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FERNANDO RODRIGUES
A profecia da polarização
BRASÍLIA - Como previsto, Ciro
Gomes (PSB) foi ontem oficialmente ejetado da disputa pelo Planalto.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deu mais um passo para colocar em prática sua tese da polarização entre PT e PSDB.
Privado de seus quadros históricos no PT, todos abatidos por escândalos, Lula concluiu que só fará
seu sucessor se a eleição se tornar
uma gincana exclusiva entre PT e
PSDB. Enxerga uma vantagem para
si na comparação do seu período no
Planalto com os oito anos de Fernando Henrique Cardoso.
O enterro da candidatura de Ciro
Gomes pavimentou o caminho para
o cumprimento da profecia lulista.
Se a estratégia funcionará na prática é uma outra história. Por enquanto, Marina Silva (PV) está num
longínquo terceiro lugar. José Serra
(PSDB) lidera. Dilma Rousseff (PT)
teve rápida ascensão e está sólida
na segunda colocação.
Nas próximas semanas, o quadro
sucessório ganhará nitidez. Os institutos de pesquisa investigarão o
cenário mais próximo da realidade
das urnas em outubro. Incluirão
também os candidatos de partidos
nanicos. Até agora, só o Datafolha
saiu na frente, e apurou o seguinte:
Serra tem 40%, Dilma fica com
29%, Marina pontua 11% e daí surgem Mário de Oliveira (PT do B) e
Zé Maria (PSTU), ambos registrando 1% cada na pesquisa.
No próximo levantamento, deve
também ser testado o nome de Plínio de Arruda Sampaio, o ex-deputado federal por São Paulo que é
agora pré-candidato a presidente
pelo PSOL. Pelo menos outros cinco nanicos devem aparecer.
Esse mar de nomes também incluirá Dilma Rousseff, que tentará
polarizar com Serra. A saída de Ciro
Gomes tornou as coisas mais fáceis,
é verdade. Mas havia muitas eleições não apareciam tantos partidos
pequenos concorrendo ao Planalto.
Quando há muita gente no páreo, a
chance de a teoria do caos embaralhar as previsões não é desprezível.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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