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FERNANDO RODRIGUES
Sete meses
BRASÍLIA - Depois de amanhã o governo do PT faz sete meses. Ainda é
cedo para julgamentos definitivos,
mas não para um balanço parcial.
1) Economia - a inflação recuou. Os
juros, altos. O país está parado. O
Banco Central é mais ortodoxo que o
da administração tucana. O PIB vegeta. O desemprego bate recordes. O
sucesso de Lula nessa área é mais pelo que não fez do que por realizações
concretas. O espetáculo do crescimento é ainda uma expressão retórica e sem prazo para ocorrer;
2) Reformas - foi aprovada a mudança constitucional sobre o sistema
financeiro. Os juros não precisam
mais ser fixados em 12% ao ano. O
Banco Central será independente.
Não eram medidas esperadas de um
governo do PT. São as que Lula conseguiu até o momento. O mercado as
queria e as aplaudiu com prazer;
3) Previdência - o governo deve começar a aprovar algum texto da reforma da Previdência na Câmara na
semana que vem. Há chance real de
juízes estaduais conseguirem manter
seus salários intocados. A regulamentação dos fundos de pensão para
servidores futuros poderá ficar sem
regras claras. Uma reforma fraca.
Servirá para acalmar o mercado;
4) Impostos - a reforma tributária
está fazendo água. Vai virar um farrapo, se é que será aprovada;
5) Sistema político - alguém acreditou algum dia que o PT conduziria
uma reforma dessa ordem em um
ano eleitoral como 2004?
6) Área social - onde andam os ministros Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social), Emília Fernandes (Políticas para as Mulheres),
José Graziano (Fome Zero) e Olívio
Dutra (Cidades)? Resposta: resmungando por causa da falta de verbas.
Como já registrado, seria impróprio fazer juízo certeiro sobre o governo Lula. Só dá para dizer que há
coisas fora do lugar. Para infortúnio
dos petistas, a culpa é agora cada vez
menos do governo passado.
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