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MUDANÇA E EQUILÍBRIO
Findo o segundo turno das eleições para presidente da República e para governador de 13 unidades da Federação, há um saldo de
equilíbrio na correlação nacional de
forças políticas. A "onda" oposicionista de centro-esquerda que se notara no primeiro turno persistiu o suficiente para garantir a Luiz Inácio Lula da Silva mais de 50 milhões de votos. Mas foi bastante atenuada no
âmbito estadual.
Das oito disputas que o PT travou
ontem, perdeu sete, com destaque
para a derrota no Rio Grande do Sul.
Por outro lado, os tucanos, apesar de
perdedores no plano federal, conseguiram sagrar-se vitoriosos em cinco
das seis eleições estaduais que disputaram no domingo, com destaque
para a manutenção do governo paulista. Outro fato do pleito de ontem
foi a reemergência do PMDB em Estados importantes. Com a vitória de
peemedebistas nos três Estados do
Sul, o partido reforça o seu peso nacional e pode ser decisivo para dar
maioria parlamentar à gestão Lula.
O PSDB, se decidir fazer oposição
no plano federal, terá boas condições
de reconstruir um caminho que o
torne competitivo em 2006. Contando com uma base política forte (incluindo os governos de São Paulo e
de Minas) e com alguns nomes que
poderiam disputar a Presidência, os
tucanos têm boas chances de tornar-se um forte pólo opositor e de convencer parcelas do PFL e do PMDB a
seguir pelo mesmo caminho.
Os peemedebistas, por seu turno,
terão de decidir entre a sua aptidão
histórica por compor governos e a
aposta num projeto de mais longo
prazo. Vale lembrar que dois dos governadores do PMDB eleitos ontem
(Roberto Requião, no Paraná, e Luiz
Henrique da Silveira, em Santa Catarina) apoiaram Lula.
É muito cedo para qualquer prognóstico mais conclusivo sobre o balanço de forças políticas a partir de
janeiro de 2003. Mas se pode dizer
que, neste momento, há dois atores
emergentes com capacidade de atrair
apoios: o PT, escudado pela força do
Executivo federal, e o PSDB, em condições de traçar uma estratégia competitiva de reconquista do Planalto
daqui a quatro anos.
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