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CARLOS HEITOR CONY
O dia do Holocausto
RIO DE JANEIRO - Na última
terça-feira, e por decisão da ONU,
foi comemorado o Dia do Holocausto, uma celebração que toca a
fundo não apenas aos judeus, vítimas da barbárie, mas a toda a humanidade. Há extensa literatura sobre o assunto, depoimentos de vítimas, algumas ainda sobreviventes.
Conheci pelo menos umas cinco ou
seis pessoas que ainda trazem no
braço a marca dos campos de
concentração.
Há fotos e filmes suficientes,
além de documentos oficiais do regime nazista, que comprovam a insanidade da tentativa de exterminar os judeus da face da Terra. E há,
sobretudo, o livro que Hitler escreveu na prisão, antes de tomar o poder e depois do fracassado "putsch"
na cervejaria em Munique.
Neste livro, com brutal sinceridade, o autor anuncia tudo o que faria
se chegasse ao poder. No varejo diplomático, Hitler mentia muito,
mas o núcleo de seu pensamento (e
de sua personalidade) está explícito
sem subterfúgios naquilo que ele
chamou de "Minha Luta". O ódio ao
judeu é exposto em quase todas as
páginas. Em sua demência racial,
ele tinha um nojo físico por aqueles
que não eram arianos.
No caso dos judeus, havia ainda o
ressentimento econômico e cultural, que mais tarde desembocaria
na "solução final" -o genocídio
compacto e sistemático de milhões
de seres humanos. Recorrentemente aparecem movimentos que negam o Holocausto. O último deles
foi o de um bispo da igreja anterior
a do Concílio Vaticano 2º, que, não
se sabe como, afirmou que os mortos do extermínio em massa não foram seis milhões de judeus, mas
"apenas" 300 mil. É evidente que
números redondos podem ser contestados, mas há registros fidedignos que chegam a 5.933.000 vítimas em diversos países dominados
pelo nazismo. Foi a pior mancha na
história da humanidade.
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