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São Paulo, segunda-feira, 29 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Cuba
"Estou extremamente emocionado com a foto do nosso presidente abraçando o ditador cubano (Primeira Página, 27/9). Fico me perguntando quanto foi gasto do dinheiro de impostos nessa viagem -dinheiro que poderia estar comprando remédios. Será que é dessa maneira que serão criados os 10 milhões de empregos prometidos na campanha eleitoral? Quem deveria estar chorando somos nós, e não o sr. José Dirceu, que saiu de Brasília para dar um abraço no Fidel Castro à nossa custa."
Arcindo A. Vaquero y Mayor (São Paulo, SP)
 
"Muito positiva a visita do presidente Lula a Cuba. Parecem-me muito oportunos os acordos firmados com a ilha para ambos os lados, o cubano e o brasileiro. Por isso não posso concordar com o preconceito da Folha contra o líder máximo da Revolução Cubana. Por que o jornal continua com sua arrogância, chamando Fidel Castro de ditador, quando todos sabemos que ele é o comandante da revolução? Fidel merece o respeito e a admiração de todos os povos do mundo. Enquanto outros presidentes de menor calibre e ditadores sanguinários de todos os matizes vão para o lixo da história, Fidel continua como uma figura imponente, resistindo bravamente a todas as manobras criminosas do imperialismo norte-americano e seus lacaios desprezíveis. Enquanto Fidel luta contra o boicote criminoso da superpotência arrogante, procurando manter a dignidade do povo cubano, o mandatário da potência imperialista massacra o povo iraquiano. Se há um ditador abominável no mundo, ele se chama George Bush. Se Lula está levando solidariedade ao povo, cubano tanto melhor."
José Lourenço Cindra (Guaratinguetá, SP)

"Domingo Legal"
"A Folha perguntou se, ao proibir a veiculação do "Domingo Legal", a Justiça extrapolou suas funções ("Tendências/ Debates", pág. A3, 27/9). Rubens Approbato, presidente da OAB, respondeu que sim, justificando: "Sob o plano meramente técnico, a ultrapassagem dos limites se dá porque a Justiça toma decisão antes de o caso ser apurado". Diz que comunicador está sendo punido por antecipação. Além de o aspecto técnico merecer um desafinado "meramente", confunde o poder geral de cautela do Judiciário com punição. O que está sendo apurado não é o caso, que já se consumou, mas a autoria e a culpa. No entanto Luiz Flávio Gomes (este é jurista que sabe direito) afirma que "a única limitação válida que se concebe para a liberdade é a verdade" e enfatiza a defesa dos princípios éticos, que não pode ser confundida com censura. Nenhum dos ilustres articulistas, porém, lembrou da carcomida Lei de Imprensa, a 5.250, editada pela ditadura em 1967 e que ainda autoriza censura prévia de todas as formas, embora inconstitucionalmente. Uma nova lei de comunicações poderia harmonizar todas essas questões para o mundo atual, complexo e conflitante das liberdades de expressão e informação, infiltradas pelo mercantilismo e, às vezes, nesse vale-tudo, pelo próprio crime, consciente ou não. Na falta de norma, o Judiciário, quando provocado, pode suprir, em casos concretos, a omissão do legislador. Neste país, a disciplina da matéria não seria difícil, pois se trata de lei ordinária."
Saulo Ramos, advogado (São Paulo, SP)

Ética
"Até que enfim o presidente Lula tomou coragem, parou de trair os que o elegeram e está tomando as primeiras medidas de combate a essa verdadeira praga chamada FMI, responsável pela perpetuação da miséria nos países subdesenvolvidos. Mas será que o nosso presidente continuará o seu ataque ao poderoso FMI, ou isso não passa de uma estratégia dele para recuperar a credibilidade dos que votaram ou confiaram nele? Até que ponto Lula não está fazendo isso por puro interesse? Será outra estratégia demagógica e oportunista, tipo Fome Zero? Tomara que seja verdade; tomara que o presidente esteja, realmente, tomando jeito e recuperando a ética que perdeu desde que tomou posse."
Mário Annuza (Rio de Janeiro, RJ)

Transtornos mentais
"Revoltante a reportagem publicada pela Folha, ontem, a respeito das cirurgias psiquiátricas. Mais uma vez, profissionais da área médica fecham-se à colaboração das outras áreas, assumindo uma arrogância ímpar ao ignorarem os aspectos psicossociais dos chamados transtornos mentais. Mesmo já havendo relatos terríveis da prepotência biologista, como a lobotomia e os eletrochoques, ainda há quem persista nesse reducionismo em pleno auge da luta antimanicomial. Espero reações maiores e mais significativas contra essa atitude reacionária."
André R. R. Torres, psicólogo (Campinas, SP)

"Brigas"
""Veja só, que tolice, nós dois brigarmos tanto assim". Essa frase, que inicia a bela música "Brigas", deveria ser pensada e colocada em prática pela dupla Cesar Maia e Anthony Garotinho, em prol do Rio de Janeiro, que não merece essa desavença. Questões políticas à parte, creio que nossa cidade deva ter tratamento amigo por parte de suas autoridades, independentemente dos cargos e partidos a que estão filiados no momento. Com todo o respeito que tenho pelos dois, acho pura tolice as brigas entre ambos. Que tal um demorado aperto de mãos para selar a paz e demonstrar um verdadeiro amor ao Rio de Janeiro? A população agradeceria."
Fernando Al-Egypto (Rio de Janeiro, RJ)

Combustíveis
"Com relação à carta "Álcool" (pág. A3, 27/9), enviada por Braz Ferraz Carlomanho, em que este menciona que o secretário José Goldemberg esqueceu-se da poluição e outros danos ambientais causados pelas queimadas de cana-de-açúcar, gostaria de lembrá-lo que não podemos mais utilizar um recurso (não-renovável) que cause tantos efeitos negativos ao ambiente em que vivemos, como o petróleo. Hoje, 85% dos poluentes atmosféricos são originados pela queima de combustível, realizada por carros, ônibus, motocicletas e caminhões. Devemos, desde já, incentivar e iniciar a utilização de um sistema de formas energéticas alternativas, entre elas o plantio de cana-de-açúcar, para obtenção de álcool (renovável). O impacto ambiental dessa cultura é considerável, porém podemos minimizá-lo, aplicando novas tecnologias e incentivos, para um modelo sustentável."
Luccas Guilherme R. Longo (Piracicaba, SP)

Casamento
"As fofocas em torno do casamento da prefeita Marta Suplicy, sempre visando desmoralizá-la, partem daquela parcela da sociedade que não tolera o PT. No governo da incorruptível Erundina, as piadas e insinuações maldosas focavam o fato de ela ser solteira. Salta à vista que tal preconceito resida no fato de que os detratores, não podendo acusá-las de corrupção, invadam a vida privada para desqualificá-las, visando atingir o PT. Sempre que me defronto com esse tipo de gente, constato que foram responsáveis pelas eleições de Collor, Pitta e Maluf."
Antonio Carlos Guedes Chaves (Campinas, SP)



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