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CLÓVIS ROSSI
Os réus que faltaram
SÃO PAULO - Ainda falta muita
gente no banco dos réus armado pelas decisões do STF.
Falta a intelectualidade chapa
branca que cometeu o crime de corromper ativamente os fatos ao tentar transformar os réus em vítimas
de uma conspiração da mídia que
jamais existiu.
Se um funcionário nomeado por
Lula, o procurador-geral da República, diz que há provas para processar a "organização criminosa"; se o
Supremo Tribunal Federal, com
maioria de juízes nomeada por Lula, diz que há indícios de peculato,
corrupção ativa e formação de quadrilha, é escandalosamente óbvio
que a única conspiração havida
contra o governo Lula e o PT foi a
conspiração dos fatos.
Falta também, no banco dos réus,
a instituição PT. Aos fatos, preferiu
aderir aos gritos debilóides de
"conspiração/conspiração". Por isso, só puniu um dos réus de hoje,
Delúbio Soares, como se fosse possível a uma só pessoa armar tanta
"corrupção ativa".
Um partido que tem dois de seus
presidentes (José Dirceu e José Genoino) e um punhado de quadros
relevantes no banco dos réus estaria obrigado, se fosse sério, a dar explicações ao público. O PT vai continuar refugiado no silêncio covarde?
Ou vai dizer que todos os ministros
do STF fazem parte da tal conspiração que não houve? Ou vai simplesmente relaxar, gozar e incorporar a
frase à estrela vermelha como seu
novo dístico?
Pela mesmíssima lógica antes exposta, faltam também, no banco
dos réus, todos os parlamentares
que votaram pela absolvição dos
mensaleiros.
Sei que ser réu não significa necessariamente ser culpado do ponto de vista penal. Mas, do ponto de
vista ético, todos já estão condenados com sentença transitada em
julgado. Uns por confessarem caixa
dois, que é crime. Outros denunciados pelo próprio presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva,
ao pedir perdão ao público.
crossi@uol.com.br
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