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A POPULARIDADE DE FHC
A pesquisa Datafolha sobre a popularidade do presidente e do Real, publicada ontem nesta Folha, sugere
uma queda no prestígio de Fernando
Henrique Cardoso e mostra que continua altamente expressiva a aprovação do plano de estabilização.
No entanto, os resultados da série
de levantamentos realizada desde a
posse de FHC ainda não permitem
uma avaliação decisiva sobre a consistência desse aparente declínio de
popularidade. Considerados nessa
perspectiva de longo prazo, o prestígio e a desaprovação observados na
mais recente pesquisa estão na média registrada desde janeiro de 1994.
É verdade que, pela primeira vez, a
avaliação "ótimo/bom" de FHC caiu
em dois levantamentos sucessivos.
Mas cabe lembrar que a variação do
prestígio presidencial em relação à
enquete anterior ficou na margem de
erro -isto é, pode ser estatisticamente desconsiderada.
Não se trata aqui de se prender puramente à aritmética, desconsiderando a evolução do contexto político-econômico. É provável que a tendência recente, e ainda incerta, de
piora na avaliação do presidente se
deva à imagem de inação que vem caracterizando o seu governo nos últimos meses. Adveio um refluxo depois da bolha de consumo proporcionada pela transferência de renda
no início do Plano Real.
Pode-se especular ainda que a estabilização já é tida como uma conquista definitiva pela população, que
gostaria agora de ver mais avanços.
Isto é, um empenho maior do governo em realizar as reformas de que o
país necessita, seja na máquina pública ou na área social.
De resto, é possível que os últimos
escândalos políticos e sociais também tenham influenciado a recente
avaliação do presidente FHC.
De qualquer modo, é ainda prematuro concluir que a popularidade do
presidente se descola do prestígio do
seu plano de estabilização da moeda,
que continua muito alto. O andamento da economia, particularmente
no que diz respeito a consumo e emprego, é que vai confirmar ou não a
hipótese de que a inflação baixa poderá deixar de ser um trunfo tão valioso como vem sendo para FHC.
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