São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Multas
"Em relação ao recorde de autuações às infrações de trânsito, é importante destacar que, ainda assim, a maioria absoluta das infrações ainda acontece impunemente. Segundo pesquisa noticiada pela Folha em 24/10/2007, "só uma a cada 10 mil infrações cometidas no trânsito de São Paulo é alvo de multa".
Seriam necessários 365 dias para autuar as infrações que os condutores cometem em menos de uma hora: 5,8 milhões. Tolerância zero? Longe disso. Apenas reduzimos nossa tolerância de 99,9% para 99,8%. Só conseguiremos eliminar a "indústria da multa" se conseguirmos eliminar uma indústria muito mais "produtiva" -a das infrações."
FABIO STORINO (São Paulo, SP)

Correios
"O leitor Rubem Prado Hoffmann Jr. ("Painel do Leitor", 27/7), influenciado pelo noticiário sensacionalista, desconhece a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
A sociedade precisa saber que não está perdendo em termos financeiros com os Correios, pois a empresa repassa 50% de seu lucro ao governo desde 1969, e nunca precisou de dinheiro da União. Os salários de seus empregados estão defasados em relação aos da concorrência (Fedex, DHL, empresas de entrega expressa). Isso não significa que a greve tenha sido totalmente justa, mas temos de ser imparciais."
JOSÉ GERALDO SERAFIM NIZ (Osasco, SP)

Aposentadorias
"Segundo o editorial da Folha "Freada populacional" (28/7), a fecundidade feminina diminui, enquanto a longevidade aumenta, o que aumenta os gastos da Previdência. Uma pergunta paira no ar: o governo quer que o trabalhador se aposente mais tarde a fim de continuar a pagar o INSS por mais tempo, mas as empresas não querem continuar com um quadro "envelhecido" e fazem de tudo para se livrar dos idosos. Trabalho há 21 anos na mesma empresa, tenho 43 anos, mas já sou considerado velho para os padrões atuais. Será que continuarei empregado aos 60, como o governo quer? Que garantias terei de que meu empenho em qualificação será recompensado?"
RINALDO S. COELHO (Rio de Janeiro, RJ)

Almirante negro
"Lá vem o racismo se manifestando novamente. Não se ouve nenhum protesto sobre a notícia de que o presidente Lula aprovou a anistia a João Cândido, mas vetou o artigo que garantia o direito à indenização pelos danos sofridos, com o argumento que isto teria impacto no Orçamento. Em casos anteriores a Justiça não julgou o "impacto no Orçamento", vide as vultosas quantias pagas às nem sempre vítimas da ditadura militar. Mas, quando a vítima é negra, aí a coisa muda de figura. Presidente, aja com a grandeza que o cargo lhe confere, e não com a pequenez dos que o cercam."
JOÃO ANTONIO A.C. SILVA (São Paulo, SP)

Drogas
"Ao ler a matéria "No Rio, tráfico vende o crack já misturado com a maconha" (27/7), lembrei que os defensores da estratégia de "redução de danos" sempre preconizaram o uso das duas drogas juntas para "diminuir a ansiedade". Lendo outra matéria, "Consumo de crack avança entre usuário de classe média", descubro que a estratégia de redução de danos aumentou e aprimorou o consumo de drogas no Brasil. Os traficantes devem estar muito agradecidos aos seus idealizadores."
JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

Satiagraha
"Para mim têm sido muito decepcionantes os editoriais e as reportagens da Folha sobre a Operação Satiagraha, em que abundaram as críticas ao Executivo e à Polícia Federal, mas quase nada foi dito sobre a atuação do STF e de Gilmar Mendes. Perdeu-se assim o foco que deveria existir sobre o grande infrator, Daniel Dantas. É incrível que a Folha não perceba que a corrupção no nosso país continuará prosperando enquanto não houver uma reforma no sistema penal brasileiro. Como disse o ínclito juiz Fausto De Sanctis, "no Brasil o sistema judicial foi feito para não funcionar"."
ALOÍSIO DE ARAÚJO PRINCE (Belo Horizonte, MG)

Lei seca
"Parabéns à Folha pelo brilhante artigo de Luiza Nagib Eluf sobre a lei seca (Opinião, 28/7). Os brasileiros glamourizam a bebida, mas se ofendem quando somos rotulados lá fora de reduto da cachaça."
JOSÉ CÁSSIO DE MELLO CASTANHO JÚNIOR (São Paulo, SP)

 

"Em relação ao texto de Luiza Nagib Eluf, alguém com um mínimo de consciência que seja não deixará de festejar os resultados obtidos com a aplicação da "lei seca".
Festejar os resultados não implica, no entanto, deixar de analisá-los com mais responsabilidade, o que não vem sendo feito. A lei está funcionando porque tem havido fiscalização! Se fiscalização eficiente houvesse, os resultados teriam aparecido com a lei anterior. Não é possível colocar num mesmo saco um cidadão que tomou uma taça de vinho durante um jantar e um criminoso "comum". Que fique claro: não estou defendendo que bêbados se ponham na direção de um veículo e ameacem a vida alheia e a própria!
Um motorista que durma ao volante e cause um acidente não será considerado "criminoso'; motoristas de caminhão sob efeito de anfetaminas também não são importunados. Por que não há fiscalização tão eficiente nesses casos como a que tem havido às portas de bares e restaurantes? Dizer que a "lei seca" está "causando" diminuição dos acidentes de trânsito é questionável.
De resto, festejemos os resultados!"
ANTONIO RICARDO AMARANTE (Campinas, SP)

 

É grande o interesse na mudança das regras fixadas pela lei seca por segmentos da sociedade. Por isso a sociedade precisa ficar atenta aos movimentos da poderosa indústria de bebidas, sobretudo da cerveja, na tentativa de "flexibilizar" nos tribunais a lei que restringe uso de álcool pelos condutores de veículos. O acerto da medida restritiva contida na lei é tão irresistível que a poderosa mídia, beneficiária dos milhões de reais pagos pela indústria de bebidas, não tem tido outra alternativa senão mostrar os efeitos benéficos trazidos pela referida lei."
JOSÉ SUNAHARA (Maringá, PR)

Aborto
"No artigo de Dioclécio Campos Júnior (Opinião, 28/7), há um trecho que diz que a maternidade, entendida como a seqüência de momentos que fazem o bebê evoluir de embrião a cidadão, não é tarefa exclusiva da mãe, mas responsabilidade de todos. Sem dúvida a afirmativa é correta. É exatamente por este motivo que a decisão de eliminar um embrião humano também não é tarefa exclusiva da mãe: os legisladores têm de considerar esta realidade ao definir os casos nos quais o aborto deve ser autorizado."
MARCO ANTONIO BANDEIRA (Rio de Janeiro, RJ)

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