São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2006 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Um pacto pelos direitos humanos
PAULO VANNUCHI, JOSÉ GREGORI e KIM BOLDUC
Diante de problemas de tal magnitude, é chegada a hora de nos colocarmos para além de divisões, sejam elas de que natureza forem, e lançarmos um apelo de comprometimento à sociedade e ao Estado brasileiro. Tal apelo traduzir-se-á, em termos concretos, no estabelecimento do "Pacto pelos direitos humanos". Nossa proposta é que reunamos diferentes candidatos a postos eletivos, sejam eles do Legislativo ou do Executivo, em âmbito federal e estadual (e para governador de Estado e presidente da República), interessados na elaboração de um pacto de ações do Estado e da sociedade civil referentes a questões de direitos humanos que não admitem mais nenhuma forma de postergação. A partir da data de hoje estaremos conversando com todos os setores do governo e da sociedade brasileira que desejem fazer parte desse documento histórico. Entre as instituições signatárias do presente artigo não existem divergências quando se trata de reconhecer que: 1) direitos humanos devem integrar a estrutura político-administrativa do Estado brasileiro, e, sem um trabalho decisivo nesse campo, não será possível atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, nem assegurar a efetivação do desenvolvimento humano; 2) direitos humanos devem servir como baliza para atuação dos agentes de Estado no Brasil; 3) direitos humanos, principalmente na sua dimensão de justiça, segurança, responsabilidade, paz e desenvolvimento, sem discriminações de qualquer tipo, devem ser um ideal a inspirar a conduta de todos os que vivem na sociedade brasileira. Nesse sentido, o "Pacto pelos direitos humanos" visa, em primeiro lugar e acima de tudo, manifestar de forma pública e democrática nossa concordância em relação aos três pontos descritos no parágrafo anterior e declarar, enfaticamente, que alguns temas de direitos humanos devem ser objeto de consenso para que o encaminhamento de sua solução não seja, em nenhuma hipótese, postergada. Definir esses pontos é a tarefa do pacto. Direitos humanos já! PAULO VANNUCHI, secretário Especial de Direito Humanos, JOSÉ GREGORI, ex-secretário Nacional de Direitos Humanos e atual presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos de São Paulo e KIM BOLDUC, coordenadora do sistema ONU no Brasil. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Antonio Ruiz Filho: Advogados não são bandidos Índice |
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