São Paulo, quarta-feira, 30 de janeiro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Segurança paulista
"O deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho, na reportagem "Especialistas e ex-secretários criticam gestão" (Cotidiano, pág. C4, 27/1), afirma, equivocadamente, que apenas 450 viaturas, em média, atuam no policiamento diário da capital. O número de viaturas da Polícia Militar em atividade diariamente na cidade de São Paulo é de 880, incluindo as viaturas da Rota. Ao fazer a afirmação de que "não adianta comprar carros e não colocá-los nas ruas", fica patente a sua desinformação no que se refere ao policiamento preventivo e ostensivo desenvolvido pela PM. O governo Mário Covas/Geraldo Alckmin, reconhece o ex-governador Fleury, foi o que mais investiu na área da segurança pública. De 1995 a 1998, o atual governo adquiriu 7.193 viaturas para ambas as polícias, enquanto o governo Fleury, de 1991 a 1994, comprou 3.612. No total, de 1995 a 2001 foram compradas 12.506 novos veículos para as polícias, o que permitiu baixar drasticamente a idade média da frota para três anos -fato inédito na história de São Paulo- além de ampliar a presença ostensiva e dinâmica dos policiais no dia-a-dia da comunidade e criar novas modalidades de policiamento."
Carlos Alberto da Silva, coordenador de Comunicação da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Violência
"O presidente da República está interessado em saber como o prefeito de Vinhedo (SP) conseguiu diminuir os índices de violência em sua comunidade. Simples, elementar. Ele investiu em sua guarda municipal, gastou dinheiro com o social, canalizou os recursos suficientes para a segurança. Enquanto isso, o presidente não prioriza a segurança nacional, haja vista que a Policia Federal não tem sequer dinheiro pagar as suas despesas básicas -contas telefônicas, aluguel etc. O presidente, não precisa se encontrar com o prefeito de Valinhos. Ele pode ficar em seu palácio, chamar o sr. Malan, pedir verba e entregá-la ao representante do Ministério da Justiça, que fará bom uso do numerário recebido."
Julio Edison Lagini (Sumaré, SP)

Daniella Perez
"Qualquer pessoa com mais de 15 anos de idade é capaz de se lembrar do crime hediondo que Guilherme de Pádua cometeu bem como de sua pena criminal, que foi pouco a pouco reduzida até chegar à injusta situação atual. Por isso, achei extremamente insensível a opinião do sr. Mauro Rodrigues Castilho ("Painel do Leitor", 28/1). "Perseguição nazista'? Glória Perez é uma mulher como poucas, tentando bravamente impedir que um assassino retome espaço na medíocre mídia brasileira. "Sede insaciável e doentia de vingança'? Por favor, estamos falando de uma mãe que perdeu sua filha da forma mais brutal possível e que, além de tudo, se vê cercada por impunidade e comentários impensados justamente daqueles que deveriam ser os mais solidários. Penso, portanto, que o senhor Castilho tenha idéias distorcidas do que seja de fato religião -o amor de uma mãe é a maior manifestação de Deus dentro de uma pessoa."
Isabella Ferraro (Jundiaí, SP)

Via terrestre
"Que tal se os nossos nobres congressistas trocassem suas confortáveis viagens aéreas entre o Distrito Federal e as suas bases eleitorais por deliciosas viagens de automóvel nas estradas federais? Talvez, dessa maneira, deputados e senadores conheceriam um pouco da realidade das nossas abandonadas rodovias."
Ernesto Vieira Prioste Júnior (São Paulo, SP)

Um jardim
"Ainda bem que, apesar de toda a violência, Campinas tem Rubem Alves, que, com sua poesia, nos mostra que ainda é possível reconstruir nossos jardins ("Réquiem para um jardim", "Tendências/Debates", 29/1)!
Ludmilla Radeke Bello Milanez (Campinas, SP)
"Gostaria de fazer algumas observações sobre o texto de Rubem Alves. Não acho que um jardim precise de muros. Por tanto tempo, lutamos por uma liberdade. Talvez possamos mostrar que são exatamente os muros que criamos que nos trazem os perigos e que, se todos pudessem brincar em nosso jardim, não haveria mais tantos perigos. Talvez este seja o momento que precisamos para mostrar que podemos derrubar esses muros de hipocrisia e de preconceito. Não precisamos da força armada do governo para nos proteger, pois acredito que tenhamos outras armas muito mais eficientes do que a força física. Por que nós mesmos não tratamos de derrubar o muro de nossos jardins?"
Ana Luiza Junqueira Correa (São Paulo)

Senai
"Com o título "Senai: um exemplo a ser seguido" (Opinião, pág. A2, 27/1), o sr. Antônio Ermírio de Moraes teceu brilhantes considerações a respeito do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Complementando, resta salientar que o sistema de ensino-aprendizagem ali utilizado ocupa, com certeza, o primeiro lugar na formação dos mais competentes técnicos de nível médio deste país. Ali se percebem os reais significados de "ensinar", de "aprender" e do que é uma organização educacional de primeira linha. De fato, um exemplo a ser seguido."
João Batista Ioriatti Demattê, professor universitário aposentado, ex-aluno do Senai de Londrina-PR (Serra Negra, SP)

Armas
"Os políticos brasileiros sempre estão achando maneiras fáceis de resolver problemas difíceis. Pode-se dizer que, há mais de dois anos, com a nova legislação sobre armas, ficou quase proibitivo comprar e portar armas. As vendas caíram quase 80%, e neste período a violência só aumentou. Países como Austrália e Inglaterra proibiram as armas e a violência aumentou. Agora, como sempre, depois dessas ondas de violência e de sequestro, o governo vem com essas tentativas de medidas populistas, como a prisão perpétua, a proibição de armas, a proibição de celular pré-pago. O povo estando desarmado, a bandidagem deita e rola!"
Eloir Mário Marcelino (Tietê, SP) "A reportagem "Crime à mão armada dispara no Reino Unido" (Mundo, pág. A11, 29/1) foi muito oportuna, pois as pessoas de bom senso já sabiam que isso iria acontecer nos países que adotaram a política de desarmamento civil. Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência sabe que desarmar o civil honesto facilita a vida dos criminosos, dificulta a ação da polícia e oprime ainda mais o homem de bem. Espero que os legisladores do Brasil tenham tirocínio para entender isso e não dar ouvido aos delirantes desarmamentistas."
Marcelo Pereira, doutor em direito do Estado pela Fadusp (São Paulo, SP)

"Quando meu pai pediu minha mãe em casamento, há 20 anos, ela impôs uma condição: que ele se desfizesse do revólver que guardava em casa. Na semana passada, nossa casa foi invadida por assaltantes enquanto estávamos fora, à tarde. Retornamos em uma hora e meia, e os assaltantes, que ainda estavam lá, tiveram tempo de pular o muro e fugir com alguns bens. Caso meu pai ainda tivesse a arma, certamente os bandidos teriam-na usado e iriam nos manter reféns enquanto finalizavam o roubo, aumentando consideravelmente o trauma da família. Conclusão: a proibição de venda e porte de armas pela sociedade civil é, sim, um meio preventivo de diminuir a violência e deveria estar sendo discutida com mais seriedade pelo governo em lugar da velha retórica acerca da prisão perpétua e de outros paliativos."
Marília J. Mäder (Campinas, SP)


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