-Justiça
"Em relação aos artigos dos juristas Luiz Flávio Borges D'Urso e Luiz Flávio Gomes, publicados no dia 19/10 ("Tendências/Debates", pág. A3), a Associação Juízes para a Democracia e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, a Ordem dos Advogados do Brasil-Seção São Paulo, a Associação dos Advogados de São Paulo, o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, a Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo, o Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias das Fundações e das Universidades Públicas do Estado de São Paulo e o Instituto de Defesa do Direito de Defesa expressaram posição frontalmente contrária à adoção daquele sistema virtual pelo Judiciário.
Até mesmo entregaram manifesto sobre o assunto ao Excelentíssimo Senhor Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo."
Ary Casagrande, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia (São Paulo, SP)


Museus
"Lendo a reportagem "Cesar Maia pretende construir Guggenheim com dólar a R$ 2,15" (Cotidiano, pág. C5, 22/10), não pude deixar de sentir-me profundamente indignada com a possibilidade de realização de tal projeto.
A questão, a meu ver, não se refere a quantos reais pagarão por dólar! Penso apenas que, com muito menos milhares de dólares, poderia ser restaurado, por exemplo, o Museu da Quinta da Boa Vista, que, apesar de riquíssimo, está totalmente descuidado."
Renata Sampaio Rodrigues (São Paulo, SP)



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