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CRISE DOS PLANOS
Alguns planos de saúde, principalmente os de menor porte,
estão em dificuldades financeiras. É
por isso que o governo cogita de criar
linhas de crédito especiais para que o
setor possa reestruturar-se através de
fusões e aquisições. Existem hoje no
mercado 1.797 operadoras, que respondem pela assistência a 40,1 milhões de brasileiros.
A estratégia pode ser útil. Uma
maior concentração tenderia a absorver as empresas em piores dificuldades, em que pese o risco de redução da concorrência. A verdade, porém, é que o problema dos custos
médicos é grave e de difícil solução.
Novas tecnologias, que tendem a
ser cada vez mais caras, são continuamente incorporadas às boas práticas médicas, especialmente em
hospitais privados. O resultado é que
a alta dos custos é superior à da inflação medida pelos índices ao consumidor. Logo, planos de saúde que
ofereçam cobertura para todas as
doenças com o melhor tratamento
disponível, como exige a lei, precisariam ter seus preços reajustados acima da inflação - e muito poucos
clientes poderiam pagá-los.
Como isso não é factível, assiste-se
a um verdadeiro cabo-de-guerra, em
que operadoras tentam reduzir seus
custos piorando progressivamente a
remuneração dos médicos e hospitais ou tentando recusar o maior número possível de atendimentos.
Criou-se um ambiente no qual praticamente todos estão descontentes.
Para tentar sair do dilema é necessário que todos, especialmente usuários e médicos, evitem onerar o sistema com consultas, internações e
exames desnecessários. Pela atual
sistemática, um teste ou um dia no
hospital a mais parecem não ter custo. Na verdade, porém, constituem
despesas que são pagas por todos os
usuários do sistema.
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