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DÉFICIT AMERICANO
O Departamento de Comércio do governo norte-americano divulgou a revisão da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB) no terceiro trimestre. Surpreendentemente, a taxa foi ainda
mais alta, 4% em relação ao trimestre
anterior. A expansão foi impulsionada pelos gastos em bens duráveis,
que aumentaram 23,1%. Os consumidores aproveitaram os financiamentos com taxas de juros próximas
de zero para trocar seus automóveis.
As taxas de juros baixas das hipotecas também estimularam a construção de imóveis residenciais, que se
expandiu 6,6%.
O gasto público foi outra fonte de
demanda relevante. Os gastos federais cresceram 4,3%, liderados pelas
despesas militares. Os gastos estaduais e municipais aumentaram
2,4%, no mesmo período.
A queda na arrecadação -desencadeada pela desaceleração econômica e por cortes tributários- e o
aumento nos gastos deterioraram a
situação do setor público norte-americano. O conjunto das esferas de governo havia apresentado superávit
nos últimos quatro anos, mas, no
terceiro trimestre de 2002, houve déficit de US$ 242 bilhões, sendo US$
52 bilhões dos Estados e municípios.
De acordo com o documento "Situação Fiscal dos Estados", divulgado pela associação dos governadores, alguns Estados passam por
grandes dificuldades. Isso já ocasionou aumento de mensalidades escolares, corte nos gastos com saúde,
elevação de impostos e demissão de
funcionários. Além disso, o déficit
dos Estados contribui para o aumento do endividamento público nos
EUA. O estoque de dívida dos Estados e municípios atingiu US$ 1,4 trilhão no segundo trimestre.
A expansão do endividamento e os
déficits fiscais crescentes podem sinalizar uma elevação da taxa de juros
de longo prazo, induzindo o Fed (o
banco central) a aumentar também a
taxa de juros de curto prazo. Isso poderia dificultar o uso da política monetária como fonte de estímulo para
a economia americana e, por conseguinte, para a economia global.
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