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Mais do mesmo
Primeira pesquisa Datafolha para governo do Estado sugere cenário relativamente previsível na campanha paulista
NÃO TROUXE nenhuma
surpresa a pesquisa
Datafolha que pela
primeira vez aferiu as
intenções de voto para o governo
do Estado de São Paulo nas eleições deste ano. E é justamente
essa sensação de previsibilidade
que confere ao cenário eleitoral
paulista, ao menos por ora, um
sabor de mais do mesmo.
Não que a sondagem autorize
desde já prognósticos seguros. O
quadro das candidaturas ainda
está por se definir -e eleições,
como ensina a experiência, só
terminam com a apuração dos
votos. Considerando no entanto
os dois candidatos a protagonistas da campanha, representantes
das correntes políticas mais sólidas do Estado e do país, é difícil
imaginar um roteiro que escape
ao sobejamente conhecido.
De um lado, apresenta-se Geraldo Alckmin, postulante que
por certo conhece de cor a rotina
do Palácio dos Bandeirantes
-pois lá esteve durante anos. Foi
vice do governador Mário Covas
a partir de 1995, substituiu-o em
janeiro de 2001 e elegeu-se para
ocupar o cargo no período de
2003 a 2006.
Alckmin representa a linha
mais conservadora do PSDB -e
suas sempre citadas virtudes administrativas, das quais se regozija, foram desacreditadas nos
bastidores por membros da própria equipe do governador José
Serra, que o sucedeu em meio a
desentendimentos.
Do outro lado, com a não menos esperada desistência do senador Eduardo Suplicy, anunciada ontem, abre-se o caminho para que seu colega Aloizio Mercadante volte à cena. Petista histórico, o economista perdeu eleições como vice de Lula na chapa
presidencial de 1994 e como vice
de Luiza Erundina na disputa
pela prefeitura paulistana em
1996. Candidato derrotado ao
governo paulista nas últimas
eleições, deixou o pleito arranhado pelo episódio dos "aloprados"
-dois de seus assessores envolveram-se na aquisição de um
dossiê para prejudicar o rival José Serra.
O clima de "déjà vu" talvez possa ser quebrado com a dinâmica
da disputa, a depender do rendimento das demais candidaturas.
E certamente o seria na remota
hipótese de Ciro Gomes decidir-se por São Paulo. Seu nome não
constou de nenhum cenário da
pesquisa publicada ontem -uma
vez que persiste na intenção de
concorrer ao Planalto.
Pelo mesmo Partido Socialista
Brasileiro (PSB) de Ciro poderá
concorrer o empresário Paulo
Skaf, presidente da Fiesp -o que
já diz muito sobre o sistema partidário do país. Novato na política, os números apurados não lhe
foram favoráveis.
Resta esperar que a impressão
inicial de marasmo e falta de renovação na contenda de São
Paulo possa ser desfeita por propostas e debates pertinentes
acerca do futuro do Estado.
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