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ESFORÇO FISCAL
O governo ao que tudo indica
não terá dificuldades para entregar o superávit primário das contas públicas acertado com o FMI. Relatório de política fiscal divulgado na
semana passada pelo Banco Central
revela que o resultado das receitas
menos as despesas, sem contar os
pagamentos de juros, havia atingido
cerca de R$ 70 bilhões no final de novembro. O valor supera os R$ 65 bilhões necessários para cumprir a
meta. A folga obtida deverá ser consumida pelo possível déficit do mês
de dezembro, quando o setor público tem suas despesas aumentadas
por obrigações salariais.
Embora o resultado possa ser comemorado pelas autoridades econômicas, o fato é que o esforço fiscal
em nada contribuiu para reduzir a
proporção da dívida líquida sobre o
Produto Interno Bruto (PIB). Segundo as projeções , a dívida deverá ficar
em 57,3% do PIB no final do ano,
contra 55,5% em 2002.
A conclusão que se retira desse
quadro é que a estagnação da economia serviu para anular a tentativa tão
enfatizada pelo ministro da Fazenda
de reduzir a relação dívida/PIB. É verdade que essa proporção atingiu
59% em agosto, tendo demonstrado
tendência declinante nos últimos
meses do ano. Esse movimento, auxiliado pela progressiva queda na taxa básica de juros, não deixa de ser
um alento para os encarregados de
administrar a evolução da dívida.
Não há dúvida de que o Brasil precisa ter contas equilibradas e que a situação de endividamento impõe a
necessidade de gerar superávits. Feitas as contas, no entanto, o principal
desafio que se coloca para o país é
crescer. Se há tanto interesse em melhorar a relação entre a dívida e o PIB,
o crescimento do segundo termo
dessa equação deveria merecer maiores esforços. Aumentar o PIB de forma sustentada e persistente também
significa elevar o volume da arrecadação pública e melhorar o quadro
fiscal e de endividamento com menores sacrifícios.
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