São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Educação
O Estado de São Paulo deve abandonar a progressão continuada? (Opinião, 29/1). A minha resposta é sim. É um crime, é terrível uma criança estudar com afinco e ver o coleguinha brincar e bagunçar durante todo o ano e no final receber o prêmio da aprovação, mesmo com todo o esforço dos pais, da escola e do "palhaço" do professor, que tenta ensinar quem só quer levar a melhor. O artigo de João Batista Araujo e Oliveira é extremamente contraditório: seu instituto aplicou uma prova externa e comprovou que 70% são totalmente analfabetos, mas foram promovidos. Por quê? A resposta todos já conhecemos: é a progressão continuada. Se ela é tão boa assim, por que os grandes colégios particulares não a adotam? A progressão matou o interesse pelo ensino. A professora Maria Izabel Azevedo Noronha foi muito feliz ao apontar os problemas da educação no Estado.
CRISTIANO MARIANO DE MOURA (São Paulo, SP)

 


Lendo as considerações da seção "Tendências/Debates" de sábado, concluo pela excelência das duas argumentações, sendo que as ponderações de Maria Izabel Azevedo Noronha negam não a progressão continuada em si, mas o modelo adotado pelo governo do Estado de São Paulo, equivocado em todas as formas. Não se pode deixar de reconhecer que a política da repetência excluiu muitos jovens do sistema educacional e só serviu para acentuar as diferenças entre ricos e pobres em nosso país, além de representar um custo elevadíssimo, financeiro e social, como demonstrou o professor João Batista Araujo e Oliveira. Como professor universitário, tenho visto que o despreparo dos alunos egressos da rede pública é marca registrada das novas gerações. Há que se fazer a inclusão pregada pela progressão continuada sem negligenciar as medidas de preparo e formação do magistério, acompanhadas de condições dignas de trabalho para educadores e educandos.
PAULO ROBERTO PEDROZO ROCHA (Osasco, SP)

Alckmin
O texto "Aliado de Alckmin sai em defesa de suas gestões" (Poder, 26/1) erra ao afirmar que fui condenado pelo Superior Tribunal de Justiça. Não tive condenação por essa corte. Na verdade, nela recorro contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que não reconheceu a legalidade de contratação de cinco profissionais de saúde que realizei em regime de urgência para manter o funcionamento de pronto-socorro público em Taubaté, quando fui prefeito dessa cidade pela segunda vez (1993-1996). O próprio Judiciário reconhece que não tive nenhum benefício pessoal, não gerei dano ao erário público e não tive outra motivação senão a do interesse público maior.
JOSÉ BERNARDO ORTIZ, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (São Paulo, SP)

RESPOSTA DO JORNALISTA FERNANDO GALLO - Após ser condenado pela Justiça paulista, o missivista recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, que manteve, em junho de 2010, a decisão contra ele por improbidade administrativa.

Egito
Se o movimento popular que ora toma conta do Egito ocorresse em Cuba, teria o apoio incondicional dos Estados Unidos. Mas estes têm dois pesos e duas medidas: são a favor da democracia, mas apoiam regimes caquéticos e opressivos, como o de Mubarak; são contrários ao colonialismo, mas nada fazem para impedir a colonização dos territórios palestinos pelos judeus.
O Egito é um dos raríssimos países árabes que reconhecem Israel. Deixar um aliado entregue à própria sorte é algo que não passa pela cabeça dos estrategistas estadunidenses. A posição dúbia dos EUA não passa despercebida por aqueles que são por ela prejudicados, e um dia Washington pode ser vítima dessas posições. Quem sabe não estamos assistindo a uma nova Primavera dos Povos, só que desta vez no mundo muçulmano?
JOSUÉ NAVARRO DE ANDRADE (Franca, SP)

Presídios
O editorial "Atrás das grades" (29/1) é muito claro no diagnóstico da barbárie que acontece longe de nossos olhos. Pena que o tratamento ou não existe ou é feito na base do "olho por olho, dente por dente", devolvendo-nos ao fim da pena indivíduos ainda mais corrompidos. Aí está uma boa oportunidade para entender melhor o significado do "dar a outra face" -ou seja, humanizar o tratamento dado aos presidiários, por piores que sejam, para que alguns pelo menos compreendam o que lhes estaria sendo oferecido, para darem em troca algo parecido.
WILSON DAHER (São José do Rio Preto, SP)

Poluição
A pesquisa mostrada na reportagem sobre o uso de caramujos (Achatina fulica) no monitoramento da poluição deve ser olhada com cuidado. Esta espécie é um organismo bioinvasor de origem africana que já ocupa diversos países do mundo, inclusive o Brasil. Organismos bioinvasores são característicos por sua condição generalista: eles se alimentam de uma grande quantidade de recursos e são resistentes à ação de agentes estressores, como por exemplo a poluição. Isto pode ser ilustrado pelos locais onde esta espécie pode ser encontrada, como esgotos e aterros sanitários. A utilização desses organismos no monitoramento de poluição é no mínimo questionável, pois eles podem apresentar uma tolerância à poluição superior aos organismos nativos. Tais conclusões podem beneficiar as empresas em questão, mostrando que os níveis de gases emitidos são toleráveis.
MARCOS NOGUEIRA, biólogo (Salvador, BA)

Edemar
A reportagem (27/1) sobre a nababesca casa do falido banqueiro Edemar Cid Ferreira é uma radiografia da desigualdade social do Brasil. Um imóvel de R$ 142,7 milhões (seria uma das dez mais caras popriedades do mundo, pela lista da "Forbes") é uma ostentação de gosto duvidoso e um estímulo ao desperdício. Parabéns ao juiz Régis Bonvicino pela lucidez em despejar este senhor, que assim pagará parte do que deve aos seus credores.
LUIZ THADEU NUNES E SILVA (São Luís, MA)

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