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O professor não seduz os seus
CLÓVIS ROSSI
São Paulo - Não acredito muito nessa história de "formadores de opinião". Mas, como a maioria dos analistas acredita, sou obrigado a registrar dados no mínimo incômodos para a candidatura Fernando Henrique
Cardoso na pesquisa sobre intenção
de voto para 98 que esta Folha publica
hoje.
Nos três cenários propostos pelo Datafolha, FHC está empatado estatisticamente com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os eleitores de nível educacional superior. São os "formadores
de opinião" por excelência.
Um empate que chama mais ainda a
atenção quando comparado com o resultado geral: uma vantagem cômoda
para FHC (entre 12 e 15 pontos percentuais, conforme o cenário).
Um segundo dado de certa forma reforça o primeiro: nas regiões metropolitanas, a diferença em favor do atual
presidente é igualmente muito menor
do que no interior do país.
Em um dos cenários, há até empate
estatístico, já que FHC ganha de Lula
por apenas quatro pontos de diferença, o que está rigorosamente dentro da
margem de erro clássica nesse tipo de
levantamento.
As regiões metropolitanas concentram os "formadores de opinião".
O único número que não combina
com os anteriores é a inclinação dos
mais ricos, teoricamente também
"formadores de opinião": é na faixa
de renda familiar acima de 20 salários
mínimos que FHC leva a maior vantagem sobre Lula.
Como há uma relativa correspondência entre nível superior de educação e nível superior de renda, é mais
comum haver coincidência na intenção de voto desses dois segmentos.
Agora, está havendo um descolamento
muito grande.
É claro que pesquisas feitas tanto
tempo antes da eleição não significam
grande coisa. Mas, se os adeptos da
teoria dos "formadores de opinião"
estiverem certos, a margem de segurança de que hoje goza o presidente
tende a se estreitar consideravelmente
até outubro. A conferir.
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