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PAINEL DO LEITOR
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Doações
"Sobre a reportagem "Senadores
captam doações de interessados em
seus projetos" (Brasil, 25/12), há
relevantes omissões, todas informadas anteriormente ao repórter
Rubens Valente.
O projeto nº 64/2006, de autoria
do senador José Jorge, que alterava
o Estatuto do Desarmamento, isentava integralmente do pagamento
de taxas o registro de armas das
empresas de segurança. Como relator, propus o pagamento de 20% do
valor das taxas. Portanto, diferentemente do que relatou a Folha,
minha proposta, aprovada por unanimidade na CCJ do Senado, onerou as empresas de segurança, que já pagam cerca de 38% de seu faturamento em impostos e taxas.
Quanto ao projeto nº 165/2003,
que proibia a venda de bebidas alcoólicas para menores de 21 anos, é
preciso registrar que a proposição
foi arquivada pelo Parlamento, pois
afrontava o Código Civil, recém-aprovado pelo Congresso, que estabeleceu a maioridade penal em 18
anos. Esse projeto nunca foi votado
e foi arquivado. Além disso, o ECA
já reconhece como crime a venda
de bebidas alcoólicas a menores de
18 anos. O mais eficiente, no entanto, no combate a esse crime é o incremento da fiscalização e da iniciativa policial e judiciária, estas,
sim, ações efetivas em benefício de
crianças e adolescentes.
Reitero, como disse à Folha, que
os dois projetos foram relatados seguindo orientação do governo, de
quem eu era líder no Senado."
ALOIZIO MERCADANTE , senador pelo PT-SP
(Brasília, DF)
Resposta do jornalista Rubens Valente- As informações citadas
não foram "omitidas". Estão no texto ou no quadro que acompanha a reportagem. O parecer do senador "onerou" as empresas de segurança com um desconto de 80% do valor original.
Confronto de Poderes
"Se verdadeira a informação
constante da seção "Painel" em 25/
12 -de que, tão-somente em represália à decisão do STF que abortou o
aumento de 91% autoconcedido pelos parlamentares, as lideranças da
Câmara imporão obstáculos ao projeto do STJ que prevê a criação de
400 novas varas federais no país-,
restará, mais uma vez, evidenciada
a pequenez desses homens e mulheres supostamente eleitos e eleitas para cuidar dos interesses do
povo brasileiro."
JULIO ALBERTO NETTO LIMA (São Luís, MA)
O preço da paz
"Lamento informar ao leitor
Douglas Guerchfeld ("Painel do Leitor", 26/12) que o Estado de Israel
bombardeia e mata civis palestinos
e os usa como escudo em suas incursões na Cisjordânia e em Gaza
há décadas. Portanto, naquela região, não existem "santos", mas ocupantes e ocupados, repressores e
reprimidos, terroristas de Estado e
vingadores desse terrorismo, descumpridores de resoluções da ONU
e vítimas desse descumprimento.
Basta normalizar essa situação e a
paz, uma paz justa, virá. Sim, é simples assim!"
MAURO FADUL KURBAN , diretor-secretário da Federação de Entidades Árabe-Brasileiras do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
Saddam Hussein
"Até parece que o júri que condenou Saddam Hussein à morte é brasileiro: dois pesos e duas medidas.
Ele foi condenado pela responsabilidade nos diversos crimes cometidos contra os povos iraquiano e curdo enquanto era ditador do Iraque.
Mas, e o presidente Bush, dos Estados Unidos, responsável pela morte
de dezenas ou centenas de milhares
de inocentes civis iraquianos, quando será condenado?"
LUIZ ANTONIO PRATALI (Santos, SP)
Caos aéreo
"A prática do "overbooking" tornou-se usual entre as companhias
aéreas para evitar os prejuízos sofridos quando o passageiro esquecia ou não conseguia cancelar a reserva. Antigamente, cobrava-se
multa do passageiro, que, por sua
vez, dificilmente pagava. Vender
passagens a mais passou a ser "um
jeitinho" de diminuir prejuízos.
A Anac, passando a controlar a
venda das passagens, vai criar algum mecanismo de cobrar multa do
passageiro que não embarca e não
cancela a reserva? Ou é somente
mais uma atitude pseudopaternalista desse órgão público?
É preciso seriedade das companhias aéreas, sim. Mas dos seus passageiros, da Infraero e da própria
Anac, também. Um "mea culpa" de
todos seria conveniente e muito
bem-vindo. Ninguém cria um caos
dessa proporção sozinho."
IRENE SANDKE , (Curitiba, PR)
"Penso que esta Folha passou
dos limites razoáveis na cobertura
da crise da aviação civil. Não me
lembro de nenhum outro tema, a
não ser os escândalos éticos recorrentes dos políticos, que tenha merecido tamanha cobertura diária.
Será preciso lembrar este jornal
de que a população mais pobre,
bem como a "achatada" classe média, enfrenta enormes dificuldades
em hospitais e postos de saúde em
todos os 365 dias de cada ano? E a
péssima qualidade da educação pública? Por que não ter um caderno
semanal específico para esse tema
vital -idéia, aliás, que já foi aventada anteriormente neste espaço? E
as estradas? E a habitação? Será
que o transporte público da cidade
de São Paulo não merece a atenção
da mídia também? Não me parece
que o preço das passagens de ônibus condiz com o serviço prestado.
Por que não cobrir da mesma forma esses temas?"
FÁBIO MANCASTROPE (Taubaté, SP)
Mínimo irracional
"A inflexão à direita da Folha tem
sido amplamente notada e comentada nos últimos tempos. Mas o
editorial da última sexta-feira, dia
22/12 ("Mínimo irracional'), é de
assustar até os moderados.
Num país que ostenta a vergonhosa posição de vice-campeão de
desigualdade social do planeta e
campeão absoluto na transferência
de renda aos mais abastados via taxa de juros, classificar de "irracional" um vergonhoso salário mínimo
de R$ 380 só seria compreensível
se se tratasse de uma crítica ao seu
valor insuficiente. Mas bradar, como fez a Folha, contra o incremento de R$ 5 em seu valor, tachando-o
de "gastos estéreis", além de assustar pela insensibilidade social, reflete o país em que vivemos.
Trata-se de um editorial histórico. Talvez, dentro de cem anos, ajude a compreender o tipo de sociedade mesquinha e gananciosa que
existia neste Brasil no limiar do século 21 e o papel da mídia em sua
perpetuação."
JORGE LUÍS BREDER (Campinas, SP)
Ney Suassuna
"Sr. Ney Suassuna, seu desagravo
publicado ontem na Folha ("Tendências/Debates') não me convence. Bradar que não há provas que o incriminem não basta. Afinal, nos
meandros da corrupção não existem recibos, contratos ou cheques
nominais. Sendo assim, infelizmente e excepcionalmente, nesse
caso, o ônus da prova de inocência é
seu. Porque onerados temos sido
nós, que confiamos nossos votos a
cada um de nossos atuais representantes, para, no final, ser atirado em
nossas caras o luvião de escândalos
que parecem incomodar só a nós,
cidadãos. No Congresso, no frigir
dos ovos podres, ninguém é punido,
a contravenção é contemplada pela
generosidade suspeita de cada um
dos que deveriam nos representar,
tudo "por falta de provas".
Esse sofrimento que o senhor diz
enfrentar devia ter sido previsto
quando de sua milionária campanha para se eleger. Investido do
cargo de senador, sua vida passa a
ser pública, para o bem ou para o
mal, e cargos como o seu acarretam
inúmeras benesses, mas, de vez em
quando, dão com pequenos contratempos como o atual. Quem entra
na lama é para se sujar."
PAULO TAUFI MALUF JUNIOR (São Paulo, SP)
Boas-festas
"A Folha agradece e retribui os
votos de boas-festas recebidos de:
Luiz Carlos Santos, deputado federal pelo PFL-SP (Brasília, DF);
Vanderlei Macris, deputado estadual pelo PSDB-SP, e família (São
Paulo, SP); Antonio Jacinto Matias, Área de Apoio ao Desenvolvimento e Marketing do Banco Itaú S.A. (São Paulo, SP); Hermelindo
Ruete de Oliveira, presidente do
Conselho de Administração da Copersucar (São Paulo, SP); Luiz Fernando Emediato, Geração Editorial (São Paulo, SP); Norma e Alencar Tatui (São Paulo, SP).
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