São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Verticalização
"Tem razão o sr. Michel Temer ao defender o fim da verticalização ("Tendências/Debates", 28/1). Ela é mesmo uma "agressão à cultura tradicional", a "uma cultura política ancestral". É justamente nesse meio de cultura que têm proliferado fisiologismos e casuísmos, compras de deputados, partidos nanicos que se vendem, conveniências pessoais dos também ancestrais currais eleitorais onde a "vocação regional" é regida por antigos "coronéis". Aliás, o PMDB, de quem o articulista é presidente, é, no cenário político brasileiro, um bom exemplo disso. Talvez o melhor".
Maria Helena R. Campos (Belo Horizonte, MG)

Liberação
"Causou-me impacto a atitude de vários senadores pela amabilidade no tratamento dado ao ministro Antonio Palocci na CPI dos Bingos. Quando estão na tribuna, são ferozes nos ataques ao ministro, e esperava-se o mesmo aguerrimento nesta CPI. No entanto, agiram como cordeiros bem comportados, para a decepção dos que acompanharam a transmissão pela TV. Lendo a edição de sábado desta Folha, na página A4, veio-me o esclarecimento: liberação de recursos para "agradar" aos referidos senadores! É uma lástima!"
José Soldá (Sorocaba, SP)

Favelização
"Quanto à preocupação com o crescimento das favelas brasileiras expressa no editorial "Favelas na calçada", (Opinião, 28/1), e tudo o que acarreta esse tipo de ocupação caótica do solo, cumpre acrescentar, além do que foi dito, o seguinte: o principal fator de deterioração do espaço urbano não é culpa dos pobres, e sim do modelo legal de ocupação dos espaços pela construção civil. Privilegia-se o lucro imediato e voraz, em detrimento da qualidade de vida. O que se colhe dessa tolerância com a "destruição" civil é congestionamento, poluição, marginalidade e favela! Favela não é causa. É efeito."
José Isaac Pilati (Florianópolis, SC)

Dois mundos distantes
"É triste ver a existência de um fórum social como contraposição a um fórum econômico, assuntos que na prática nunca deveriam estar separados. Mais triste ainda é perceber que nos últimos tempos poucas foram as idéias criadas para evitar essa divisão, pois há quase um século se retorna às mesmas idéias marxistas para explicar as desigualdades atuais, quase sempre satanizando o capitalismo. Até hoje ouvimos com insistência a talvez já ultrapassada idéia da luta de classes. Será que economistas, sociólogos e políticos em sua busca incessante pela maximização, pelo equilíbrio e pelo poder deixaram de lado seu espírito crítico, sua vontade de mudar o mundo, esquecendo os ditos problemas reais que os levaram a ser o que são? É triste."
Fernando Luís Gonçalves (São Paulo, SP)

Mínimo diálogo
"O artigo de Luiz Marinho "Salário mínimo: a vitória do diálogo" ("Tendências/Debates", 29/1) deve ser alguma brincadeira. O valor já estava acertado e custeado pelo IRPF e nem de longe as centrais, cujos integrantes xiitas só faltavam atear fogo no próprio corpo, fizeram algum esforço, mínimo que fosse. Muito blablablá, desencontros e farta exposição na mídia para garantir a manutenção do "puder" em 2006. Hoje o trabalhador está desamparado. Para piorar, ventila-se a todo momento mudanças nos parcos direitos trabalhistas que apenas compensaram o pagamento do custo Brasil em 1990 e 1994."
Ubiratã Caldeira (São Bernardo do Campo, SP)

Acordão
"O PSDB retirou da Comissão de Ética o deputado Gustavo Fruet para que ele não votasse a favor da cassação do deputado Roberto Brant. Era visível o desconforto do deputado Gustavo Fruet tentando explicar a decisão, e eis o que é realmente o PSDB: igual aos outros. Prega a moralidade e participa de "acordões". Que moral tem para criticar, após essa atitude? O pior é que ainda tem eleitor que vota nesse partido. É, o povo perdeu a vergonha e não tem razão nenhuma para reclamar ou se mostrar indignado. De que adianta, se votam nos mesmos? Eles continuarão fazendo, e com razão, pois são reeleitos."
Panayotis Poulis (Rio de Janeiro, RJ)

Prioridades
"Assusta ler que uma certa operadora de telefonia celular investe milhões de reais para trazer os Rolling Stones, fantástico conjunto de rock, para tocar "gratuitamente" para alguns milhões de fãs. Assusta por ver o quanto o "pão e circo" se torna mais importante do que investir esses milhões em uma reurbanização de favela, na construção de centro esportivo, na criação de escola profissionalizante, ações que a operadora poderia fazer em parceria com os municípios e ter, assim, seu nome imortalizado e valorizado por todos, e não por algumas horas de glória transmitida pela poderosa emissora de TV. Assusta a perda de tempo que os jornais despendem para discutir a lista dos VIPs elaborada por uma tão importante promoter, que aceita ou rejeita os famosos, como se isso fosse de importância para nação tão desigual (Ilustrada, 29/1, pág. E1). Mas mais vale um show de rock milionário do que tentar minimizar a miséria que vive ao lado do palco onde o show será realizado. Só um detalhe: adoro os Rolling Stones."
Pedro Fortes (São Paulo, SP)

Salvamento
"É um verdadeiro milagre estar viva a criança de cerca de dois meses encontrada dentro de um saco, na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Ensacolar e abandonar um bebê é coisa de psicopata. Jogá-lo dentro de uma lagoa é um ato bestial, um crime hediondo. Quem pratica um ato assim não pode ser humano. É imperioso que as autoridades investiguem a fundo esse crime terrível, para ver quem realmente jogou a criança na lagoa. Que a participação de todos os envolvidos nessa trama terrível fique bem esclarecida."
Wilson Gordon Parker (Nova Friburgo, RJ)

Multissecular
"Sobre a reportagem "Genética e talento tornam Romário, 40, exceção" (Esporte, pág. D1, 29/1), gostaria de comentar: se já tivemos o atleta do século, no século passado, agora temos o atleta dos dois séculos, o 20 e o 21: Romário, ao qual se atribui ter feito algumas bobagens, menos a de renegar os próprios filhos."
Rubens Stefanoni (Osasco, SP)

Mau uso
"Com relação à resposta de Barbara Gancia à carta do leitor Joaldo Alves, na coluna "Barbara Responde" da Revista de 22 de janeiro, esclareço que o trocadilho utilizado com o meu sobrenome ("Afinal, se a Zulaiê Cobra, com que dinheiro nós vamos pagá-la?') foi acintosamente difamante à minha vida pública. Nem por brincadeira tal trocadilho poderia ter sido utilizado em razão da minha biografia de mulher honesta, séria, trabalhadora, que luta, arduamente, pelas causas do povo brasileiro. Ao meu sobrenome Cobra (da minha família), se cabe algum trocadilho, e quem me conhece sabe, esse seria em relação à cobrança que promovo da ética, da moral de todos os Poderes da República, como fiz na reforma do Poder Judiciário, na presidência da CPI dos Bingos e agora, como membro da CPI que investiga os escandalosos casos de corrupção do atual governo federal."
Zulaiê Cobra Ribeiro, deputada federal pelo PSDB-SP (São Paulo, SP)


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