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PAINEL DO LEITOR
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PAC
"O filósofo Francis Bacon dizia
que havia um modo simples de verificar se uma teoria era verdadeira
ou falsa: o teste do tempo. Após alguns anos, era possível descartar ou
aceitar teorias.
Em relação ao PAC, no início do
ano de 2008, quando for publicado
o crescimento do PIB, veremos se
era José Serra ou Guido Mantega
que estava errado em sua interpretação sobre o PAC. Não há como
nos enganar."
CARLOS ALBERTO DANTAS MOURA
(Rio de Janeiro, RJ)
"O recente pronunciamento de
José Serra a respeito do PAC reforça ainda mais a diferença de qualificação entre o populista Lula e o estadista Serra. Nada de comentários
precipitados nem entrevistas colhidas logo após o anúncio do plano
mirabolante.
Lula joga nas mãos da iniciativa
privada, já tão sangrada por impostos e taxa de juros escorchante, a
responsabilidade pelo sucesso do
PAC, que, como tantas outras siglas
criadas pelos marqueteiros do Planalto, está fadada ao fracasso. Já José Serra, após análise cuidadosa, expressa sua opinião abalizada e conclama os demais governantes responsáveis a trabalharem juntos pela redenção econômica do país."
LUIZ NUSBAUM (São Paulo, SP)
"O presidente Lula mal acaba de
anunciar o PAC e a mídia neoliberal
começa a sua crítica desvairada
contra o plano. Essa gente não quer
mesmo que o Brasil dê certo. É a
mesma elite desavergonhada que
levou Getúlio Vargas ao suicídio,
combateu Juscelino e promoveu o
golpe militar contra João Goulart.
Temos que conviver com o entulho
autoritário e antidemocrático representado pela oposição neoliberal, hipócrita e elitista. Se não querem ajudar, que pelo menos não
atrapalhem."
JOSÉ LOURENÇO CINDRA (Guraratinguetá, SP)
Congresso
"Depois de ler a reportagem
"Funcionários pagam "pedágio" no
Congresso" (Brasil, 28/1), de Adriano Ceolin, estou com medo do Bin
Laden. E se ele descobre que errou
de torres gêmeas? Afinal, as que ele
derrubou em Nova York eram ocupadas por pessoas que iam lá para
trabalhar."
MOACYR CASTRO (Ribeirão Preto, SP)
Metrô
"Em razão da reportagem "Bird
desmente Alckmin sobre Metrô"
(Cotidiano, 27/1), a Companhia do
Metropolitano de São Paulo-Metrô
esclarece o que segue.
O Banco Mundial, segundo resposta dada à revista "Veja" pelo representante deste banco para o
projeto da linha 4 do metrô de São
Paulo, senhor Jorge Rebelo, assim
se posiciona: "O tipo de contrato
usado em cada licitação é definido
em comum acordo entre o banco e
o prestatário (durante a preparação
e a negociação do empréstimo) e
depende de uma série de fatores de
ordem técnica, de competitividade
e de execução de projeto, específicas para cada projeto".
O mesmo representante do Banco Mundial informa que "o uso de
contrato na modalidade "turn key" é
bastante comum tanto em países
desenvolvidos como em países em
desenvolvimento, principalmente
para obras de infra-estrutura. O
contrato usado na linha 4 foi baseado no documento standard do banco para "Supply and Installation of
Plants", de uso há algumas décadas
com sucesso".
Contratos tipo "turn key" (preço
fechado) já foram utilizados nos
metrôs de Xangai (China), Atenas
(Grécia), Salvador (Bahia), México
e Bancoc (Tailândia), entre uma dezena de empreendimentos em todo
o mundo.
A discussão do tipo de contrato,
se "turn key" ou preço unitário, prática usual no país, não é relevante
no caso do acidente ocorrido no último dia 12 na estação Pinheiros da
linha 4, porque não é o tipo de contrato que causa ou evita o acidente.
O contrato "turn key" defende o
Estado (a população que paga os
impostos) de novos aditivos de
acréscimo de valor sobre a obra que
já foi contratada."
MÁRCIO KERR MARTINS, chefe do Departamento
de Imprensa do Metrô (São Paulo, SP)
Conservadorismo
"Ao ler a interessante entrevista
do filósofo Luiz Felipe Pondé (Ilustrada, 27/1), restou-me a sensação
de que sua visão de "dúvida conservadora", na verdade, deveria ser traduzida por "certeza conservadora".
Certeza de que o pensamento
contemporâneo não conseguiu encontrar um caminho, pois "o ser humano não é alguma coisa que tenha
solução".
Sem desconsiderar a seriedade, a
erudição e algumas interessantes
observações de Luiz Felipe Pondé,
fiquei, também, com sensação de
que a "dúvida conservadora", com
todo o respeito, é um enorme sofisma, pois a situação caótica da humanidade decorre justamente da
vitória, até o momento, do pensamento conservador. Por acaso Bush
só leva em consideração nas suas
decisões a "razão'? Aqueles que poluem e negam o aquecimento global
podem ser considerados defensores da "razão'?
Ficou, também, uma imagem de
que todas as pessoas de fé colocam
esta antes da razão, o que não é verdade. Como católico militante da
Teologia da Libertação, deixo claro
que acredito ser possível criar uma
civilização onde o "bem" seja o valor
que prevaleça. Acredito que a razão
e a fé devem estar juntas e que o ceticismo sobre o ser humano só leva
a uma posição de absoluta inércia
diante do mal e da injustiça."
GERALDO MAJELA PESSOA TARDELLI, advogado e
integrante da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo (São Paulo, SP)
Formação dos médicos
"Parabéns ao sr. Janio de Freitas
pelo artigo "Doença brasileira"
(Brasil, 28/1). Quem já sofreu com
a falta de competência, com o descaso e sentiu que o médico não está
habilitado para a prática da profissão -fatores que podem levar até à
morte de pessoas- sabe que o assunto precisa ser debatido com
mais intensidade."
GERALDO APARECIDO NASCIMENTO (Mauá, SP)
Moradores de rua
"Sobre cartas publicadas no "Painel do Leitor", esclareço que a prefeitura não merece vaias por "não
construir" (...) "abrigos para os indigentes". Temos feito um grande esforço para tirar essas pessoas das
ruas. Para cada pessoa que nós conseguirmos tirar das ruas, e em 2006
foram 700 pessoas, nós temos uma
vaga aberta, seja conveniando um
novo albergue, seja conveniando
um novo local. São 35 albergues e
abrigos especiais e 11 moradias provisórias que atendem juntas 8.000
pessoas todos os dias.
As pessoas que ainda resistem e
insistem em permanecer nas ruas
acabam sendo vitimadas todos os
dias por violência das mais diversas.
Por essa razão, temos feito um trabalho articulado para não permitir
que as pessoas durmam embaixo
dos viadutos, em praças nem utilizem espaços públicos de forma indevida.
Em dois anos de gestão, os albergues ganharam bibliotecas e os moradores de rua serviços especializados para melhorar sua qualidade de
vida, como tratamento odontológico gratuito, acesso prioritário ao
Poupatempo para tirar documentos e cursos de qualificação profissional para facilitar o acesso ao
mercado de trabalho."
FLORIANO PESARO, secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (São Paulo, SP)
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