São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010 |
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EMÍLIO ODEBRECHT Qualificando os parceiros Está crescendo o número de empresas brasileiras que podem ser classificadas como transnacionais. São grandes, competitivas e atuam globalmente porque sobreviveram -com produtividade, assegurando liquidez e construindo imagem; cresceram -pela capacidade de ser criativas, inovando e renovando; e têm como rumo a perpetuidade, sustentada pela geração e reinvestimento da riqueza que forma o patrimônio tangível e pela capacidade de preservar o intangível, expresso em seus princípios, valores, crenças e na qualidade de seu ativo humano. Esse é um movimento que faz bem ao Brasil, porque, além do protagonismo em um novo momento de nossa economia, essas empresas têm um papel importante a desempenhar, com frutos para elas próprias e para o país. Trata-se do apoio para a qualificação e a inserção no mercado mundial de pequenas e médias empresas nacionais. Nossas companhias globais estão atravessando uma era de expansão. E podem conduzir as menores no mesmo rumo, sendo complementares umas às outras. Se no Brasil já temos empresas "campeãs mundiais" é porque trabalham para elas muitos empreendedores de pequeno porte, que apoiam e sustentam esse crescimento, em um círculo virtuoso. A ideia de que a grande empresa pode abusar de seu poder é arcaica, própria de um capitalismo em extinção. A continuidade do crescimento das empresas globais brasileiras, onde quer que estejam operando, passa por sua capacidade de disseminar conhecimentos, transferir tecnologia e compartilhar seus êxitos com todos os demais agentes econômicos. Uma empresa grande que oprime ou explora as pequenas, com uma visão imediatista, não compreende a cadeia produtiva que integra, cujos elos não podem estar em desequilíbrio, porque se isso ocorrer todo o conjunto estará em risco. Companhias globais dependem, para existir, das menores, e vice-versa, mas as indústrias de pequeno porte têm nas maiores a única chance de internacionalizar suas operações, seguindo-as. Para que tal ocorra é fundamental que companhias de grande porte não se vejam como meras vendedoras de produtos, mas como empresas que agregam valor com a inserção de serviço em todos os relacionamentos negociais e compartilham experiências, inovações e melhores práticas tanto entre seus fornecedores como entre seus clientes. Em suma: promover o crescimento sustentável das pequenas e micro empresas parceiras é responsabilidade moral das grandes companhias brasileiras -e também de seu mais estratégico interesse. EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna. emilioodebrecht@uol.com.br Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: O cão e o gato Próximo Texto: TENDÊNCIAS/DEBATES Marcia Poole: Falta compromisso com direitos humanos Índice |
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