 São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 2002 |
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PAINEL DO LEITOR Política para jovens "O brilhante artigo do presidente da Fundação Abrinq, Hélio Mattar ("Sob empréstimo e sob tortura", "Tendências/ Debates", pág. A3, 25/11), cumpre um importante papel: alertar o governo do Estado para o fato de que a simples distribuição de "febenzinhas" pelo interior não trará a qualidade que desejamos para o atendimento de jovens infratores. O governo insiste em defender o indefensável, o que o impede de buscar as verdadeiras causas e construir a alternativa necessária. Que promova as condições objetivas para a transformação radical nos centros de internação. Admita o fracasso de um modelo que herdou e que foi impossível reformar. O governo sabe que terá de enfrentar um poder corporativo, que tentará impedir qualquer mudança. Por outro lado, sabe, também, que pode contar com o apoio das organizações da sociedade compromissadas com a questão dos adolescentes e com a promoção dos direitos da pessoa humana." Elzira Vilela, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais (São Paulo, SP) Classe média punida "Triste é sentir que nós, da classe média, iremos novamente pagar o ônus das mazelas do país. Os ricos continuam ricos, os pobres ficam cada vez mais pobres e os trouxas da classe média estão levando o país nas costas." Omar Souza Ahmed (São Paulo, SP) Agressão a idosa "Vi a cena da senhora de 92 anos sendo espancada várias vezes em muitas redes de TV e fiquei chocado. O pior é que sempre aparece alguém para defender esses assassinos. Vamos orar por ela, que não merecia morrer dessa forma brutal." Marco Duailibi (São Paulo, SP) Lula e Bush "O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, a convite do presidente norte-americano George W. Bush, viajará a Washington no próximo dia 10. Certamente serão discutidos assuntos como a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a taxação de produtos brasileiros (aço, sucos, calçados etc.) e a cessão de parte do território brasileiro na base de Alcântara (MA). Vale lembrar que Lula carrega em seus ombros a confiança de 53 milhões de brasileiros que nele votaram. O que se espera é uma conversa franca e, se necessário, dura com Bush." Lúcio Flávio V. Lima (Brasília, DF) Poder dos sindicatos "Parabéns ao novo presidente pela descoberta de que os sindicatos até aqui viveram de bravatas e precisam começar a trabalhar de verdade. O tempo de moleza acabou, disse Luiz Inácio Lula da Silva. Antes tarde do que nunca!" Leila Leitão (São Paulo, SP) Repetição de erros "Tenho lido nos jornais que o sr. Rubens Ricupero deverá ser ministro de Relações Exteriores do governo Lula. Mas esse senhor não é aquele que foi pego por câmeras de TV dizendo que não tinha escrúpulos em alterar dados para ajudar na eleição de FHC e assim prejudicar Lula, seu adversário? E o PT não foi o partido que criticou duramente essa atitude, mostrando as imagens no horário político para tentar prejudicar FHC? É por essas e por outras que, cada vez mais, pode-se confiar menos nos políticos brasileiros." Cássio Marini (Valinhos, SP) Projeto no Ibirapuera "Quero manifestar minha surpresa e indignação frente ao texto "Laboratório Ibirapuera" (Cotidiano, pág. C2, 27/11), no qual sou citada. As informações estão distorcidas. Não tenho nenhuma ligação com a proposta de ampliação do parque e a criação de um espaço para os gays. O projeto Crer-Ser está totalmente desvinculado da questão sexual. No artigo, está colocado que comecei a usar o parque "para trabalhar com portadores de doenças mentais". Quero esclarecer que trabalho no parque numa unidade da Secretaria Municipal da Saúde, portanto, um equipamento oficial de atendimento à população de São Paulo. É de extrema inadequação a afirmação de que eu atraia ao parque, de forma silenciosa, "habitantes da cidade que vivem na fronteira da marginalidade". O Projeto Crer-Ser, é a possibilidade de fazer uma política pública comprometida com as necessidades locais. Trata-se de uma ação intersecretarial e intersetorial, que não está centrada somente na minha pessoa, embora esteja atualmente sob minha coordenação. Não trabalho sozinha. Conto com o apoio de uma equipe multiprofissional, que realiza um verdadeiro exercício de transdisciplinaridade. Acredito que o trabalho tem resultados favoráveis porque é fruto de constantes avaliações e reelaborações coletivas, fundamentadas em princípios éticos." Selma Reyes (São Paulo, SP) A força das palavras "Fiquei muito preocupado com o poder da palavra. Apenas algumas linhas escritas por uma jornalista sobre o concurso de Miss Mundo causaram protestos que culminaram na morte de mais de 200 pessoas na Nigéria. Qual a lição que se tira? Afinal qual seria a responsabilidade dos meios de comunicação?" Carlos Assis (São Paulo, SP) Liberdade ameaçada "A liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais de qualquer sistema democrático, corre risco no Brasil. Desta vez, a ameaça não vem dos generais, mas estranhamente do Judiciário, que nos últimos anos está, cada vez mais, ameaçando jornais e jornalistas e comprometendo o direito à crítica. Está claro que o Judiciário não está compreendendo a missão da imprensa e esse estranho confronto põe em risco o Estado democrático. Até quando nossa sociedade vai permitir esta situação, sem modificar leis e lutar pela liberdade de imprensa, que custou até mesmo a vida de brasileiros num passado não muito distante? Os excessos obviamente devem ser punidos, mas dentro da razoabilidade." Sérgio Fleury Moraes (Santa Cruz do Rio Pardo, SP) Transporte coletivo "Não basta que sejam elevadas as tarifas públicas dos transportes coletivos em São Paulo. O empresário detentor da concessão tem de compreender que o serviço oferecido é de má qualidade. Há a necessidade de algumas mudanças radicais, como renovação da frota, melhoria salarial de cobradores e motoristas e capacitação e treinamento no que tange ao atendimento ao público. Em paralelo, torna-se fundamental olhar com mais dignidade os idosos e as pessoas com necessidades especiais." David Neto (São Paulo, SP) Racismo "Razão desassiste ao leitor Max Conzo Monteiro (nota "Racismo reverso", "Painel do Leitor", pág. A3, 27/11) quando aduz não serem racistas as horrorosas palavras do ex-governador Anthony Garotinho ao dizer que quer desinfetar o Palácio Guanabara na posse de sua mulher como governadora. Foi uma declaração infeliz, antipática e indigna de ser proferida por alguém que se supõe amar Jesus Cristo. Foi uma atitude duplamente preconceituosa: contra a mulher e contra o negro." Neli Aparecida de Faria (São Paulo, SP) Texto Anterior: José Castilho Marques Neto: Uma biblioteca à medida do homem Próximo Texto: Erramos Índice |
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