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RICARDO YOUNG
O Brasil e a sustentabilidade
Foi divulgada nesta semana
a pesquisa "Sustentabilidade
Aqui e Agora", feita pelo Ministério do Meio Ambiente e
por grande rede de supermercados, em 11 capitais, para verificar se o consumidor está
aceitando largar a sacola plástica. Também serviu para retratar hábitos, comportamentos e percepções do brasileiro
em relação à sustentabilidade.
Os resultados mostram, em
primeiro lugar, que o consumidor é favorável à substituição da sacola plástica.
Este dado se insere num cenário maior que emerge desse
estudo, no qual fica evidente
que, se a consciência sobre a
importância do tema espalhou-se pela sociedade, ela
ainda não está promovendo
mudanças de comportamento
efetivas.
O cidadão ainda não sabe
como juntar essa consciência
com ações concretas para
transformar seu modo de vida.
Nas grandes cidades, onde
hoje moram 75% dos brasileiros, é baixa a percepção sobre
meio ambiente. Saúde, segurança e saneamento estão entre as maiores prioridades,
mas nenhuma resposta ligou
esses assuntos ao desenvolvimento sustentável.
No entanto, a pesquisa
mostrou hábitos em movimentação: 45% não jogam
produtos tóxicos no lixo comum; 41% consertam produto
quebrado para prolongar a vida útil; e 31% deixam de comprar algum produto por informações contidas no rótulo.
Três dados importantes
também emergiram: 59% das
pessoas que participaram da
pesquisa acreditam que a preservação dos recursos naturais deve estar acima das
questões da economia. E também para 59% só grandes
transformações em consumo,
transporte e alimentação podem realmente ajudar a manter o equilíbrio futuro.
Ainda, 63% acreditam que é
a escola a instituição capaz de
promover essas mudanças de
forma profunda e duradoura.
Quanto a crenças e valores,
o Brasil dessa pesquisa é uma
sociedade com esperança no
futuro, pela fé na capacidade
humana de superar obstáculos. Por isso, sempre aposta
numa vida melhor.
São resultados animadores
porque demonstram a disposição do país em adotar outra
maneira de produzir e consumir. Falta, justamente, o projeto de mudança. Ele precisa
ser articulado com urgência.
Não nos gabinetes oficiais
ou por meio de gurus contratados. Mas pela mobilização
dessa mesma sociedade que
busca ações exemplares.
Empresas, governos e entidades sociais precisam se mexer, criar marcos regulatórios,
casos concretos, referências.
O país justo e sustentável que
queremos avança.
RICARDO YOUNG escreve às segundas-feiras
nesta coluna.
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