|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Não é ficção!
ELIANE CANTANHÊDE
Brasília - Paulo Maluf bateu um papo com o PFL nacional sobre a eleição
para a Prefeitura de São Paulo.
Maluf: "Que tal a candidatura do
deputado Delfim Netto?"
Reação do PFL: o próprio Delfim já
cansou de dizer que não será candidato nem morto.
Maluf: "E o Cunha Bueno?"
Reação do PFL: a grande bandeira
de Cunha Bueno é a volta da monarquia. Não dá nem para começar a
campanha em São Paulo.
Maluf: "O Francisco Rossi..."
Reação do PFL: o Rossi vive mudando de partido, todo mundo iria acusá-lo de "candidato de aluguel".
Maluf: "Mas nós temos a Hebe".
O PFL se animou: Hebe Camargo
tem popularidade. Pode ter voto.
Aí, foi Maluf quem retrucou: "Se ela
ganhar, não vai saber governar".
Os caciques pefelistas foram logo
avisando que vai ser muito difícil alguém bater a candidata do PT, Marta
Suplicy, e que o PFL vai ter candidato
próprio. Maluf remexeu-se na cadeira
e ponderou: "Não posso ficar tanto
tempo fora da mídia".
E o PFL: é melhor ficar fora, preservado de uma nova derrota e jogando
tudo para a campanha ao governo em
2002. Até lá, ficaria assistindo ao desgaste de Mário Covas num segundo
mandato e de Marta Suplicy estreando em administração pública.
Quando todos achavam que ele estava convencidíssimo, Maluf saiu da
reunião, deu alguns passos e lançou
Hebe Camargo para a prefeitura.
Donde a cúpula do PFL finalmente
concluiu: ele está louco mesmo é para
ser o candidato do PPB. E vai ser.
Entre outros problemas, Paulo Maluf tem aquele laudo de paternidade
-a paternidade de Celso Pitta. Pior:
também a de Nicéa Pitta, que se acha
a musa da política paulistana.
Cá pra nós, a principal cidade do
país não merecia isso. Isso tudo.
A CPI do Narcotráfico abriu muito
o leque e está começando a produzir
vento. Cuidado!
Texto Anterior: Seattle - Clóvis Rossi: Os novos atores políticos Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: O bico da pena Índice
|