São Paulo, Terça-feira, 30 de Março de 1999
Texto Anterior | Índice

PAINEL DO LEITOR

Gratuidade do ensino

"Sobre o artigo da psicóloga Maria Beatriz de Carvalho Mello ("Tendências/Debates", 29/3) defendendo o pagamento de mensalidades nas universidades públicas, quero manifestar-me totalmente contrário.
Não se corrige um erro com outro erro. A universidade pública precisa é democratizar-se, mudando completamente o vestibular, que é uma barreira puramente econômica, criando obrigatoriamente cursos noturnos para aqueles que trabalham de dia e oferecendo bolsas para todos que precisam estudar em tempo integral.
Um país que paga R$ 130 bilhões de juros por ano (dez vezes o orçamento da educação) não pode ter o cinismo de tentar acabar com a gratuidade do ensino público, como querem os neoliberais de plantão."
José Aristodemo Pinotti, professor titular de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Atestado de sanidade

"Em relação ao texto de Clóvis Rossi de 28/3 ("Não dá mais, Pitta'), gostaria de complementar: a renúncia de Celso Pitta neste momento seria um atestado de sanidade mental do prefeito."
Wagner Ricci (São Paulo, SP)
EM>

Conceito comprometido

"Em sua coluna de 28/3, Clóvis Rossi compromete o conceito de jornalista bem-informado e imparcial, que a maioria dos leitores tem a seu respeito.
Celso Pitta não foi omisso nem conivente com a máfia dos fiscais. Ao contrário, quando há um ano demitiu administradores regionais suspeitos de corrupção, começou a ser ameaçado de impeachment.
Na época, a mídia se omitiu, e hoje Clóvis Rossi vai pelo mesmo caminho. Como diz em editorial no mesmo dia o jornal "O Estado de S. Paulo", há "uma estratégia clara para desviar as atenções da opinião pública do que ocorre na Câmara, transferindo todas as culpas para o chefe do Executivo e saindo como os "bonzinhos" do episódio". Será que Clóvis Rossi endossa essa estratégia?"
Antenor Braido, secretário de Comunicação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Clóvis Rossi - Não, não endosso. Mas tampouco endosso a tentativa do prefeito de se fingir de "flor no pântano", como o qualificou, ironicamente, recente editorial desta Folha.

Fato menor

"A imprensa brasileira, mais uma vez, dá importância maior ao fato menor, preocupando-se com o interesse privado quando o que efetivamente está em jogo é o interesse público.
A denúncia do crime de "lesa infans", atribuído ao ex-prefeito Paulo Maluf, por mais escabroso que possa ser, acoberta o crime maior, perpetrado contra o interesse público: a organização de invasões com a finalidade de desestabilizar o então governo municipal.
Penso que a Folha prestaria um serviço público relevante e, por conseguinte, melhor cumpriria seu papel ampliando a denúncia desse crime contra a ética política e o regime democrático."
Claudineu de Melo (São Paulo, SP)

"Pouco importa se a criança é filha ou não do dr. Paulo e muito menos se ele aceita ou não o exame de DNA.
O fato realmente relevante nessa história toda é que esse senhor seduziu uma menina de 14 anos.
Cometeu um ato criminoso, imoral, indecente... Estatuto da Criança e do Adolescente nesse indivíduo."
Teresa Jorge (São Paulo, SP)

Cumprimento

"Parabéns a Carlos Heitor Cony -"nem que a vaca tussa'- pela extrema elegância de seus artigos: "Toda glória e louvor à apoteose gay" (12/2) e "A condição humana" 916/2), tão viva, tão palpitante, tão verdadeiramente humana!"
Sara G. Vargas Seicali (São Paulo, SP)

Discordância

"Manifesto o meu descontentamento e discordância com relação às faixas colocadas nos diversos viadutos de São Paulo acusando o jornal de racista.
Com certeza essa manifestação não é obra dos movimentos negros de São Paulo, que têm assumido a responsabilidade por seus atos quando têm qualquer fato a denunciar, fazendo-o por meio deste jornal."
Eduardo J. de Oliveira, ex-presidente do Conselho Estadual da Comunidade Negra (São Paulo, SP)

CPI do Judiciário

"Uma das melhores coisas que aconteceram nestes últimos tempos foi o pedido de instalação da CPI do Judiciário pelo senador e presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães, que reconhece que uma minoria desse mesmo Judiciário não é séria.
Se, em consequência dessa CPI, o Judiciário conseguir uma investigação do Poder Legislativo, com certeza vamos descobrir o contrário: lá, a minoria é que é séria."
Curt Nees (Joinville, SC)

"A reforma do Judiciário deve ser feita com urgência para que certos caciques regionais não tenham a Justiça em suas mãos."
Jairo Veiga (Campinas, SP)

Tratamento diferenciado

"Sobre a ajuda ao banco Marka: enquanto o governo, obediente à oligarquia ora atuante, está empenhado em subtrair centavos dos salários dos trabalhadores e dos míseros benefícios dos aposentados, o todo-poderoso Banco Central utiliza o dinheiro público para cobrir eventuais prejuízos dos banqueiros que apostaram na roleta dos dólares."
Humberto de Barros Pereira Filho (São Paulo, SP)


Exemplo

"A minissérie "Chiquinha Gonzaga" deixou saudades e também reflexão, pois além de mostrar a biografia da grande compositora conseguiu retratar a opressão vivida pelas mulheres na época.
Que, a exemplo de Chiquinha Gonzaga, as mulheres possam superar outras formas de opressão, como a violência doméstica, e conquistar o direito a uma vida digna e feliz."
Ivone de Assis Dias (São Paulo, SP)

Bola de neve

"Concordo que o MST tem a sua função social -é necessária a redistribuição de terras, e urgente; isso é um consenso! Também concordo que a pressão junto ao governo é ainda imprescindível, sob pena de ser inócua a reforma agrária. Mas, ao meu ver, tal movimento se tornou uma bola de neve incontrolável.
A própria imprensa já acha normais as atitudes do MST, pois afinal de contas é uma rotina de invasões, inclusive em imóveis urbanos.
Será que não existem alguns exageros por parte do MST?
Chegaremos ao limite da insegurança coletiva se não houver uma política de combate a tais abusos. Urge a reforma agrária no Brasil, apóio. Porém a segurança jurídico-estatal sobre direitos constitucionais individuais há de ser respeitada, do contrário... será o início do fim."
Rodrigo Kurth Quadro Rua Tiradentes, 61 (Rio do Sul, SC)


Texto Anterior:
Erramos

Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.