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PAINEL DO LEITOR
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Publicidade oficial
"A manchete de ontem da Folha
("Publicidade oficial ajuda a bancar
TV de filho de Lula') leva o leitor a
uma conclusão totalmente contrária ao conteúdo da reportagem. A
direção da Rede 21 gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos:
1) Como informou o próprio texto, não há nenhuma ilegalidade no
contrato entre a Rede 21 e a Gamecorp; 2) Como informou o próprio
texto, a verba publicitária das empresas/órgãos do governo federal
foi reduzida para um terço em relação a 2005, comprovando que não
se sustenta a afirmação de favorecimento; 3) Diferentemente do que
informa a manchete, o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não é sequer acionista da Rede 21;
4) O referido contrato, provavelmente entregue à Folha por um colaborador do jornal, estabelece claramente que se trata de compra de
conteúdo e, como demonstra a própria reportagem, não contém nenhuma irregularidade; 5) Registre-se que a própria Rede 21 juntou cópia do contrato aos autos do processo que move contra a Editora
Abril por campanha difamatória
com intenção claramente concorrencial. Como é sabido, a Abril é sócia da MTV, emissora internacional
que tem reagido à concorrência de
um canal nacional, a PlayTV, cuja
programação é levada ao ar pela
Rede 21."
MARCELO MEIRA, vice-presidente do Grupo
Bandeirantes de Comunicação (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - A receita com
anúncios de estatais acertada
com empresa do filho do presidente da República e "as acusações de uso inadequado de verbas públicas", que levaram o
juiz a negar o sigilo solicitado
pela Rede 21, são assunto de interesse público. Quanto ao item
3, a manchete se referia ao espaço controlado pela Game TV
(ex-Gamecorp) na programação da PlayTV (antiga Rede 21).
A Game TV tem entre os sócios
Fábio Luiz da Silva. Em nenhum momento a reportagem
afirmou que ele era acionista da
Rede 21.
"A Caixa Econômica Federal, citada no texto "Verbas de estatais
ajudam a bancar TV de filho de Lula" como um dos maiores anunciantes da Rede 21, não foi ouvida pela
reportagem deste jornal.
No que diz respeito aos investimentos em publicidade da Caixa na
Rede 21, informamos que eram feitos apenas na programação jornalística, no telejornal "Toda Hora".
Desde maio, quando a programação
jornalística foi interrompida, não
anunciamos mais no canal.
A política da Caixa é estar presente nos principais telejornais do país.
Por isso somos patrocinadores do
"SBT Brasil" e do "Jornal da Record"
e temos inserções avulsas no "Jornal da Band" e "Jornal Nacional". Seguem os dados de investimentos no
Canal 21.
2004 - R$ 395.064,40
2005 - R$ 524.673,80
2006 - R$ 219.325,44
Como a Folha pode constatar, os
investimentos na Rede 21 caíram
em 2006 em decorrência da mudança do perfil da emissora.
GABRIEL DE BARROS NOGUEIRA, assessor de
imprensa da Caixa (Brasília, DF)
Empulhação
"O editorial "O rap da empulhação" (Opinião, 26/11) é antológico.
Admiravelmente bem escrito, lúcido e de uma precisão fotográfica
da matéria comentada.
Não sei quem o escreveu, mas é
meu candidato à Academia de Letras.
SAULO RAMOS, ex-ministro da Justiça
(Serra Negra, SP)
Tortura
"O artigo de Jarbas Passarinho
("A tortura e o terrorismo", "Tendências/ Debates", 28/11) obriga-me a prestar um testemunho de infância. Sou "obrigado", porque o faço
com pesar, pois não me é fácil expor
estes sentimentos.
Fui preso, aos 4 anos de idade, em
minha casa. Assistia ao "Vila Sésamo", programa infantil na TV, e fui
interrompido pelos agentes do senhor Ustra, diga-se do DOI-Codi,
que invadiram nossa casa com suas
metralhadoras e palavras ofensivas.
Estávamos eu, minha irmã de 5
anos e minha tia, grávida de sete
meses. Colocaram-nos no camburão e nos levaram ao "escritório"
deste cidadão que hoje dá-se a escrever livros falseando sobre parte
das mais horríveis na história do
Brasil.
Já dentro do DOI-Codi, fui levado a um lugar onde pude ver meus
pais já torturados. Por uma janelinha, a voz materna que meus ouvidos estavam acostumados a escutar
me chamava. Porém, quando eu
olhava, não podia reconhecer aquele rosto, verde/arroxeado pelas torturas que o oficial do Exército, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, havia infligido à minha mãe.
Era ela, mas eu não a reconhecia.
Essa cena eu não esqueço, não
porque arquitete uma vingança
imaginária contra o coronel Ustra.
Ela não é uma informação da qual
disponho, mas uma marca que talvez só por meio da terapia de meu
testemunho público possa acalmar,
deslocar para espaços periféricos
de minha memória.
Reitero minha confiança na Justiça de conquista de uma reparação
histórica e moral.
Prefiro, como fez José Carlos
Dias, o testemunho que vale a memória. Pelo direito à verdade!"
EDSON LUIS DE ALMEIDA TELES, um dos autores do
processo da família Teles contra o coronel Ustra
(São Paulo, SP)
"Jarbas Passarinho, ministro no
período mais negro da ditadura, está defendendo publicamente Carlos Alberto Brilhante Ustra, que
prefere calar mesmo quando é acusado -como o foi pelo advogado José Carlos Dias- de emporcalhar
com o sangue das vítimas a farda
que deveria honrar.
Solidário a um torturador e cúmplice da tortura por omissão, Passarinho tem outro ponto em comum
com o ex-comandante do DOI-Codi: calunia os torturados.
Pois foi em retaliação aos meus
artigos pedindo que se faça justiça
no caso de Brilhante Ustra que ele
afirmou, na entrevista que concedeu no último dia 24 a esta Folha:
"Você vê o cara confessando na TV e
15 dias depois dizendo ao juiz que
foi torturado". Sabendo que a tortura no meu caso foi mais do que
comprovada, tendo sido reconhecida pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e atestada por
laudos médicos, além de haver me
deixado com uma lesão permanente, Passarinho evita citar meu nome para escapar das conseqüências
jurídicas do que insinua."
CELSO LUNGARETTI (São Paulo, SP)
"O artigo de Jarbas Passarinho é
oportuno, coerente, responsável e
responde à altura ao advogado José
Carlos Dias. A meu ver, Dias tenta
ressuscitar o ódio espalhado pelos
pseudopatriotas e salvadores da pátria -gente da "esquerda democrática", adeptos por conveniência aos
acontecimentos da época- e perpetuar a idéia de que os militares foram e são um mal para o país.
A verdade é que o oportunismo e
a conveniência continuam fazendo
parte da estratégia de certas pessoas públicas deste país, por certo
para jamais serem esquecidas e
continuarem usufruindo das benesses e locupletando-se à custa de
ações indenizatórias milionárias ou
gordas aposentadorias vitalícias pagas com dinheiro público.
JOÃO CARLOS GONÇALVES PEREIRA, advogado,
subtenente reformado do Exército (Lins, SP)
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