São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES

2003: A esperança de um Brasil melhor!

Chegamos ao fim de 2002 com resultados espetaculares no campo das exportações. O Brasil mostrou que pode tornar-se um país exportador de grandes proporções e competir com as economias da Ásia, da Europa Central, da América Latina e de outras regiões em desenvolvimento.
O grande estímulo ao aumento das exportações foi a flexibilização da política cambial no início de 1999 e, ultimamente, a forte elevação do valor do dólar. Persistiram os demais problemas, como é o caso da alta tributação, dos juros estratosféricos, dos enormes encargos sociais, do exagerado custo dos portos etc.
Nenhum desses obstáculos está presente na China, na Coréia, em Taiwan, na Europa Central e nas nações mais desenvolvidas. O que seria das exportações americanas se, em lugar de pagarem 3% de juros anuais, os produtores tivessem de pagar 60% por ano, como os brasileiros? O que seria das exportações da Europa Central se os produtores da Hungria, da Polônia, da Romênia e de outros países tivessem de arcar com 100% de encargos sociais para contratar trabalho, em lugar de 30% -na média? O que seria das exportações da Coréia do Sul e de Taiwan se a carga tributária daqueles países fosse de 34% do PIB, em lugar de 20%?
Com as reformas estruturais prometidas pelo novo governo, o Brasil vai se tornar ainda mais competitivo. Nem será preciso um dólar tão alto que, como se sabe, fere fundo o programa de combate à inflação. Os recursos naturais e a disciplina de trabalho são abundantes no Brasil. Isso pode nos levar muito longe no campo das exportações.
Progredimos bastante ao longo dos últimos anos. O Brasil que Fernando Henrique Cardoso nos deixa é bem melhor do que aquele que ele recebeu. É claro que muitos problemas persistem. Mas não se pode ignorar a previsibilidade trazida pela estabilização da moeda, assim como não se devem subestimar a estabilidade política trazida pela consolidação das instituições democráticas e o clima de liberdade em que aqui se vive -o que permitiu, em outubro passado, o belo festival nas eleições de parlamentares, governadores e presidente da República.
Tampouco se podem deixar de lado os avanços introduzidos no controle das contas públicas, em especial a Lei de Responsabilidade Fiscal. Da mesma forma, há que se computar como saldo a substancial elevação da eficiência das empresas, conquistada pela melhoria da produtividade técnica e pelos métodos de gestão.
O Brasil de hoje, com todos os seus problemas, é melhor do que o Brasil de ontem e tem tudo para ser muito melhor do que o Brasil de amanhã. Entraremos no novo ano com um novo governo, apoiado pela esmagadora maioria da população e com enorme vontade de acertar. É hora de colaborar. Por isso desejo a todos um 2003 de muito trabalho para termos a alegria de ver os nossos sonhos concretizados. Feliz ano novo!


Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.


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