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PAINEL DO LEITOR
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Células-tronco
"É no mínimo temerário que uma
questão como o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas
-ou seja, uma questão científica,
biológica e tecnológica- seja decidida por um grupo de leigos, cujo alcance dos conhecimentos não supera a "data vênia".
Pior: como sinal de seu atraso intelectual, ainda usam togas e se tratam uns aos outros de "Vossa Excelência".
É uma corte da Idade Média julgando uma questão do século 21."
PAULO SILVA (Goiânia, GO)
"O que me dá mais raiva nessa polêmica a respeito das células-tronco
é que, antigamente, os embriões
que sobravam das clínicas de fertilização iam para o lixo e ninguém falava nada.
Depois que pesquisadores começaram a utilizar as "sobras" em seus
estudos, vieram os religiosos para
mostrar serviço aos seus fiéis pagadores de dízimo.
Queria apenas lembrar que existe
uma corrida mundial pelo registro
de patentes nessa área. E o Brasil,
ficando para trás nessas pesquisas,
terá que pagar pelas descobertas
que os outros países fizerem."
AURÉLIO NUNEZ ROLAN (São Paulo, SP)
Roupa nova velha
"A CSS -Contribuição Social para Saúde- nada mais é do que a
CPMF com roupa nova.
É impressionante que o presidente Lula e sua tropa de choque
queiram que o contribuinte pague a
conta duas vezes, pois a CPMF foi
criada para a saúde e nunca foi usada para esse fim.
Nada contra a emenda 29, muito
pelo contrário, mas tudo contra o
novo-velho imposto."
LÍGIA BITTENCOURT (São Bernardo do Campo, SP)
"A CSS é mais uma demonstração
de o quanto a palavra do presidente
da República não tem valor nenhum.
Na ocasião da derrubada da
CPMF, no final de 2007, ele prometeu aceitar a derrota e garantiu que
não haveria represálias. Mas, em seguida, vieram vários aumentos em
outros tributos e cortes em diversos
programas do governo.
Agora, faz tudo para ressuscitar o
tributo, mudando o seu nome.
Cada vez mais o governo aposta
na certeza da total falta de memória
da população."
LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL
(Pouso Alegre, MG)
Alstom
"Em relação ao texto "Alstom pagou propina à Petrobras, diz testemunha" (Brasil, ontem), esclareço
o que segue.
1 - As notícias envolvendo o empresário Luiz Geraldo Tourinho
Costa foram divulgadas em 2006,
por ocasião da Operação Castor, e
em nenhum momento meu nome
foi citado.
2 - Caso houvesse uma simples
citação do meu nome, teria eu sido
alvo fácil, por estar à época em maciça exposição por conta da CPI dos
Correios, da qual fui presidente.
3 - O MP foi instado por denúncia
do ex-deputado Pedro Pedrossian
Filho, tentando ligar meu nome e o
da então diretoria da Petrobras a
supostos ilícitos que teriam sido
praticados com a Alstom. O mentor
dessas denúncias é filho do senhor
Pedro Pedrossian, meu adversário
em 2002 para a vaga de senador por
Mato Grosso do Sul.
4 - Não houve instauração de nenhum procedimento investigatório, pois a denúncia foi manifestamente inepta e infundada, motivada apenas por rusgas políticas.
5 - A turbina GT24 foi comprada
pela Petrobras antes de eu assumir
uma diretoria da empresa, e os supostos depósitos da Alstom teriam
sido efetuados em 2002 na conta
do empresário citado, época em
que eu já não estava na Petrobras."
DELCÍDIO AMARAL, senador -PT-MS
(Brasília, DF)
Pedra de Roseta
"Daqui a pouco, os leitores da Folha vão precisar de um "Manual de
Humor", semelhante à pedra de Roseta, para tentar decifrar os quadrinhos do Angeli e do Laerte.
Já foram ótimos, mas, ultimamente, parecem viagens incompreensíveis em torno de seus próprios umbigos, cheirando a pura enganação.
Tá danado."
FERNANDO FABBRINI (Belo Horizonte, MG)
Dívida agrícola
"Como qualquer brasileiro, adoraria estar entre um dos beneficiados pelo recente pacote governamental para a agricultura.
É claro que, circunstancialmente,
este é um instrumento necessário.
Mas será que é sempre justo? Será
que todos os beneficiados realmente precisam disso? Não há muitos
ricos no campo sonegando dívidas?
E a atividade rural também não inclui riscos?
A classe média nacional -que
não tem uma bancada no Congresso como a agricultura-, engasgada
pelos impostos e pela precariedade
do que recebe como retorno, precisa urgentemente de um instrumento parecido. Esperemos sentados."
ANTONIO QUEIROGA (Rio de Janeiro, RJ)
Déficit externo
"Paulo Nogueira Batista Jr. não
precisa pedir desculpas ao leitor
por "insistir obsessivamente" em
suas análises críticas que não agradam a "turma da bufunfa" (caderno
Dinheiro, ontem). A turma está
bem entrincheirada nos meios de
comunicação e nos centros decisórios do Legislativo e do Executivo.
Mas há que ser enfrentado esse
monopólio de impor o que só a ela
interessa, e não ao país todo.
Insistir é preciso, pois os dados
recentes das contas externas são
preocupantes. Há riscos de colapso,
sim, e graves, mormente se somarmos o aumento substancial do déficit externo à existência de um "sub
prime tropical" nos setores de financiamento de automóveis e mediante crédito consignado."
MAURO RODRIGUES PENTEADO (São Paulo, SP)
Bombas
"A notícia de que o Brasil não
aderiu ao tratado para banir o uso
das bombas de dispersão ("cluster
bombs') revela uma afronta à Constituição, considerando a ameaça
que esse tipo de armamento representa para a vida humana e para o
equilíbrio ambiental ("Brasil fica fora de acordo antiarmamento",
Mundo, ontem).
Na sua política externa, o governo brasileiro deve não só adotar e
recomendar os meios pacíficos de
solução de controvérsias (art. 4.º da
Constituição) como empreender
esforços para prevenir conflitos armados ou, pelo menos, diminuir o
seu potencial destrutivo."
THIAGO DONNINI (São Paulo, SP)
Delegados
"Fez bem o delegado André Dahmer ao rebater, em carta publicada
ontem, a falácia oficial dos governadores de que a equiparação desta
importante carreira com as demais
carreiras jurídicas poderia vir a
onerar o Orçamento do Estado.
Faltou apenas apontar que, no
nosso Estado, a carreira de delegado tem sido tratada a "pão e água"
pelas sucessivas administrações do
PSDB, cuja verdadeira perseguição
a essa função policial só se explica
pelo revanchismo político-ideológico que caracteriza a esquerda brasileira. Ao pretenso civilizado PSDB
de Geraldo Alckmin e José Serra os
delegados do Estado mais importante da nação devem o segundo
pior salário do Brasil, só perdendo
para o Piauí."
PAULO BOCCATO (São Carlos, SP)
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