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FORTES INDÍCIOS
Quanto mais avançam as ainda incipientes investigações
em torno das atividades de Waldomiro Diniz na Casa Civil, mais fortalecem-se os indícios de que o ex-assessor de Assuntos Parlamentares do
ministro José Dirceu participou de
negociações que poderiam ser caracterizadas como tráfico de influência
durante sua permanência no cargo.
A Polícia Federal começa a investigar
a possibilidade de que Waldomiro
Diniz tenha promovido gestões
comprometedoras com vistas à renovação do contrato entre a Caixa
Econômica Federal e a empresa
Gtech, especializada no gerenciamento de loterias.
Já se tornou insustentável a conveniente e fantasiosa versão de que o
caso estaria circunscrito à negociata
que teve lugar em 2002, no Rio de Janeiro, quando o ex-assessor trocou
favores, comissões e contribuições
para campanhas com um "empresário do jogo". Poucos duvidam hoje
de que a posição estratégica ocupada
pelo ex-assessor no governo federal
foi utilizada para outras ações pouco
abonadoras.
A Polícia Federal diz aguardar da
Justiça uma autorização para a quebra do sigilo fiscal e bancário do investigado. A Receita Federal e o INSS
já teriam iniciado o cruzamento de
informações que poderiam indicar
irregularidades. Em que pesem as
naturais inseguranças sobre quão
profundas e rigorosas tais investigações poderão ser, não há por ora nada que indique interferência do governo nas apurações. Espera-se que a
quebra do sigilo seja autorizada.
Independentemente do que mais
se descubra, desde já causa estranheza o fato de que homem tão experiente e arguto, como mostrou ser o
ministro José Dirceu ao longo de sua
carreira, tenha se equivocado na escolha de um assessor a ser alojado no
Planalto com a delicada missão de
negociar com parlamentares.
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