São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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Não é ficção!

ELIANE CANTANHÊDE

Brasília - Paulo Maluf bateu um papo com o PFL nacional sobre a eleição para a Prefeitura de São Paulo.
Maluf: "Que tal a candidatura do deputado Delfim Netto?"
Reação do PFL: o próprio Delfim já cansou de dizer que não será candidato nem morto.
Maluf: "E o Cunha Bueno?"
Reação do PFL: a grande bandeira de Cunha Bueno é a volta da monarquia. Não dá nem para começar a campanha em São Paulo.
Maluf: "O Francisco Rossi..."
Reação do PFL: o Rossi vive mudando de partido, todo mundo iria acusá-lo de "candidato de aluguel".
Maluf: "Mas nós temos a Hebe".
O PFL se animou: Hebe Camargo tem popularidade. Pode ter voto.
Aí, foi Maluf quem retrucou: "Se ela ganhar, não vai saber governar".
Os caciques pefelistas foram logo avisando que vai ser muito difícil alguém bater a candidata do PT, Marta Suplicy, e que o PFL vai ter candidato próprio. Maluf remexeu-se na cadeira e ponderou: "Não posso ficar tanto tempo fora da mídia".
E o PFL: é melhor ficar fora, preservado de uma nova derrota e jogando tudo para a campanha ao governo em 2002. Até lá, ficaria assistindo ao desgaste de Mário Covas num segundo mandato e de Marta Suplicy estreando em administração pública.
Quando todos achavam que ele estava convencidíssimo, Maluf saiu da reunião, deu alguns passos e lançou Hebe Camargo para a prefeitura.
Donde a cúpula do PFL finalmente concluiu: ele está louco mesmo é para ser o candidato do PPB. E vai ser.
Entre outros problemas, Paulo Maluf tem aquele laudo de paternidade -a paternidade de Celso Pitta. Pior: também a de Nicéa Pitta, que se acha a musa da política paulistana.
Cá pra nós, a principal cidade do país não merecia isso. Isso tudo.

A CPI do Narcotráfico abriu muito o leque e está começando a produzir vento. Cuidado!



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