São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Novo governo
"O deputado Delfim Netto é um dos poucos políticos no país que ainda falam com sensatez. A sua entrevista mostrou aquilo que os brasileiros esperam do novo governo: seriedade com o bem público ("Esquerda não entende "novo PT", diz Delfim" (Dinheiro, pág. B4, 26/12). Espero que o presidente Lula a tenha lido, arregace as mangas e trabalhe pelo Brasil."
Marcelo de Souza (São Paulo, SP)

Transgênicos
"Por que a Folha publica na íntegra um artigo como o do chefe do setor científico do Banco Mundial, Robert Watson ("Investir na agricultura deve ser a chave para diminuir a fome", Ciência, 23/12)? Trata-se de um artigo superficial, que faz a apologia dos transgênicos e utiliza como argumento a erradicação da fome. O senhor Watson não deve ter recebido um outro relatório -sobre o crescente número de suicídios de agricultores na Índia (estima-se que esse número ultrapasse a casa dos 500). Aliás, ele utiliza no seu artigo a Índia como exemplo para justificar a quadruplicação da colheita de trigo. Pelo que deixa transparecer em seu texto, o sr. Watson não acompanha pareceres nem análises de antropólogos e de ambientalistas. Por quê? A submissão dos agricultores às sementes transgênicas é um assunto grave e merece um tratamento especial em sua abordagem. Os interessados deveriam ler a edição de julho/agosto/setembro da "Ciência & Cultura" (revista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). O artigo é "Endividamento provoca onda de suicídios na Índia"."
Mara Nunes (São Paulo, SP)

Cursos
"Concordo com Roberto Leal Lobo e Maria Beatriz Lobo ("O risco do retrocesso", "Tendências/Debates", pág. A3, 26/ 12), que disseram que a suspensão de credenciamento de novos cursos superiores só beneficiaria os centros universitários e as universidades -com autonomia legal para abrir cursos e vagas-, muitos com pior desempenho nos provões do MEC do que os cursos de faculdades e de faculdades integradas. O que o novo ministro de Educação precisa fazer é aperfeiçoar o sistema de avaliação do ensino superior, incluindo em seus quadros de "especialistas" representantes das "minorias" que conseguem oferecer um ensino de qualidade com menores custos para seus alunos."
José Marta Filho, diretor das Faculdades Integradas de Ourinhos (Bauru, SP)

Venezuela
"Mais impressionante do que as imagens que chegam da Venezuela é o preconceito de leitores como o senhor José Alberto Marcondes Machado ("Painel do Leitor", 26/12), que não hesitou em rotular os opositores ao "desgoverno" de Hugo Chávez de consumistas. É muito fácil tascar rótulos dessa maneira, mas os fatos mostram que a parcela esclarecida e consciente da população venezuelana não engole discursos populistas e também sabe fazer valer a sua vontade, enfrentando até carros do Exército quando necessário."
Katia Almeida (São Paulo, SP)

 
"Por que para sabermos o que realmente se passa na Venezuela dependemos de opiniões de leitores como José Alberto Marcondes Machado ou de escassas notícias, como a que o jornalista Clóvis Rossi publicou em sua coluna de 24/12 ("O sequestro da democracia", Opinião, pág. A2)? Todas as notícias que chegam até nós são enviadas pela imprensa privada da Venezuela, o que faz com que cheguem distorcidas. São repassadas para nós como se o povo venezuelano estivesse realmente interessado na queda de Hugo Chávez. O povo sofrido que elegeu legitimamente o presidente está a seu favor, porém a elite, constituída por empresários e por uma parte do povo que pretende fazer a sua "peregrinação a Miami", como diz o leitor, tem medo de perder essa oportunidade e, para que isso não aconteça, está disposta a derrubar o presidente em detrimento da sobrevivência do próprio país."
Yvonne Zamboni Adissi (São Paulo, SP)

Isenção de IR
"É angustiante viver num país em que a lei não é igual para todos e é vilipendiada até por aqueles que têm o dever de protegê-la ("STF isenta do IR reajuste dos juízes", Brasil, 18/12). Angustiante porque uma decisão do STF, que beneficia desavergonhadamente vetustos senhores de toga, afronta os mais elementares princípios da decência fiscal e moral. Qualquer remuneração que se refira ao fator trabalho é rendimento normal."
Paulo Seródio (São Paulo, SP)

Deputados
"Como filiado ao PT há 20 anos, gostaria de perguntar ao companheiro e leitor Edmílson Firmino de Souza ("Painel do Leitor", 26/12), de Timóteo (MG), se os salários de R$ 70 mil a R$ 90 mil pagos na gestão do futuro ministro dos Transportes, Anderson Adauto, quando presidente da AL de MG foi aceito ou recusado pelos deputados petistas. Porque, se os deputados petistas "embolsaram" essas quantias astronômicas, fica difícil para os petistas mineiros exigir maior representatividade no novo governo alegando que suas vidas são pautadas pela ética e pela moral."
Jorge Tabajara (São Paulo, SP)

Prefeitura
"Concordo plenamente com a leitora Maria Lucia Vaz Guimarães ("Painel do Leitor", 26/12). O pior é que tanto a prefeita de São Paulo como o presidente eleito alegam não ter verbas. Antes de ocupar o cargo, todo mundo tem soluções para os problemas do país, mas, depois que assumem, acabam admitindo que as alternativas não são tão viáveis assim."
Maria Cristina Vieira (São Paulo, SP)

Saúde
"Em relação ao texto "Para sentir-se bem, é preciso sentar-se bem" (Veículos, 22/12), gostaria de salientar o seguinte. No trecho em que a entrevistada Rosângela Soares diz sofrer de "refluxo na perna esquerda", afirmando ser "um problema de circulação causado por dirigir em excesso", há algumas incorreções. O refluxo ocorre num vaso sanguíneo da perna esquerda, muito frequentemente na veia safena interna. Essa disfunção não é causada por dirigir em excesso, mas por conta de uma anormalidade fisiológica do vaso comprometido -notadamente a incapacidade que têm suas válvulas internas de manter o fluxo sanguíneo apenas no sentido do coração (sentido central), vedando o refluxo em direção aos pés. Na situação de refluxo venoso, ocorre uma dificuldade do retorno do sangue das pernas para o coração (retorno venoso). Alguns fatores estimulam esse retorno, sendo o principal a contração dos músculos da perna. Durante as contrações, ainda que leves, o sangue venoso é bombeado em sentido central. Portanto o ato de dirigir na cidade, no qual o motorista efetua repetidos movimentos de flexão do tornozelo, constitui um excelente estímulo ao retorno venoso. Apenas quando o motorista permanece várias horas com as pernas paradas numa mesma e desconfortável posição é que o risco de formação de coágulos nas pernas pode vir a se tornar significativo."
Ruben Miguel Ayzin Rosoky, angiologista e cirurgião vascular (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Ricardo Yazbek, Renato Genioli Jr. e Rita de Cássia Yazbek, R. Yazbek Desenvolvimento Imobiliário Ltda. (São Paulo, SP); Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical (São Paulo, SP); McCann-Erickson Brasil (São Paulo, SP); Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque, vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas (São Paulo, SP); VM Comunicações (São Paulo, SP); Jesse Ribeiro, presidente do PPB -Partido Progressista Brasileiro (São Paulo, SP); Tales Castelo Branco (São Paulo, SP); José Silveira, Paranapanema (Rio de Janeiro, RJ); Aristides Inácio Vogt, diretor da Doux Frangosul (Monte Negro, RS).


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