|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Herança
"Analisando a composição do governo Lula, cheguei à conclusão de
que o presidente é adepto do masoquismo, pois insiste em preservar a
herança maldita deixada por FHC,
tal como Henrique Meirelles (presidente do Banco Central), Nelson
Jobim (ministro da Defesa) e agora
Solange Vieira, a mais recente indicada para a presidência da Anac.
Todos fizeram parte do governo
tucano, sem contar que a bancada
petista comandada pelo senhor Lula votou contra o Plano Real, a Lei
de Responsabilidade Fiscal, o Bolsa
Escola e a CPMF, hoje tão cobiçada
pelos petistas a ponto de o presidente Lula dizer que é impossível
governar o Brasil sem esse tributo.
Será que ele em algum momento
pensou na nação quando induziu os
companheiros a votarem contra tudo o que FHC criou?"
MANUEL CARLOS VIEIRA (São Paulo, SP)
Valerioduto
"Não sou nem nunca fui petista,
mas não posso deixar de comentar a
incrível cara-de-pau do tucano Augusto de Franco ("A farsa do mensalão mineiro'). Uma lengalenga de
dar engulhos em quem consiga somar dois mais dois.
Primeiro ele diz que é "farsa" dizer
que o PSDB age igual ao PT. Não se
trata de farsa, mas de apropriação
indébita de autoria, já que todos sabemos que foi o PT quem se valeu
do esquema do valerioduto inaugurado pelo tucanato mineiro.
Depois afirma que "quem compra
aliados uma vez para fazer maioria
fica obrigado a comprar sempre".
Disso ele fala certamente com conhecimento de causa, pois o caso
mais flagrante é o da compra de votos, a R$ 200 mil por cabeça, para a
reeleição de Fernando Henrique,
como denunciou a Folha à época.
O sempre brilhante Elio Gaspari,
ontem, matou a cobra e mostrou o
pau quando disse que os tucanos,
nesse caso do mensalão mineiro,
mostram o oportunismo com que
manipulam a moralidade alheia -e
a inteligência alheia também, ouso
acrescentar."
ALFREDO SPÍNOLA DE MELLO NETO (São Paulo, SP)
Longo prazo
"Após ler o texto "Lula se reúne
com Walfrido e Jucá para discutir
extinção de secretaria" (Folha
Online, 27/9/2007), constato que o
Legislativo brasileiro virou um balcão de negócios -negócios com dinheiro público, vale salientar.
Uma secretaria de "planejamento
de longo prazo" é um deboche. Quer
dizer que tudo o mais que é planejado neste governo é de curto prazo?
Só vale até as próximas eleições?
Uma secretaria com status de ministério, com 600 cargos em comissão, é uma aberração que custa caro
a nós, pagadores de impostos. E para fazer o quê? Dar um "cala a boca"
num crítico do governo de Lula.
Agora me aparece o Walfrido dos
Mares Guia, famoso nas Minas Gerais por suas negociatas, oferecendo a diretoria da Petrobras ao
PMDB para manter a tal secretaria
e seu cabide de empregos. Isso é
uma aberração!"
ISABELLA NEVES (Brasília, DF)
Caixa-dois
"É mesmo difícil entender cabeça
de tucano: os petistas envolvidos
com o caixa-dois foram chamados
de bandidos, desonestos, mau caráter etc. Mas o senador Eduardo
Azeredo, que cometeu o mesmo crime, é chamado pelos colegas tucanos de "honesto, íntegro, um grande
caráter" ("PSDB ataca Azeredo por
envolver FHC", Brasil, 27/9). Assim fica complicado."
BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)
Tropa de elite
"Quer dizer que o Plínio Fraga
(um dos 300 críticos de cinema da
Folha, no dizer certeiro de Paulo
Francis) julga ruim o filme "Tropa
de Elite" porque ele imita os padrões hollywoodianos (ou seja, é
bom tecnicamente), "banaliza e glamouriza a tortura" e, "ao glorificar a
limpeza social do Bope, está próximo de ser seu cúmplice".
Quem considera os assassinatos
mostrados no filme como limpeza
social é o jornalista, pois em nenhum momento o filme sugere se
tratar disso. Quanto à acusação de
que o filme legitima a tortura, penso que, se ao final do filme houvesse
uma clara vitória moral, financeira
ou amorosa de seus protagonistas
(que inegavelmente são alguns dos
policiais do Bope), então se poderia
afirmar que o ponto de vista destes
teria sido o vencedor. Mas o que se
vê é exatamente o contrário.
Recomendo ao diretor de "Tropa
de Elite" que coloque no início do
filme um alerta a críticos tacanhos e
suas ultrapassadas fórmulas frankfurtianas: "O Ministério da Saúde
informa: tortura, violência e tiroteio são coisas ruins. Crianças não
devem tentar fazer isto em casa"."
CARLOS ALBERTO BÁRBARO (Teresina, PI)
São Paulo
"Em relação ao texto "Kassab cede 30 cargos a 13 vereadores" (Cotidiano, 26/9), a prefeitura reafirma,
como faz desde o início desta gestão, que não existem indicações políticas ou a mencionada troca de
cargos em subprefeituras por apoio
de vereadores. A administração
Kassab não recorre à prática, comum em outros governos, de lotear
cargos ou departamentos. O critério da nomeação é sempre técnico, e
a decisão é do Executivo.
A própria reportagem é prova
disso ao se basear em reclamação de
um vereador que, embora vote projetos do Executivo de interesse do
município, não tem indicações políticas."
ANTONIO CARLOS MALUFE, Prefeitura de São Paulo
(São Paulo, SP)
Livro didático
"Nas últimas semanas, um livro
didático de história foi amplamente
discutido na imprensa.
O artigo inicial de Ali Kamel, em
"O Globo", condenou a obra baseado
apenas em trechos que lhe convinham, ignorando outros, que se
opunham ou relativizavam os primeiros. Além disso, mal-informado, o jornalista deu a entender que o
MEC incentivava a adoção da obra,
ignorando que livros didáticos da
escola pública são antes avaliados
por especialistas para serem, depois, escolhidos livremente pelos
professores.
Outros órgãos da grande imprensa repetiram Kamel sem investigar
mais a fundo. Surpreende que até o
ex-ministro Paulo Renato tenha
engrossado o coro, condenando a
doutrinação de esquerda, ignorando que a "obra maldita" foi aprovada
pela primeira vez em sua gestão (e
reprovada apenas recentemente,
em 2007).
A Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos retorna a
esses fatos não para defender a
obra, numa postura corporativista,
ou para reclamar da crítica, que é
útil e necessária. Só desejamos análises abrangentes e bem-informadas. Em particular, reiteramos que,
embora careçam de ajustes, os programas governamentais do livro didático há mais de dez anos vêm contribuindo para a melhoria do ensino brasileiro de forma plural, democrática e republicana."
JOSÉ DE NICOLA NETO, presidente da Abrale -
Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (São Paulo, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Carlos Alberto Roma: Carta ao papa Bento 16
Próximo Texto: Erramos Índice
|