São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Herança
"Analisando a composição do governo Lula, cheguei à conclusão de que o presidente é adepto do masoquismo, pois insiste em preservar a herança maldita deixada por FHC, tal como Henrique Meirelles (presidente do Banco Central), Nelson Jobim (ministro da Defesa) e agora Solange Vieira, a mais recente indicada para a presidência da Anac.
Todos fizeram parte do governo tucano, sem contar que a bancada petista comandada pelo senhor Lula votou contra o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Bolsa Escola e a CPMF, hoje tão cobiçada pelos petistas a ponto de o presidente Lula dizer que é impossível governar o Brasil sem esse tributo.
Será que ele em algum momento pensou na nação quando induziu os companheiros a votarem contra tudo o que FHC criou?"
MANUEL CARLOS VIEIRA (São Paulo, SP)

Valerioduto
"Não sou nem nunca fui petista, mas não posso deixar de comentar a incrível cara-de-pau do tucano Augusto de Franco ("A farsa do mensalão mineiro'). Uma lengalenga de dar engulhos em quem consiga somar dois mais dois.
Primeiro ele diz que é "farsa" dizer que o PSDB age igual ao PT. Não se trata de farsa, mas de apropriação indébita de autoria, já que todos sabemos que foi o PT quem se valeu do esquema do valerioduto inaugurado pelo tucanato mineiro. Depois afirma que "quem compra aliados uma vez para fazer maioria fica obrigado a comprar sempre".
Disso ele fala certamente com conhecimento de causa, pois o caso mais flagrante é o da compra de votos, a R$ 200 mil por cabeça, para a reeleição de Fernando Henrique, como denunciou a Folha à época.
O sempre brilhante Elio Gaspari, ontem, matou a cobra e mostrou o pau quando disse que os tucanos, nesse caso do mensalão mineiro, mostram o oportunismo com que manipulam a moralidade alheia -e a inteligência alheia também, ouso acrescentar."
ALFREDO SPÍNOLA DE MELLO NETO (São Paulo, SP)

Longo prazo
"Após ler o texto "Lula se reúne com Walfrido e Jucá para discutir extinção de secretaria" (Folha Online, 27/9/2007), constato que o Legislativo brasileiro virou um balcão de negócios -negócios com dinheiro público, vale salientar. Uma secretaria de "planejamento de longo prazo" é um deboche. Quer dizer que tudo o mais que é planejado neste governo é de curto prazo? Só vale até as próximas eleições?
Uma secretaria com status de ministério, com 600 cargos em comissão, é uma aberração que custa caro a nós, pagadores de impostos. E para fazer o quê? Dar um "cala a boca" num crítico do governo de Lula.
Agora me aparece o Walfrido dos Mares Guia, famoso nas Minas Gerais por suas negociatas, oferecendo a diretoria da Petrobras ao PMDB para manter a tal secretaria e seu cabide de empregos. Isso é uma aberração!"
ISABELLA NEVES (Brasília, DF)

Caixa-dois
"É mesmo difícil entender cabeça de tucano: os petistas envolvidos com o caixa-dois foram chamados de bandidos, desonestos, mau caráter etc. Mas o senador Eduardo Azeredo, que cometeu o mesmo crime, é chamado pelos colegas tucanos de "honesto, íntegro, um grande caráter" ("PSDB ataca Azeredo por envolver FHC", Brasil, 27/9). Assim fica complicado."
BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP) Tropa de elite
"Quer dizer que o Plínio Fraga (um dos 300 críticos de cinema da Folha, no dizer certeiro de Paulo Francis) julga ruim o filme "Tropa de Elite" porque ele imita os padrões hollywoodianos (ou seja, é bom tecnicamente), "banaliza e glamouriza a tortura" e, "ao glorificar a limpeza social do Bope, está próximo de ser seu cúmplice".
Quem considera os assassinatos mostrados no filme como limpeza social é o jornalista, pois em nenhum momento o filme sugere se tratar disso. Quanto à acusação de que o filme legitima a tortura, penso que, se ao final do filme houvesse uma clara vitória moral, financeira ou amorosa de seus protagonistas (que inegavelmente são alguns dos policiais do Bope), então se poderia afirmar que o ponto de vista destes teria sido o vencedor. Mas o que se vê é exatamente o contrário.
Recomendo ao diretor de "Tropa de Elite" que coloque no início do filme um alerta a críticos tacanhos e suas ultrapassadas fórmulas frankfurtianas: "O Ministério da Saúde informa: tortura, violência e tiroteio são coisas ruins. Crianças não devem tentar fazer isto em casa"."
CARLOS ALBERTO BÁRBARO (Teresina, PI)

São Paulo
"Em relação ao texto "Kassab cede 30 cargos a 13 vereadores" (Cotidiano, 26/9), a prefeitura reafirma, como faz desde o início desta gestão, que não existem indicações políticas ou a mencionada troca de cargos em subprefeituras por apoio de vereadores. A administração Kassab não recorre à prática, comum em outros governos, de lotear cargos ou departamentos. O critério da nomeação é sempre técnico, e a decisão é do Executivo.
A própria reportagem é prova disso ao se basear em reclamação de um vereador que, embora vote projetos do Executivo de interesse do município, não tem indicações políticas."
ANTONIO CARLOS MALUFE, Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Livro didático
"Nas últimas semanas, um livro didático de história foi amplamente discutido na imprensa.
O artigo inicial de Ali Kamel, em "O Globo", condenou a obra baseado apenas em trechos que lhe convinham, ignorando outros, que se opunham ou relativizavam os primeiros. Além disso, mal-informado, o jornalista deu a entender que o MEC incentivava a adoção da obra, ignorando que livros didáticos da escola pública são antes avaliados por especialistas para serem, depois, escolhidos livremente pelos professores.
Outros órgãos da grande imprensa repetiram Kamel sem investigar mais a fundo. Surpreende que até o ex-ministro Paulo Renato tenha engrossado o coro, condenando a doutrinação de esquerda, ignorando que a "obra maldita" foi aprovada pela primeira vez em sua gestão (e reprovada apenas recentemente, em 2007).
A Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos retorna a esses fatos não para defender a obra, numa postura corporativista, ou para reclamar da crítica, que é útil e necessária. Só desejamos análises abrangentes e bem-informadas. Em particular, reiteramos que, embora careçam de ajustes, os programas governamentais do livro didático há mais de dez anos vêm contribuindo para a melhoria do ensino brasileiro de forma plural, democrática e republicana."
JOSÉ DE NICOLA NETO, presidente da Abrale - Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (São Paulo, SP)

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