São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Voto obrigatório
Na plenitude de um Estado democrático, o voto deve ser um direito e não um dever. A obrigatoriedade do voto leva a uma obrigação burocrática.
O cidadão, em vez de exercer o mais nobre direito da democracia, que é escolher um governante, acaba desqualificando o seu voto apertando o botão correspondente ao número do candidato que mais se recorda, ou o faz de modo aleatório, digitando sem a mínima ideia ou convicção do que existe por trás desse ato e das consequências do mesmo. O voto obrigatório desqualifica o sistema democrático."
RAFAEL HENRIQUE AZEVEDO LEITE (São Paulo, SP)

 

O voto obrigatório é agressivo à liberdade individual. Nossa conduta não pode ser amoldada a um valor político imposto. Os homens são essencialmente seres sociais, mas não obrigatoriamente seres políticos. Podem abster-se do ato de outorgar uma procuração a outrem, para que este governe a sociedade em que vive. A liberdade corresponde ao direito de inibir qualquer outra pessoa, inclusive o Estado, de intrometer-se em nossa existência, salvo se nossa liberdade já terminou na parede do direito alheio.
Não parece que deixar de votar agrida o direito de outrem.
Obrigar ao voto é agir como Procrusto, da mitologia grega, que mantinha uma cama de ferro; aqueles que nela dormiam, se fossem de tamanho maior do que suas dimensões, tinham seus membros amputados, e os de estatura inferior eram esticados. Em geral, ninguém sobrevivia.
Obrigar o brasileiro a votar é fazê-lo deitar-se no leito de Procrusto e, na prática, é o mais importante instrumento que serve aos interesses das oligarquias.
AMADEU ROBERTO GARRIDO DE PAULA (São Paulo, SP)

TSE
Em termos de desrespeito à Lei Eleitoral, o que se pode ver até agora é que ninguém, ou quase ninguém, escapa. Como não entendo bem como é feito esse jogo político, fico com a minha inocência sobre o assunto. Afinal, ao assistir em, 27/5, o horário reservado ao DEM, achei que o partido iria falar sobre os seus pares, seu programa partidário e o que contribuiu para as cidades.
Descontando, é óbvio, qualquer menção ao ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, aquele do panetone, que em dado momento, antes do escândalo, chegou a ser cogitado como vice na chapa do pré-candidato José Serra (PSDB).
Mas o que se viu na prática foi a exposição de José Serra em metade do programa. Dessa forma, e inocentemente, acredito que o Tribunal Superior Eleitoral poderia retirar a inserção desses partidos, devolvendo às emissoras esse tempo, que poderia ser preenchido com informações relevantes para a população.
ROBERTO GONÇALVES SIQUEIRA (São Paulo, SP)

Fernanda Torres
Tal como o poeta é um fingidor, o ator imita a vida e, agora, descobrimos a verve dramática dos políticos candidatos que imitam a arte ("Eleições: o dom de iludir", 29/5). Parabéns a Fernanda Torres pela estreia brilhante como colunista da Folha, com um texto gostoso e equilibrado. Eu, que já era admirador do seu trabalho na tela e no palco, terei o prazer também da leitura. Filha de quem é, confirma mais ainda que a genética é hereditária!
ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Lorena, SP)

 

Não há pessoa melhor para fazer comentários políticos que Fernanda Torres! Li cada palavra do artigo sob a ótica de um ator que reconhece o outro, no caso, nossos candidatos à Presidência!
Ela usou metáforas impecáveis e referências históricas para ninguém sair sem entender o texto, caso raro em artigos políticos que falam pleonasticamente e no final não dizem nada. O exemplo da pergunta simples que fizeram a Dilma Rousseff é impecável, prova mais que perfeita de que o candidato é um ator. Quanto à fonoaudióloga citada, bom, aí sim me reconheço ainda mais, por ter a mesma formação.
Não é a primeira vez que uma pessoa pública associa a ciência da fonoaudiologia ao ato de maquiar, disfarçar um indivíduo através da voz. Mas a sra. Torres desfez essa imagem, ao dizer que a profissional em questão é direta, pois em atuação informa uma premissa básica da teoria vocal: a voz transmite seu estado de espírito e quem você realmente é!
FERNANDA DE ARAUJO SAPIENZA (São Paulo, SP)

Ficha limpa
O leitor Walter Lemos Filho (26/5) defende a instituição de um Enem para os políticos a fim de avaliar o comportamento moral e ético da classe. Acho desnecessário. Já temos um instrumento mais eficiente: o voto. Basta usarmos corretamente.
Infelizmente o leitor não está só quanto ao desconhecimento do poder do voto, haja vista a quantidade de pessoas que defendem com unhas e dentes a lei da ficha limpa como único meio de alijar da vida pública os maus políticos, esquecendo que elas mesmas podem fazer isso ao votar corretamente. Para essas pessoas fica como lição a frase atribuída a Cervantes: "Nunca fique implorando por aquilo que você tem o poder de obter".
GERALDO MAGELA DA SILVA XAVIER (Belo Horizonte, MG)

 

"O Judiciário poderia inviabilizar a esperteza e a desonestidade do Congresso, de mudar o tempo do verbo na aprovação da lei, que resulta na impunidade em relação à eleição de 2010. A solução seria passar todos os processos contra políticos com a ficha suja na frente de todos os demais e dar a sentença em prazo curto.
Isso seria o fim da impunidade e o Judiciário seria aclamado.
MÁRIO A. DENTE (São Paulo, SP)

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