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GUERRA CLIENTELISTA
Principal cidade do norte
fluminense e reduto de origem
do ex-governador Anthony Garotinho e da governadora Rosinha Matheus, Campos tornou-se cenário de
um combate político travado com as
armas do mais deplorável clientelismo. A disputa está polarizada entre o
candidato apoiado pelo casal Garotinho, Geraldo Pudim (PMDB), e Carlos Alberto Campista (PDT), ligado
ao atual prefeito e ex-aliado de Anthony Garotinho, Geraldo Vianna.
Desde o início da disputa os oponentes têm recorrido a medidas condenáveis. Campista, por exemplo,
foi beneficiado pela entrega gratuita
de vales-alimentação da prefeitura a
26 mil famílias, a poucas semanas da
realização do primeiro turno.
O clã Garotinho, por sua vez, não
tem relutado em utilizar o cadastramento de eleitores em programas
sociais como arma para beneficiar
seu candidato. Não faltam exemplos
dessa conduta, dos quais o mais flagrante talvez seja o recrutamento de
eleitores através da inscrição no programa Cheque-Cidadão, do governo
do Estado. Numa versão do conhecido "voto de cabresto" o cadastramento dos interessados em receber o
benefício só se efetua mediante a
anotação dos números de seus títulos eleitorais, o que configura uma
forma de intimidação.
Diante da animosidade gerada pela
contenda, o presidente do TRE do
Rio, Marcos Faver, tomou a medida
extrema de requisitar tropas do Exército para garantir a segurança das votações de 31 de outubro na cidade.
Embora o episódio tenha coloração local, ele alerta para o risco da sobrevivência no país de uma cultura
política populista, de feições anacrônicas e antidemocráticas, da qual o
ex-governador fluminense, nas últimas eleições presidenciais, já despontava como porta-voz e herdeiro.
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