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ELIANE CANTANHÊDE
Sinal vermelho
SÃO PAULO - Como a vantagem de Serra sobre Marta caiu de dez para
sete pontos no Datafolha, só se fala
nisso. Em Brasília, foi o assunto do
aniversário de Lula, quarta à noite,
na casa do vice José Alencar. Em São
Paulo, é o tema de cada esquina.
Serra oscilou entre 51% e 52% no
segundo turno e é a primeira vez que
desce do patamar de 50%. Está com
49%. Marta subiu devagar e sempre:
39%, 40%, 41% e está com 42%.
Sete pontos de diferença significam
que o que está em jogo são 3,5% do
eleitorado. Não é tanto assim. Independentemente das torcidas, a dúvida geral é se há tempo e condições para uma virada até domingo.
A resposta passa pelo debate de hoje na TV Globo e a disposição do eleitorado tucano de ficar na cidade no
feriadão. Serra parece levar vantagem. Ele tem ido bem nos debates, inclusive o do segundo turno. E, como
faz frio em São Paulo, o clima está
mais para voto do que para praia.
Como não haverá mais programas
gratuitos e os jornais vão ter pouca
margem para repercussão, o debate é
importante em si. A expectativa é de
quase 50 pontos de audiência -um
mundaréu de gente. Serra e Marta
são fortes, inteligentes e arrogantes.
Têm garra e estão com gana. No debate de hoje, ambos sabem que as semelhanças são muitas e (desculpe pelo mau jeito) as diferenças é que vão
fazer a diferença. Qualquer erro, deslize, trejeito, expressão pode pôr tudo
a perder.
Com uma responsabilidade a mais:
o que os tucanos se esforçam para dizer que é "natural" e os petistas classificam de "virada" pode ter reflexos
além de São Paulo, especialmente na
região Sul. O PT estava por um fio em
Porto Alegre e Curitiba e reza por um
"efeito Marta". É mais psicológico do
que qualquer outra coisa, mas isso
também pesa, e muito, em eleições.
Serra continua favorito, mas há um
sinal vermelho em São Paulo. Para o
PT, no bom sentido. Para o PSDB, no
velho sentido de alerta.
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