São Paulo, Domingo, 28 de Novembro de 1999


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PAINEL DO LEITOR

Atuação da CPI

"Quero fazer uma denúncia de um crime de assassinato da língua portuguesa, da inteligência e do bom senso e pedir a prisão de todos os deputados que arguiram o dr. Badan Palhares no dia 25/11.
Fiquei estarrecida com o despreparo dos parlamentares e com sua argumentação inconsistente na tentativa de vincular o legista ao crime organizado, insistindo em questões comezinhas, e no fato de laudos do dr. Badan aparecerem em casos ligados aos crimes investigados pela CPI, quer dizer, "delatados" à CPI. O que será que eles esperam de um legista: que examine somente cadáveres de pessoas que tiveram morte natural? Sem nenhuma dúvida, o legista levou a melhor."
Leila Rassmussen (Curitiba, PR)

Salários dos deputados

"Causa, no mínimo, grande estranheza a notícia da tramitação, na Câmara Federal, de uma proposta de emenda constitucional, apresentada pelo deputado Severino Cavalcanti, que permitirá ao Legislativo definir os seus próprios salários. Consta que a coleta de assinaturas dos deputados, requerida para a tramitação do projeto, já vai, rapidamente, muito além das que são necessárias. E já se prevê que os vencimentos dos deputados federais serão triplicados!"
Frei Paulo Cardoso, bispo de Petrolina (Petrolina, PE)


Sem fumaça

"Os anúncios de cigarros não mostram mais cigarros. Desconfio de que nessa elisão exista uma intenção perversa: a de sugerir que o glamour do cigarro importa mais do que o cigarro -e seus males."
Flávio de Campos (Rio de Janeiro, RJ)


Cirurgiões

"Bastante oportuna a observação de Roberto Pereira de Magalhães ("Painel do Leitor", 24/11), quando diz que "quem seda a dor faz parte do divino". Quem já necessitou de uma cirurgia sabe disso.
Todavia a tendência sádica que os cirurgiões apresentam e que o professor de filosofia Renato Janine Ribeiro comentou em seu artigo "A ilusão de detectar o mal" ("Tendências/Debates", 21/11) também é verdadeira.
Antigamente, o curso de medicina era uma das áreas para quem quisesse fazer filosofia. Priscas eras.
Como se pode notar, a diferença entre o "bem" e o "mal" é bastante tênue. E dependente da pessoa que está com um bisturi ou um facão nas mãos."
Magnus Amaral Campos (São Paulo, SP)

Greve do Judiciário

"Após longas reflexões, refreado, até então, pelo receio de que a paralisação, como resposta extrema a todo o processo de aviltamento moral e financeiro que foi imposto perversamente ao Judiciário, nos trouxesse apenas maior desgaste conceitual e comprometimento de nosso prestígio institucional, evoluí no meu pensar ante as circunstâncias inusitadas e especialíssimas em que nos encontramos e decidi-me a engrossar as fileiras dos que a defendem, embora o confesse, dolorosamente, em violando meus arraigados princípios e concepções pessoais, incompatíveis com a idéia de juízes em greve, na medida em que inspirados na magnanimidade da magistratura e em sua conspicuidade funcional, que tradicionalmente recomendam a seus exercentes, enquanto membros de um dos Poderes da República, a imagem de serenidade, a par de uma vida socialmente recatada, sem cabida aos escândalos nem ao esperneio público."
Antônio Marques Cavalcante Filho, juiz, presidente da 12ª Junta de Conciliação e Julgamento de Fortaleza (Fortaleza, CE)

Competição aérea

"Com o devido respeito, gostaria de atualizar alguns leitores que têm emitido opiniões sem conhecimento de causa sobre a possível concorrência das empresas aéreas estrangeiras com as brasileiras. As empresas aéreas brasileiras estão há vários anos passando por situação difícil em suas finanças. Todas as suas dívidas, que são em dólares, tiveram seus valores duplicados, pois as passagens são vendidas em real. Enquanto as empresas americanas comprometem apenas 2% de sua receita com vôos para o Brasil, as companhias brasileiras comprometem 40%. Como seria maravilhoso se, além do preço baixo de passagens, ainda pudéssemos comprar também os carros de luxo por US$ 10 mil, os refrigeradores importados por US$ 1.000 etc. Será que esses leitores querem quebrar as empresas de aviação do Brasil para posteriormente quebrar as montadoras de automóveis, as fábricas de geladeira etc.? Festa na casa do vizinho é moleza."
Lourival Honorato Vieira (São Paulo, SP)

Desabamentos

"Juízes italianos declararam que o desabamento do edifício de seis andares na cidade italiana de Foggia, no dia 11 de novembro, em que morreram mais de 50 pessoas, seria juridicamente resolvido em seis meses, no máximo. Muito diferente dos processos no Brasil. As ações cível e criminal alusivas à queda do Palace 2 já duram um ano e nove meses e ainda não foram concluídas. Será que os juízes brasileiros seriam capazes de definir uma data para que a angústia nacional, referente às questões judiciais contra Sérgio Naya, seja liquidada? Isso seria muito bom, pois provaria que a Justiça brasileira está evoluindo."
José Quinto Oliveira Borges (Rio de Janeiro, RJ)

Sugestão

"Apesar de desconhecer o número de caixas de saque eletrônico, consideraria interessante colocá-los em quartéis da PM, inclusive bombeiros e Forças Armadas, companhias, postos de serviços comunitários, empresas de segurança, shoppings e outros locais abertos 24 horas."
Antonio Siqueira Campos (São Paulo, SP)

Defesa

"Em carta publicada pelo "Painel do Leitor" em 14/11, o sr. João Guarnieri Batistela questiona o valor conseguido pelo governo do Estado na outorga de concessão da área 2 (noroeste) para exploração da distribuição de gás canalizado, insinuando ter havido "espertezas" ou "ingenuidades" entre o vendedor (governo Mário Covas) e o comprador (empresa Agip), uma vez que a venda atingiu 149,9% de ágio.
Talvez alheio ao complexo sistema mundial de comercialização de energia, o sr. Batistela não conseguiu lembrar-se de que a Agip adquiriu recentemente o direito de explorar o gás da Bacia de Santos. Ao mesmo tempo, seus técnicos concluíram que poderão ser construídas três usinas termelétricas na região da área 2. Além disso, especialistas internacionais constataram que as reservas provadas de gás natural da Bolívia, que eram de 4 trilhões de m3, passaram a 27 trilhões de m3.
Quanto ao governo de São Paulo, escolheu o Consórcio Lehman Brothers/Unibanco, reconhecido internacionalmente, para avaliar a área 2. Essa avaliação é feita tendo por base o consumo industrial da região considerando a substituição do óleo combustível e a venda de energia elétrica a partir de usinas termoelétricas."
Paulo Rocha, secretário-adjunto de Comunicação do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)


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