São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Publicidade oficial
"A manchete de ontem da Folha ("Publicidade oficial ajuda a bancar TV de filho de Lula') leva o leitor a uma conclusão totalmente contrária ao conteúdo da reportagem. A direção da Rede 21 gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos: 1) Como informou o próprio texto, não há nenhuma ilegalidade no contrato entre a Rede 21 e a Gamecorp; 2) Como informou o próprio texto, a verba publicitária das empresas/órgãos do governo federal foi reduzida para um terço em relação a 2005, comprovando que não se sustenta a afirmação de favorecimento; 3) Diferentemente do que informa a manchete, o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é sequer acionista da Rede 21; 4) O referido contrato, provavelmente entregue à Folha por um colaborador do jornal, estabelece claramente que se trata de compra de conteúdo e, como demonstra a própria reportagem, não contém nenhuma irregularidade; 5) Registre-se que a própria Rede 21 juntou cópia do contrato aos autos do processo que move contra a Editora Abril por campanha difamatória com intenção claramente concorrencial. Como é sabido, a Abril é sócia da MTV, emissora internacional que tem reagido à concorrência de um canal nacional, a PlayTV, cuja programação é levada ao ar pela Rede 21."
MARCELO MEIRA, vice-presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A receita com anúncios de estatais acertada com empresa do filho do presidente da República e "as acusações de uso inadequado de verbas públicas", que levaram o juiz a negar o sigilo solicitado pela Rede 21, são assunto de interesse público. Quanto ao item 3, a manchete se referia ao espaço controlado pela Game TV (ex-Gamecorp) na programação da PlayTV (antiga Rede 21). A Game TV tem entre os sócios Fábio Luiz da Silva. Em nenhum momento a reportagem afirmou que ele era acionista da Rede 21.

"A Caixa Econômica Federal, citada no texto "Verbas de estatais ajudam a bancar TV de filho de Lula" como um dos maiores anunciantes da Rede 21, não foi ouvida pela reportagem deste jornal.
No que diz respeito aos investimentos em publicidade da Caixa na Rede 21, informamos que eram feitos apenas na programação jornalística, no telejornal "Toda Hora". Desde maio, quando a programação jornalística foi interrompida, não anunciamos mais no canal.
A política da Caixa é estar presente nos principais telejornais do país. Por isso somos patrocinadores do "SBT Brasil" e do "Jornal da Record" e temos inserções avulsas no "Jornal da Band" e "Jornal Nacional". Seguem os dados de investimentos no Canal 21.
2004 - R$ 395.064,40
2005 - R$ 524.673,80
2006 - R$ 219.325,44
Como a Folha pode constatar, os investimentos na Rede 21 caíram em 2006 em decorrência da mudança do perfil da emissora.
GABRIEL DE BARROS NOGUEIRA, assessor de imprensa da Caixa (Brasília, DF)

Empulhação
"O editorial "O rap da empulhação" (Opinião, 26/11) é antológico. Admiravelmente bem escrito, lúcido e de uma precisão fotográfica da matéria comentada. Não sei quem o escreveu, mas é meu candidato à Academia de Letras.
SAULO RAMOS, ex-ministro da Justiça (Serra Negra, SP)

Tortura
"O artigo de Jarbas Passarinho ("A tortura e o terrorismo", "Tendências/ Debates", 28/11) obriga-me a prestar um testemunho de infância. Sou "obrigado", porque o faço com pesar, pois não me é fácil expor estes sentimentos.
Fui preso, aos 4 anos de idade, em minha casa. Assistia ao "Vila Sésamo", programa infantil na TV, e fui interrompido pelos agentes do senhor Ustra, diga-se do DOI-Codi, que invadiram nossa casa com suas metralhadoras e palavras ofensivas.
Estávamos eu, minha irmã de 5 anos e minha tia, grávida de sete meses. Colocaram-nos no camburão e nos levaram ao "escritório" deste cidadão que hoje dá-se a escrever livros falseando sobre parte das mais horríveis na história do Brasil.
Já dentro do DOI-Codi, fui levado a um lugar onde pude ver meus pais já torturados. Por uma janelinha, a voz materna que meus ouvidos estavam acostumados a escutar me chamava. Porém, quando eu olhava, não podia reconhecer aquele rosto, verde/arroxeado pelas torturas que o oficial do Exército, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, havia infligido à minha mãe.
Era ela, mas eu não a reconhecia. Essa cena eu não esqueço, não porque arquitete uma vingança imaginária contra o coronel Ustra.
Ela não é uma informação da qual disponho, mas uma marca que talvez só por meio da terapia de meu testemunho público possa acalmar, deslocar para espaços periféricos de minha memória. Reitero minha confiança na Justiça de conquista de uma reparação histórica e moral.
Prefiro, como fez José Carlos Dias, o testemunho que vale a memória. Pelo direito à verdade!"
EDSON LUIS DE ALMEIDA TELES, um dos autores do processo da família Teles contra o coronel Ustra (São Paulo, SP)

"Jarbas Passarinho, ministro no período mais negro da ditadura, está defendendo publicamente Carlos Alberto Brilhante Ustra, que prefere calar mesmo quando é acusado -como o foi pelo advogado José Carlos Dias- de emporcalhar com o sangue das vítimas a farda que deveria honrar.
Solidário a um torturador e cúmplice da tortura por omissão, Passarinho tem outro ponto em comum com o ex-comandante do DOI-Codi: calunia os torturados.
Pois foi em retaliação aos meus artigos pedindo que se faça justiça no caso de Brilhante Ustra que ele afirmou, na entrevista que concedeu no último dia 24 a esta Folha:
"Você vê o cara confessando na TV e 15 dias depois dizendo ao juiz que foi torturado". Sabendo que a tortura no meu caso foi mais do que comprovada, tendo sido reconhecida pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e atestada por laudos médicos, além de haver me deixado com uma lesão permanente, Passarinho evita citar meu nome para escapar das conseqüências jurídicas do que insinua."
CELSO LUNGARETTI (São Paulo, SP)

"O artigo de Jarbas Passarinho é oportuno, coerente, responsável e responde à altura ao advogado José Carlos Dias. A meu ver, Dias tenta ressuscitar o ódio espalhado pelos pseudopatriotas e salvadores da pátria -gente da "esquerda democrática", adeptos por conveniência aos acontecimentos da época- e perpetuar a idéia de que os militares foram e são um mal para o país.
A verdade é que o oportunismo e a conveniência continuam fazendo parte da estratégia de certas pessoas públicas deste país, por certo para jamais serem esquecidas e continuarem usufruindo das benesses e locupletando-se à custa de ações indenizatórias milionárias ou gordas aposentadorias vitalícias pagas com dinheiro público.
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, advogado, subtenente reformado do Exército (Lins, SP)

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