São Paulo, domingo, 30 de julho de 2006

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Painel do leitor

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Oriente Médio
"Neto de imigrantes libaneses, nasci e cresci no Brasil. Aqui, aprendi que diferenças étnicas, sociais e religiosas não devem se sobrepor ao respeito pelos meus semelhantes. E, como médico e pacifista, louvo a vida e, com plena convicção, sou absolutamente anti qualquer tipo de segregação ou beligerância que possa gerar risco às vidas e à dignidade humana. Assim, é com enorme tristeza e desalento que acompanho o conflito envolvendo o Líbano. O injustificável seqüestro de dois soldados israelenses e o ataque a inocentes israelenses pelo Hizbollah, contudo, não justifica os ataques desproporcionais e devastadores que estão destruindo um país cuja vocação é a paz, e não a guerra. É desalentador ver o sr. Olmert, primeiro-ministro israelense, declarar que quer ver o Líbano destruído como há 20 anos, bem como é revoltante ver a ONU, um organismo internacional que deveria estar acima dos interesses de qualquer país, não conseguir impor o indispensável cessar-fogo. A estratégia israelense para desarmar o Hizbollah está causando a destruição de uma nação inocente. Em duas semanas, somam-se centenas de mortos, na sua maioria civis, e cerca de 800 mil desabrigados, cujo acesso à ajuda internacional com alimentos e água à população vem sendo sistematicamente dificultado por ataques aéreos. Há que se agregar à pulverização da infra-estrutura o medo, a indignação e a perda da dignidade de uma população que não é responsável pelas agressões. Em pleno século 21, destruir um país como vem sendo feito macula a carreira dos atuais dirigentes de Israel, que demonstram não ter aprendido a lição do inaceitável sofrimento imposto aos judeus em passado recente pelo ódio e pela irracionalidade de gente que acreditava na força. É preciso investir na busca de soluções diplomáticas que, apesar de menos épicas, são mais sábias e duradouras. Vocês, insensatos de ambos os lados, que acreditam na brutalidade, aprendam conosco, aqui no Brasil, que a amizade e o respeito podem fazer parte da vida comum das comunidades árabe e judaica. Esse é o caminho da paz. Shalom. Salam!"
RAUL CUTAIT, professor da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

 

"A comparação feita em 28/7 pelo leitor Ricardo Fernandes de Oliveira entre o PCC e o Hizbollah é absolutamente improcedente. O PCC é um partido criminoso, que é combatido pelo governo. O Hizbollah é parte integrante do governo libanês, com parlamentares e ministros. Não pagam impostos, água, luz e atacam Israel com tiros de foguetes diariamente há seis anos, desde que Israel saiu do Líbano. O governo do Líbano não faz força nenhuma para prender seus líderes e impedir seus ataques. São a mesma coisa: o Hizbollah é parte do governo libanês. O interessante é que nenhum dos leitores que tanto atacam Israel se manifestou contra os ataques diários do Hizbollah nem contra os ataques diários do Hamas feitos de Gaza. Agora, quando Israel apenas se defende, a grita é geral."
ROBERTO LEON (São Paulo, SP)

Candidaturas
"O sr. Ricardo Penteado, em seu artigo "A síndrome do déspota esclarecido" ("Tendências/Debates", pág. A3, 29/7), diz que os fuzilamentos morais sumários causam danos irreparáveis. É verdade. O que surpreende é achar que impedir que alguém se candidate a cargo eletivo enquanto se explica na Justiça sob acusação de roubo, assassinato, formação de quadrilha e outros crimes seja considerado fuzilamento moral. Se ele (o que se explica) for julgado inocente, pode apresentar a sua candidatura na próxima eleição. Irreversíveis são as conseqüências dos atos dos mensaleiros, "sanguessugas", dos que renunciam aos cargos para depois voltar e de todos os que os apóiam e acobertam, fingindo ser "representantes do povo': miséria, falta de saneamento básico, saúde pública precária, desemprego, violência urbana e rural, degradação do ambiente e perda de esperança em um futuro melhor pelo eterno descaso com a educação."
MARCO ANTONIO BANDEIRA (Rio de Janeiro, RJ)

Álcool mais caro
"Há um ano, o preço do litro do álcool para o consumidor, ao menos na minha cidade, era em média de R$ 1,00. Com a entressafra, chegou a quase R$ 2,00, mas com a promessa pelos usineiros de que na próxima safra os valores voltariam ao patamar anterior. Ledo engano, pois hoje o mesmo litro de álcool gira em torno de R$ 1,50, e agora, por estarem "proibidas" temporariamente as tão perversas queimadas, os produtores já falam em álcool mais caro, conforme reportagem da Folha (Dinheiro, 29/7). Resumindo, "depois de banqueiro, a melhor coisa do mundo é ser usineiro"."
JARBAS DE SOUZA JUNIOR (Assis, SP)

Multas
"A nova lei que altera os limites de velocidade e as punições nem bem chegou e já apresenta falhas. Quanto às alterações dos valores, parece razoável, considerando que boa parte da população deixava de pagar uma multa de R$ 127,69 para pagar R$ 574,62 por causa de 1 km/ h. Por outro lado, sob o aspecto técnico, a lei 11.334/06 ficou malfeita. Primeiro porque não se alterou o artigo que fala das punições, criando a suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do documento de habilitação -modalidades até então inexistentes. Outra falha foi a não-alteração ou a revogação do artigo que trata das punições de suspensão ou cassação."
CLAYTON DE OLIVEIRA FERREIRA (Goiânia, GO)

Religião
"Orgulha-nos a atuação do promotor de Justiça Sérgio Turra Sobrano no uso de suas atribuições legais ("Promotor exige que USP retire crucifixo de clínica", 28/7). Ferem o princípio constitucional da laicidade do Estado as instituições públicas que ostentam símbolos religiosos. Essa prática costumeira deve ser totalmente abolida, e a atitude do dr. Sérgio deve ser seguida por todos os seus pares."
GLEYDE SELMA DA HORA (Rio de Janeiro, RJ)

 

"Num lugar em que transitam em média 1.400 pessoas, um cidadão incomoda-se com um crucifixo na sala de espera e aciona o Ministério Público. Certamente com a situação de um mendigo na rua o cidadão em questão não se incomodou."
GIOVANI COMPAGNO (Ribeirão Preto, SP)

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