São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Santa Catarina
"Até agora, não ouvi e não li a opinião de uma voz de referência sobre a tragédia em Santa Catarina: a da engenharia brasileira. Milhares de vozes de leigos, de políticos e de vítimas são ouvidas. Termos populares e não-científicos abundam nas várias "reportagens", e não se esclarece o gravíssimo problema daquele que é um dos mais bonitos Estados: muitas de suas cidades foram erguidas no caminho das águas, que escoam por encostas e morros e no seu curso encontram vilas e cidades. Exemplo disso é a localidade de Ilhota. Milhares de famílias pagam, às vezes com as próprias vidas, pelo fato de construírem suas casas em encostas ou em áreas geologicamente instáveis. Aqui em São Paulo, na serra do Mar, próximo a Imigrantes, temos um exemplo disso. Quando uma tragédia ocorrer, não se poderá alegar "fatalidade"."
ELIAS FADEL JÚNIOR (Campinas, SP)

Bancos
"É perfeito o título da coluna de Vinicius Torres Freire de ontem ("Bancos enfiam a faca", Dinheiro). É isso o que as instituições financeiras fazem há anos com os brasileiros. Essa gente não tem nenhum senso de cidadania ou de respeito ao consumidor. Depois vem o senhor Fábio Barbosa, da Febraban, dizer que o crédito está em expansão. Se está, como justificar o recorde dos juros do cheque especial e dos cartões de crédito anunciado ontem, que atingiram a estratosfera? Tem razão o ministro Guido Mantega ao cobrar deles uma atitude construtiva para sair da crise. E onde está o Banco Central, que deveria cobrar os recursos advindos da mudança das regras do depósito compulsório?"
MARIA EDUARDA CAMARGOS (Belo Horizonte, MG)

Educação
"A análise da professora Dagmar Zibas é perfeita ("Como interpretar o vandalismo nas escolas?", "Tendências/Debates", ontem). Só para exemplificar a descrença dos jovens com a escola pública, vou relatar uma resposta que costumo ouvir de jovens trabalhadores a quem pergunto se estudam: "Estudo, mas em escola pública". Esse "mas", infelizmente, já diz tudo."
GRAÇA SETTE (Belo Horizonte, MG)

 
"Durante a faculdade, não era raro que os bons professores nos alertassem de que as aulas deveriam surpreender os alunos, chamar-lhes a atenção, de modo a que a escola se tornasse prazerosa e, como conseqüência, surtisse efeito, inclusive social. A ilusão se foi à medida que, enquanto profissional, tive de trabalhar em três turnos de aulas para não definhar. Não me surpreende que a procura por cursos que formam professores tenha caído, conforme revelou reportagem desta Folha em 11/11. No país da retórica, levei três anos para perceber que a educação vai mal das pernas e abandonar a carreira."
RENATO ALESSANDRO DA SILVA
(São João da Boa Vista, SP)

Meia-entrada
"Atentado à cultura! É como podemos chamar o projeto de lei da Comissão de Educação do Senado que restringe o benefício da meia-entrada a 40% dos ingressos nos eventos esportivos, de lazer e culturais (Cotidiano, ontem). Não é de espantar que não haja interesse por parte do governo federal em ressarcir a parte "perdida" pelos produtores de cultura, ficando claro que o incentivo à cultura, definitivamente, não é prioridade. Mas salta aos olhos ver a classe artística reunida nesta empreitada, ver atores altamente gabaritados e bem-sucedidos em suas profissões apoiarem um projeto que aparta a cultura daqueles que possuem parcos recursos para consumi-la. Um benefício conquistado há décadas, que procura estreitar a relação entre cultura/lazer e estudantes, não pode ser usurpado da sociedade em razão do desmazelo do Estado e do cachê por inteiro no bolso de nossos grandes artistas."
MARCOS CALVO ROQUE bancário e estudante (São Paulo, SP)

 
"O senador Pedro Simon fez uma constatação, com surpresa, sobre estudantes e artistas estarem em lados opostos. Digo ao senador que os tempos são outros. Grande parte dos artistas, muitos globais, com cachês espetaculares, agora são os "produtores". E eles são gananciosos e, lógico, cheios de "projetos" em sua "bagagem". Consideram que não é "justo", segundo o ator Wagner Moura, o setor cultural arcar com "isso" "sozinho". Pois é, nesse imbróglio de interesses, é a meia-entrada que vai pagar a conta. Eu só queria saber se eles têm certeza de que os 40% destinados aos estudantes estarão seguros."
ZULEICA ABOUD PIOVANI (Santo André, SP)

Vida e morte
"Infelizmente, o senhor José Roberto Teixeira Leite ("Painel do Leitor", ontem) não entendeu o espírito da coisa. O artigo de João Pereira Coutinho de 25/11 (Ilustrada) é corajoso, honesto e, o que mais impressiona, vem de alguém muito jovem. Isso mostra que maturidade não é uma questão de idade. João Pereira Coutinho não deseja a morte dos velhos. O que ele diz é que a vida deve ser vivida enquanto vale a pena."
MARIA HELENA MOSSÉ , psicanalista (Rio de Janeiro, RJ)

Sindicatos
"Antonio Neto, da CGTB ("Painel do Leitor", ontem), lembra que a contribuição sindical é "dinheiro do trabalhador arrecadado pelo Estado". Ele só esqueceu de informar que o trabalhador não tem a opção de não pagar este verdadeiro imposto. Isso porque o governo que atualmente controla o Estado preferiu manter as centrais sindicais no bolso a se arriscar a ter de discutir de verdade as relações de trabalho no Brasil."
ANDRÉ PEDROSO (São Paulo, SP)

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