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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Pelé
"Para nós, brasileiros, Pelé é um ícone do esporte e Edson leva nosso nome pelo mundo afora. Com exclusividade, a Folha destacou levantamentos judiciais que todos tememos ofuscar tamanho brilho. Porém, diferentemente dos EUA, que tentam ocultar o escândalo de Carl Lewis para preservar sua imagem e títulos, nós devemos exigir investigações aprofundadas sobre a história fiscal das empresas de Pelé e Hélio Viana. É uma pena, mas temos outros ícones do esporte pelos quais continuamos sendo bem representados, como Gustavo Kuerten e Rodrigo Pessoa."
Paula Corradi Baladore (Itapeva, SP)

Drogas
"Cheira mal a afirmação do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, de que o fim das bocas-de-fumo no Rio ou em São Paulo provocaria uma tragédia, com centenas de milhares de viciados em crise de abstinência. Não seria uma desculpa para a omissão e o conluio com o tráfico? Por que não criar postos de saúde especiais, que forneceriam gratuitamente doses controladas de drogas para viciados e, ao mesmo tempo, lhes ofereceriam, caso quisessem, acesso a especialistas para sua cura? Será porque isso prejudicaria os "comerciantes" atuais?"
Radoico Câmara Guimarães (São Paulo, SP)

 

"Achei muito pertinentes as colocações do novo secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, em relação à dificuldade que vai ter para tentar minimizar a questão da violência ligada ao narcotráfico em uma sociedade que apresenta uma alta demanda por drogas. Como psiquiatra, gostaria de contribuir, dizendo ao sr. Garotinho que ouça os técnicos que trabalham com o problema. Pena que ele talvez não tenha feito isso nos quatro anos em que governou a unidade federativa hoje comandada por sua mulher, pois o povo fluminense já estaria bem mais estruturado para enfrentar tão terrível situação."
José Elias Aiex Neto, médico psiquiatra (Foz do Iguaçu, PR)

Bairrismo
"Não sou eleitora de Rosinha Garotinho e deploro a sua atuação como governadora, mas admito que, em um ponto, ela pôs o dedo na ferida: o bairrismo e a parcialidade da imprensa paulista são escandalosos. Gostaria de conhecer o critério que faz com que uma notícia sobre um toque de recolher imposto por traficantes em São Paulo receba uma notinha discreta no caderno Cotidiano da Folha. Tal fato, se tivesse ocorrido no Rio, receberia chamada na Primeira Página."
Adma Andrade Viegas (Rio de Janeiro, RJ)

Argentina
"As eleições na vizinha Argentina demonstram o vazio no poder criado pela crise e pela miséria que se instalaram naquela que foi a quinta economia do mundo, por causa de descalabro do governo, gastos públicos e desajustes fiscais. Tudo o que se promete pelos candidatos não pode ter conteúdo de seriedade. Afinal, tal como aqui, lá as duras regras internacionais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial incumbiram-se de pôr em prática a recessão e a falta de visão no futuro."
Carlos Henrique Abrão (São Paulo, SP)

Venezuela
"Os empresários brasileiros que irão se beneficiar dessa linha de crédito de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 3 bilhões) concedida pelo BNDES para a exportação de bens, serviços e equipamentos à Venezuela participarão de alguma licitação oficial ou vai ser tudo resolvido na base da caixa-preta?"
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Verbas e ação
"Com todo o respeito que o presidente da República merece, quero discordar de sua opinião quando disse ao ministro da Educação que "não se pode ter pressa". Na educação temos pressa, sim, -e muita-, a fim de tentarmos recuperar pelo menos um pouco dos 502 anos perdidos com uma educação pública que, enquanto boa, foi elitista e que hoje é deficiente e ruim. Se o governo não tiver pressa, a miséria e a criminalidade vão ficar cada vez piores e a desigualdade irá perdurar quem sabe outros 500 anos. Temos pressa, sim, de uma educação para valer. A qualidade de nosso ensino é diretamente proporcional ao que se paga aos professores, e o despreparo deles está ligado ao desinteresse pela profissão por causa do baixo salário. É um círculo vicioso e que se agrava a cada ano que perdemos com discussões estéreis e pouquíssima ação."
Ivete M. Bueno (São Paulo, SP)

Reforma criativa
"A grande maioria que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apostou numa virada fenomenal, num projeto de governo que não consegue decolar. Como todo presidente eleito pela vontade do povo, Lula tem a chance de se tornar um grande estadista ou um grande medíocre perante os olhos da história. Ao eleger o PT, os brasileiros esperavam mudanças de vulto na administração da coisa pública. Reformas estruturais são necessárias e urgentes, mas um pouco de criatividade ajuda. Reforma tributária de verdade é aquela que aumenta a arrecadação e diminui a carga tributária, pois se aumenta a base de arrecadação e se evita a sonegação de tributos. O Brasil surpreendeu o mundo ao eleger Lula. Pois bem, que Lula agora surpreenda o mundo elaborando e realizando reformas que mudem o que realmente precisa ser mudado."
Ranieri Corrêa (Natal, RN)

Poder Judiciário
"O artigo do desembargador Cláudio Baldino Maciel só vem comprovar as palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o Poder Judiciário sente-se intocável. Os magistrados deveriam estar cientes de que o presidente não quis atingir todos os membros desse poder com sua declaração. Porém, o corporativismo falou mais alto e os juízes e desembargadores preferem fechar os olhos, ignorando seus colegas corruptos. A Justiça deve ser cega, mas está cega demais."
André Graziano (Guarujá, SP)

 

"O Ministro da Justiça anuncia uma reforma radical. Não se engane a população, porque os políticos não acabarão com a morosidade da Justiça. Estão mais preocupados com o chamado controle externo da magistratura. Não seria bom, também, um controle externo da OAB, do Ministério Público, do Poder Legislativo e do Executivo? Quando se fala em reformar o Judiciário, pelas propostas que já se discutiram, não se encontra nenhum expediente que poderá facilitar o acesso à Justiça e agilizar o desfecho dos processos. Alguns desses políticos sugere, por exemplo, acabar com a omissão do Estado em relação à assistência judiciária? Fala-se em assegurar, efetivamente, para cada pobre um profissional competente para defender seus direitos em juízo? Por que não se esclarece a população que não se acabará com a morosidade da Justiça se não houver mais juízes e mais funcionários? Por que ninguém tem interesse de dotar o Judiciário de orçamento que viabilize o seu funcionamento com eficiência? A morosidade da Justiça não se acaba porque os Poderes Executivo e Legislativo não têm interesse nem boa vontade."
Paulo Roberto de Santana (Santos, SP)

Para o leitor
"Sugiro que esta coluna seja realmente destinada ao leitor. Personalidades que queiram se defender de reportagens deveriam ter outro espaço. Mais da metade da coluna é destinada a essas pessoas que já têm espaço próprio no jornal. Eu, após 25 anos de assinatura do jornal e diversas cartas escritas, nunca tive o prazer de ver um texto meu neste jornal."
José Roberto Procópio Pinto (São Paulo, SP)


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