|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Santa Catarina
"Até agora, não ouvi e não li a opinião de uma voz de referência sobre
a tragédia em Santa Catarina: a da
engenharia brasileira.
Milhares de vozes de leigos, de
políticos e de vítimas são ouvidas.
Termos populares e não-científicos
abundam nas várias "reportagens", e
não se esclarece o gravíssimo problema daquele que é um dos mais
bonitos Estados: muitas de suas cidades foram erguidas no caminho
das águas, que escoam por encostas
e morros e no seu curso encontram
vilas e cidades. Exemplo disso é a
localidade de Ilhota.
Milhares de famílias pagam, às
vezes com as próprias vidas, pelo fato de construírem suas casas em encostas ou em áreas geologicamente
instáveis. Aqui em São Paulo, na
serra do Mar, próximo a Imigrantes, temos um exemplo disso.
Quando uma tragédia ocorrer,
não se poderá alegar "fatalidade"."
ELIAS FADEL JÚNIOR (Campinas, SP)
Bancos
"É perfeito o título da coluna de
Vinicius Torres Freire de ontem
("Bancos enfiam a faca", Dinheiro).
É isso o que as instituições financeiras fazem há anos com os brasileiros. Essa gente não tem nenhum
senso de cidadania ou de respeito
ao consumidor.
Depois vem o senhor Fábio Barbosa, da Febraban, dizer que o crédito está em expansão. Se está, como justificar o recorde dos juros do
cheque especial e dos cartões de
crédito anunciado ontem, que atingiram a estratosfera?
Tem razão o ministro Guido
Mantega ao cobrar deles uma atitude construtiva para sair da crise. E
onde está o Banco Central, que deveria cobrar os recursos advindos
da mudança das regras do depósito
compulsório?"
MARIA EDUARDA CAMARGOS (Belo Horizonte, MG)
Educação
"A análise da professora Dagmar
Zibas é perfeita ("Como interpretar
o vandalismo nas escolas?", "Tendências/Debates", ontem).
Só para exemplificar a descrença
dos jovens com a escola pública,
vou relatar uma resposta que costumo ouvir de jovens trabalhadores a
quem pergunto se estudam: "Estudo, mas em escola pública". Esse
"mas", infelizmente, já diz tudo."
GRAÇA SETTE (Belo Horizonte, MG)
"Durante a faculdade, não era raro que os bons professores nos alertassem de que as aulas deveriam
surpreender os alunos, chamar-lhes a atenção, de modo a que a escola se tornasse prazerosa e, como
conseqüência, surtisse efeito, inclusive social. A ilusão se foi à medida
que, enquanto profissional, tive de
trabalhar em três turnos de aulas
para não definhar.
Não me surpreende que a procura por cursos que formam professores tenha caído, conforme revelou
reportagem desta Folha em 11/11.
No país da retórica, levei três
anos para perceber que a educação
vai mal das pernas e abandonar a
carreira."
RENATO ALESSANDRO DA SILVA
(São João da Boa Vista, SP)
Meia-entrada
"Atentado à cultura! É como podemos chamar o projeto de lei da
Comissão de Educação do Senado
que restringe o benefício da meia-entrada a 40% dos ingressos nos
eventos esportivos, de lazer e culturais (Cotidiano, ontem).
Não é de espantar que não haja
interesse por parte do governo federal em ressarcir a parte "perdida"
pelos produtores de cultura, ficando claro que o incentivo à cultura,
definitivamente, não é prioridade.
Mas salta aos olhos ver a classe
artística reunida nesta empreitada,
ver atores altamente gabaritados e
bem-sucedidos em suas profissões
apoiarem um projeto que aparta a
cultura daqueles que possuem parcos recursos para consumi-la.
Um benefício conquistado há décadas, que procura estreitar a relação entre cultura/lazer e estudantes, não pode ser usurpado da sociedade em razão do desmazelo do
Estado e do cachê por inteiro no
bolso de nossos grandes artistas."
MARCOS CALVO ROQUE bancário e estudante
(São Paulo, SP)
"O senador Pedro Simon fez uma
constatação, com surpresa, sobre
estudantes e artistas estarem em lados opostos. Digo ao senador que os
tempos são outros.
Grande parte dos artistas, muitos
globais, com cachês espetaculares,
agora são os "produtores". E eles são
gananciosos e, lógico, cheios de
"projetos" em sua "bagagem". Consideram que não é "justo", segundo o
ator Wagner Moura, o setor cultural arcar com "isso" "sozinho".
Pois é, nesse imbróglio de interesses, é a meia-entrada que vai pagar a conta.
Eu só queria saber se eles têm
certeza de que os 40% destinados
aos estudantes estarão seguros."
ZULEICA ABOUD PIOVANI (Santo André, SP)
Vida e morte
"Infelizmente, o senhor José Roberto Teixeira Leite ("Painel do Leitor", ontem) não entendeu o espírito da coisa. O artigo de João Pereira
Coutinho de 25/11 (Ilustrada) é
corajoso, honesto e, o que mais impressiona, vem de alguém muito jovem. Isso mostra que maturidade
não é uma questão de idade.
João Pereira Coutinho não deseja a morte dos velhos. O que ele diz
é que a vida deve ser vivida enquanto vale a pena."
MARIA HELENA MOSSÉ , psicanalista
(Rio de Janeiro, RJ)
Sindicatos
"Antonio Neto, da CGTB ("Painel
do Leitor", ontem), lembra que a
contribuição sindical é "dinheiro do
trabalhador arrecadado pelo Estado". Ele só esqueceu de informar
que o trabalhador não tem a opção
de não pagar este verdadeiro imposto. Isso porque o governo que
atualmente controla o Estado preferiu manter as centrais sindicais
no bolso a se arriscar a ter de discutir de verdade as relações de trabalho no Brasil."
ANDRÉ PEDROSO (São Paulo, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Cássio Schubsky: Servidores e serviçais Próximo Texto: Erramos Índice
|