São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Bolsa-Família
"O artigo de Clóvis Rossi de 26/2 ("Não era jabuticaba", pág. A2) é desrespeitoso com o melhor programa de distribuição de renda que o Brasil já teve -de amplo acesso-, que é o programa Bolsa-Família. As pessoas inscritas nesse programa não merecem ouvir que o benefício é uma "esmola". Não é uma esmola. É um direito que todo brasileiro pobre tem. É um programa amplo, que beneficia justamente os mais necessitados. Quanto à bronca sobre os juros, quero dizer que eles são fruto do desgoverno da octaetéride fernandista. A tendência dos juros no Brasil é de queda para os próximos anos. Qualquer pessoa sabe que o governo Lula pegou esse país falido, e um escorregão poderia significar a ingovernabilidade tão cantada pelo tucanos -que fizeram tanta besteira que achavam que o navio furado só navegaria seis meses."
Evaristo Almeida (Carapicuíba, SP)

PIB pífio
"Aproveitando o espírito do Carnaval e, ao mesmo tempo, lembrando dos programas tipo "sopão" do PT, fico a pensar que a prática do "panis et circenses" cai como uma luva para um governo de desempenho tão pífio como o brasileiro".
Sérgio Masucci (São Paulo, SP)
 

"Estava na página A5 de ontem: "Presidente se isola em base militar no Rio". Por que um presidente tão querido ficaria isolado e não correria para os braços da população e diria suas intermináveis metáforas? Ora, após a divulgação do crescimento do PIB em 2005 -de 2,3%-, parece que o presidente está envergonhado de uma política econômica desastrosa para a maioria da população e altamente feliz para o sistema bancário, que, segundo esta mesma Folha, está cada vez mais ativo em contribuições generosas para o PT "do andar de cima" ("Doação de bancos ao PT cresceu cerca de 1.000% desde 2002", Brasil, pág. A4). É de causar escândalo ver a tabela da pág. B2 de ontem com os dados do crescimento do PIB de alguns países: Venezuela (10,2%), Argentina (9,2%), Uruguai (6,9%) e Chile (5,2%). Talvez seja o momento para que uma nova "Carta ao Povo Brasileiro" explique o fracasso da política econômica."
Francisco Claudio Tavares (Mogi das Cruzes, SP)

Doações
"Fiquei estarrecido com a informação de que o Santander Banespa foi o principal banco doador dos diretórios nacional e paulista do PT em 2004, contribuindo com uma parcela considerável para a elevação em 1.005% das doações dos bancos ao PT nos últimos dois anos. Enquanto faz tamanha gentileza ao PT, o banco demite funcionários e mantém congeladas aposentadorias e pensões de seus inativos, engordando ainda mais sua fantástica rentabilidade."
Ariovaldo Cavarzan (Campinas, SP)
 

"Conforme apontado ontem na reportagem de Rubens Valente e Marta Salomon ("Doação de bancos ao PT cresceu cerca de 1.000% desde 2002'), as análises sobre padrões de financiamento a partidos políticos são dificultadas pelo fato de as contas serem apresentadas em papel. Ainda pior é a separação permitida entre finanças partidárias e finanças eleitorais, o que dá lugar a "buracos negros" de informação que só podem ser preenchidos quando se detectam movimentações em série em datas próximas, como descrito na reportagem. Sobre a distribuição de doações às eleições municipais de 2004, agregações a partir do projeto "Às Claras", da Transparência Brasil (www.asclaras.org.br), mostram que os principais financiadores foram empresas de construção, com pelo menos R$ 73,7 milhões (a imprecisão decorre do fato de a agregação ser feita por palavras-chave presentes nos nomes das empresas, o que pode deixar de lado parte do universo), dos quais R$ 16 milhões se dirigiram ao PT, R$ 14,5 milhões ao PSDB, R$ 12,2 milhões ao PMDB e R$ 8,5 milhões ao PFL. O segundo maior setor doador foi o agropecuário, com R$ 16,8 milhões. Os quatro partidos mais financiados por esse setor foram PSDB, PDT, PMDB e PT."
Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil (São Paulo, SP)

Dilma Rousseff
"Para nós, que não a conhecemos, ela representava a figura de uma mulher muito segura, competente, de muita personalidade e confiança. Agora, com suas declarações na Folha de ontem, acho que ela se revelou. Como a maioria dos integrantes da cultura política brasileira, ela, se já não era, virou farinha do mesmo saco. Declarar que as medidas recém-adotadas pelo governo não têm objetivos eleitorais, que o presidente ainda não se decidiu se vai ou não ser candidato à reeleição e que não se provou nada sobre o "mensalão", a despeito das fortes e irrefutáveis evidências, é abusar da nossa santa paciência."
Carlos Eduardo Pompeu (Limeira, SP)

Casamento
"A TV Cultura, ao se transformar em subsidiária dos interesses multinacionais da editora Abril, vai inevitavelmente contra a isenção jornalística que a emissora deveria defender acima de tudo (nota "Janela 1", seção "Outro Canal", Ilustrada, 27/2). Nós, meros pagadores de impostos e financiadores da instituição, ligada ao governo do Estado, fomos questionados sobre se queremos ou não que a Cultura seja intermediadora da ideologia da editora Abril? A quem interessa esse casamento Cultura X Abril?"
Heidwaldo A. Seleghini (São Paulo, SP)

Fotocópias
"Em vez de simplesmente proibirem reproduções, é muito mais do que razoável que as bibliotecas cobrem um valor a mais pelas reproduções de textos científicos e capítulos de livros e repassem o valor aos respectivos autores e editoras, como sugeriu ontem a Folha no editorial "Cópias universitárias" (Opinião). Sou estudante e, se eventualmente reproduzo trecho de um livro ou de um artigo publicado, não é por que quero prejudicar alguém ou levar alguma vantagem: é simplesmente porque naquele momento não posso adquiri-los. Falo por mim, e não tenho procuração para falar em nome de meus colegas universitários, mas tenho quase certeza de que, se o dinheiro fosse suficiente, compraríamos todos os livros recomendados por nossos professores, pois sabemos que cada livro comprado é um investimento realizado. Isso sem dizer que, ao comprarmos as obras, não ficaríamos à mercê de interpretações de uma lei que, em vez de regulamentar o assunto, jogou nuvens sobre ele."
Jean Carlos de Siqueira Colmeal Gil, estudante de direito (Mogi das Cruzes, SP)

Crimes hediondos
"A frase transcrita na reportagem "Para ex-ministro, progressão deve ser diferenciada" (Cotidiano, 25/2), sobre o julgamento do STF em relação aos crimes hediondos, omitiu parte integrante do meu pensamento. A progressão só deveria ser admitida depois do cumprimento de metade da pena em regime fechado e se, nesse período, o beneficiado tivesse comportamento irrepreensível."
José Gregori, ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso e presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo (São Paulo, SP)

Cabeceira
"Certamente, o livro de cabeceira do presidente Lula é "Vida e Obra de FHC". O plano econômico é exatamente o mesmo; os projetos sociais são idênticos; a vaidade exagerada não fica atrás; o blablablá é o irritante de sempre. Agora, até o local para passar o Carnaval teve que ser o indicado por FHC. É muita falta de imaginação, não?"
Geraldo Siffert Júnior (Rio de Janeiro, RJ)

Texto Anterior: Eduardo Athayde: Biodiesel no Carnaval da Bahia

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.