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SINAIS DE RECUPERAÇÃO
Segundo levantamento da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), a atividade industrial em São Paulo apresentou retração de 1,1% entre janeiro e julho,
em relação ao mesmo período de
2002. Mas as vendas reais, descontada a inflação, expandiram-se 4,9%
em julho, comparadas às de junho. O
mesmo processo pode ser encontrado no setor de embalagem, um dos
primeiros a expressar uma retomada
do crescimento. As vendas de papel e
papelão cresceram 5,2% em julho, a
despeito da queda de 16,5% no ano.
A expansão das vendas pode provocar uma redução nos estoques, melhorando as chances de retomada da
produção. A expectativa de recuperação da demanda doméstica foi impulsionada pela tendência de redução dos juros sinalizada pelo BC, a
partir de junho. A perspectiva de queda já repercute, ainda que palidamente, no crédito ao consumidor.
A recuperação econômica, liderada
pelos bens de consumo, não representa novidade na economia brasileira. Ao contrário, tem sido o padrão
dos movimentos de "arrancada e
breque" dos últimos anos. A incógnita atual seria sua extensão, uma vez
que permanecem elevados o nível de
desemprego e a contração da massa
salarial. Os dissídios salariais previstos para o segundo semestre podem
contribuir para dar algum incremento à demanda interna.
A taxa de desemprego na região
metropolitana de São Paulo recuou
de 20,3% em junho para 19,7% em
julho, de acordo com pesquisa da
Fundação Seade/Dieese. O salário
médio pago aos trabalhadores na região mais rica do país foi de R$ 910
em junho, um aumento de 1,8% em
relação a maio. É, contudo, o menor
valor já pago nesse mês desde 1985.
Assim, há discretos sinais de recuperação na economia brasileira.
Mas, para a retomada ser sustentável, ainda há importantes desafios a
vencer, como a necessidade de ampliação do investimento público e
privado e de políticas mais claras para preservar os saldos comerciais.
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