São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Saúde
"O doutor Gastão Wagner está de parabéns pela entrevista concedida à jornalista Fabiane Leite ("Ex-assessor de Humberto Costa ataca o governo", Brasil, pág. A7, 26/11). Nós, dos movimentos sociais, em particular da área da saúde mental, lamentamos profundamente o seu afastamento do Ministério da Saúde, pois ele sempre teve um grande envolvimento com as questões relativas àquela área, haja vista o magnífico serviço de atendimento instalado em Campinas (SP) durante sua gestão como secretário de Saúde daquele município. Que pena!"
Geraldo Peixoto, militante do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (São Vicente, SP)

Gasolina, álcool e dólar
"Você paga o preço do combustível em dólar. Só que um litro de "gasolina" tem 800 ml de gasolina mesmo e 200 ml de álcool. Desses 800 ml de gasolina, 80% são de gasolina brasileira, produzida em reais. Portanto, dos 800 ml de gasolina, 640 ml são de gasolina paga em reais. Então você paga um litro de gasolina cotado em dólares e recebe 640 ml de gasolina brasileira, 160 ml de gasolina estrangeira e 200 ml de álcool nacional!"
Antonio Carlos Ciccone (São Paulo, SP)

Furtado
"Liberais, como Marco Maciel (Brasil, 21/11), reconheceram a enorme estatura moral e intelectual do economista Celso Furtado, morto recentemente. No caso do senador do PFL, era de esperar, no mínimo, algumas palavras de autocrítica. Afinal, Marco Maciel foi um eficiente quadro civil que apoiou incondicionalmente o regime militar, que destruiu, nos anos 60, as mais caras esperanças de reformas sociais alimentadas pelo intelectual Celso Furtado -leal servidor, como ex-ministro e diretor da Sudene, do ex-presidente João Goulart e do governador Miguel Arraes, depostos à força pelo golpe de Estado de 1964."
Caio Navarro de Toledo, professor da Unicamp (São Paulo, SP)

Barbárie
"Parabéns! Mil vezes parabéns para o comentário de Clóvis Rossi "Viva a barbárie" (Opinião, pág. A2, 26/11). Especialmente no trecho em que ele denuncia a "passividade alucinante" da sociedade brasileira. Seqüestros, assaltos, arrastões, homicídios, estupros: quando é que sairemos às ruas para protestar contra a criminalidade e exigir o prevalecimento do Estado de Direito?"
João Baptista Villela, professor titular da Faculdade de Direito da UFMG (Belo Horizonte, MG)

Bombardeio
"Gostaria de manifestar minha revolta em relação à novela "Senhora do Destino", que, nos recentes capítulos, vem mostrando a relação de duas homossexuais. É extremamente preocupante o alcance e a influência que essa novela terá sobre adolescentes e famílias que a assistem. É vergonhoso como estão tentando tornar natural atos que são naturalmente desordenados, contra a natureza e a dignidade humana. Está mais do que na hora de a sociedade acordar e dizer um não a esse "bombardeio de imoralidade" que nos chega pela mídia."
Bárbara Carvalho Pereira, estudante universitária (Rio de Janeiro, RJ)

Reforma Universitária
"Apesar de todo o nosso esforço apaixonado no dia 25 em Brasília, são poucas as esperanças de paralisação ou mesmo de revisão do projeto de reforma universitária. Em um país onde as universidades públicas andam de muletas e as instituições particulares pouco engajadas com a sociedade ou com a formação do estudante proliferam, é de causar estranheza que o governo resolva subsidiar vagas em universidades particulares, isentando-as de impostos, e continue a deixar de lado o ensino público. Por que no lugar de investimentos em instituições públicas reconhecidas são patrocinados "gigantes" do sistema privado? Por que premiar com mais isenções grandes lobbies empresariais enquanto pequenos empresários passam apuros fiscais? É realmente muito incoerente."
Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa, estudante da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Piracicaba, SP)

Estelionato educacional
"O resultado do último exame de ordem no Estado de São Paulo, no qual apenas 8% dos 19.660 bacharéis passaram para a segunda fase, representou a vitória incontestável do chamado "pacto da mediocridade". Por este "pacto", alunos, faculdades de direito (especialmente a maior parte das particulares) e professores atuam da seguinte forma, respectivamente: os alunos fingem que assistem às aulas e fazem as provas; os professores fingem que ensinam e ministram as provas; as faculdades fingem que os alunos são preparados e aprovam-nos todos os anos. E ai do professor exigente! Sofrerá cerrada pressão dos alunos arruaceiros (diminuta minoria, mas que, em geral, domina as classes), e a faculdade atenderá à exigente "clientela", afastando o professor, pois a concorrência entre as "caça-níqueis" é acirrada. Dane-se o professor! Viva o aluno pagante! Como observador há 11 anos dos exames de ordem, vejo o percentual de aprovados cair constantemente em São Paulo: de cerca de 35% em 1995 para 13,21% nos penúltimos exames e para 8% agora nos mais recentes. O momento exige reflexão: se o MEC não tem coragem de fechar faculdades "fajutas", a OAB deveria divulgar, quando da época dos vestibulares, os índices de aprovação nos exames das faculdades. Uma vez que não é obrigatório que as faculdades informem aos vestibulandos suas taxas de aprovação, os candidatos caem como patinhos em verdadeiro "estelionato educacional". E o massacre dos inocentes, pelo jeito, vai continuar."
José Cretella Neto, livre-docente em direito internacional pela Faculdade de Direito da USP (São Paulo, SP)
Drogas
"Lendo a seção "Tendências/Debates" de 20/11, não pude me conter. Vi o senhor Walter Fanganiello aprovando as "narcossalas'! Até o nome é horrível. Só uma pergunta. Nesses países que adotaram essa idéia e foram citados por ele no texto, há, como aqui no Brasil, crianças de rua, favelas, famílias passando fome, saúde precária, famílias inteiras "morando" à beira de rios como o Tietê e se alimentando de restos de comida de lixões? Francamente, isso é apologia ao uso de drogas. É bom para os traficantes, que ficarão cada vez mais ricos. Em tempo, parabenizo o senhor Ronaldo Laranjeira. Se houvesse mais investimentos em educação, saúde, moradia etc., conseqüentemente o número de usuários de drogas diminuiria consideravelmente. O Brasil, que "copia" tantas coisas dos EUA, deveria fazer o mesmo em relação às drogas."
Conceição Silva Ramos (Sorocaba, SP)


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