BRASÍLIA - Abertas as urnas, contados os votos, eis o grande vencedor das eleições na Fiesp: Aloizio Mercadante! Como o mais provável candidato do PT ao governo de São Paulo, já teria naturalmente a CUT. Agora tem também a Fiesp. Já não se faz um PT como antigamente, e também não se faz uma Fiesp como antigamente. Quem diria? O empresário Paulo Skaf, que assume a presidência da Fiesp no dia 27 de setembro, fez campanha para Lula em 2002 e virou petista desde criancinha. E o primeiro vice-presidente na sua chapa é Benjamin Steinbruch (CSN), contemporâneo e amigo de Mercadante.
O sonho de concorrer a governador em 2006 começa a se tornar realidade. Mercadante é o senador mais votado do país, fecha um acordo para os demais postulantes (Palocci, Dirceu, João Paulo e Genoino) desistirem e está com a faca da CUT e o queijo da Fiesp na mão para 2006.
Só falta combinar com o adversário, ou melhor, adversária: Marta Suplicy. Se ela ganhar -o que não é fácil, mas é possível-, vai se tornar candidata natural ao governo, independentemente dos desmentidos e de querer ou não. Mas dá para conversar. Com o governo Lula e a economia ajudando, a prefeitura estará bem, não será mau negócio ficar.
Quem dá uma passadinha por São Paulo ouve comentários -e confirma por toda a parte- sobre a campanha rica de Marta e do PT. Rica como poucas vezes se viu. Mas isso não é nada. Espere para ver a campanha para o governo do Estado.
Agora, é ficar de olho nesse jogo de alianças do empresariado com o PT e com os seus governos. Skaf é do setor têxtil, que ganhou competitividade e é importante exportador. Steinbruch é do setor do aço, também exportador e sujeito a pesadas barreiras americanas. Ambos vão engrossar a grita contra juros altos e têm muito interesse na Alca, da qual o governo foge feito diabo da cruz.
Nesse caso, é quase literal: política, política, negócios à parte?


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