São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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SÃO PAULO MAIS CARA

O aumento no IPTU pretendido pela Prefeitura de São Paulo é apenas um dos prenúncios de que se avizinha, para o paulistano, um 2003 marcado por forte elevação do custo de vida. O reajuste, além de fazer o imposto devido crescer, lançará à zona de incidência do IPTU uma parcela dos imóveis da capital que em 2002 ficou isenta.
A notícia se segue à concessão de um aumento de 20% nas passagens de ônibus e está no bojo do pacote tributário que, entre outros tópicos, cria taxas específicas para a coleta de lixo e a iluminação pública. A prefeitura petista, seguindo padrão que vem preponderando no setor público brasileiro, aumenta impostos para custear os crescentes gastos com a sua dívida. Mas o cidadão vê pouco retorno desse ataque a seu bolso.
Uma das tarefas dadas como certas pelos petistas há dois anos era a extinção do dispendioso Tribunal de Contas do Município, o que até agora não foi feito. Pior: há pouco tempo, numa atitude de reconciliação com o TCM, a prefeita indicou um assessor para o cargo de conselheiro do tribunal. A nomeação de pessoas que julgarão as contas do próprio prefeito que as indicou foi alvo de ataques constantes do PT quando o partido estava na oposição.
A majoração da tarifa do serviço de ônibus cuja qualidade continua muito aquém da necessária também não deixa esquecer promessa por ora não cumprida por Marta Suplicy de melhorar o transporte público. A licitação que daria o primeiro passo nesse sentido foi postergada mais uma vez.
Instituir uma taxa para o lixo sem abater outra que já é cobrada via IPTU também não convence. Faz suspeitar de que, mais que tornar a cobrança pelo serviço justa e transparente, o que se procura mesmo são fontes adicionais de recursos para o caixa municipal.
Esse cidadão maltratado pela voracidade tributária e pelo serviço público ruim voltará às urnas em 2004.


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